Hermenêutica e Teoria do Direito: Trajetória de Dois Campos Estruturantes do Pensamento Jurídico no Brasil

Gretha Leite Maia, Zaneir Gonçalves Teixeira

Resumo


O artigo objetiva analisar algumas concepções em torno da relação entre a Hermenêutica jurídica e a Teoria do Direito, a partir de determinados questionamentos implicados nessa relação. Parte da constatação de que existe um movimento de centralidade da Hermenêutica no Brasil nos últimos 20 anos. Investiga como se definem, em termos de campo de pesquisa, a Teoria do Direito e a Hermenêutica, e em que medida existe uma colonização de conteúdo entre  estas  áreas  estruturantes  do  pensamento  jurídico.  Examina  os  caminhos  da Hermenêutica no âmbito da produção acadêmica jurídica brasileira e verifica o que confere legitimidade ao seu discurso. Analisa a proposta de uma nova Hermenêutica, que acompanha o neoconstitucionalismo e o pós-positivismo. Analisa igualmente a relação entre a Teoria do Direito, a Hermenêutica jurídica e o positivismo jurídico. Conclui posicionando-os como campos inter-relacionados, porém sem prevalências, com propostas de investigação próprias e por isso identificáveis, a que se acresce a proposta da Teoria da Decisão. Trata-se de pesquisa bibliográfica e analítica.


Palavras-chave


Hermenêutica; Teoria do direito; Objeto; Pesquisa

Texto completo:

PDF

Referências


BARAK, Aharon. The judge in a Democracy. Princeton University Press, 2006.

BARROSO, Luís Roberto. Neoconstitucionalismo e constitucionalização do Direito (O triunfo tardio do direito constitucional no Brasil). 2005. Disponível em: http://www.luisrobertobarroso.com.br/wp- content/themes/LRB/pdf/neoconstitucionalismo_e_constitucionalizacao_do_direito_pt.pdf Acesso em 16.07.2015.

CAMPOS, Juliana Cristine Diniz; ALBUQUERQUE, Felipe Braga. Nova Hermenêutica Constitucional e (in)segurança jurídica: características e críticas da virada linguística no interpretar da Constituição. Revista Quaestio Iuris. Rio de Janeiro, v. 08, n. 02, pp. 774-792, 2015.

DIMOULIS, Dimitri. Positivismo Jurídico: introdução a uma teoria do direito e defesa do pragmatismo jurídico-político. São Paulo: Método, 2006.

FERRAZ JÚNIOR, Tércio Sampaio. A Ciência do Direito. 2 ed., 14. reimpr. São Paulo: Atlas, 2006.

GRAU, Eros Roberto. Porque tenho medo dos juízes – a interpretação/aplicação do direito e dos princípios. 6 ed. ref. São Paulo: Malheiros, 2013.

GUERRA FILHO, Willis Santiago. Ensaios de Teoria Constitucional. Fortaleza: Imprensa Universitária-UFC, 1989.

________. Teoria Processual da Constituição. São Paulo: Celso Basto Editor - Instituto Brasileiro de Direito Constitucional, 2000.

HART, Herbert L. A.. O conceito de direito. 1 ed 2 tir. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2012.

KELSEN, Hans. Teoria Pura do Direito. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1994.

________. Teoria do Direito e do Estado. 3 ed., 2 tir.. São Paulo: Martins Fontes, 2000. LARENZ, Karl. Metodologia da Ciência do Direito. Trad. José Lamego. 5. ed. rev. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1983.

MacCORMICK, Neil. Argumentação jurídica e teoria do direito. São Paulo: Martins Fontes, 2006.

MACHADO SEGUNDO, Hugo de Brito. Fundamentos do Direito. São Paulo: Atlas, 2010. MARTINS, Leonardo. Liberdade e Estado Constitucional: leitura jurídico-dogmática de uma complexa relação a partir da teoria liberal dos direitos fundamentais. São Paulo: Atlas, 2012.

MOTTA, Francisco José Borges. Levando o Direito à sério. 2. ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2012.

MÜLLER, Friedrich. Teoria Estruturante do Direito. Trad. Peter Neumann e Eurides Avance de Sousa. 3. ed. rev. atual. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2011.

NEVES, Marcelo. Entre Hidra e Hércules: princípios e regras constitucionais como diferença paradoxal do sistema jurídico. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2013.

OLIVEIRA, Manfredo Araújo de. Reviravolta linguístico-pragmática na filosofia contemporânea. São Paulo: Loyola, 2006.

PALMER, Richard. Hermenêutica. Trad. Maria Luísa Ribeiro Ferreira. Lisboa: Edições 70, 1986.

PEREIRA, Rodolfo Viana. Hermenêutica Filosófica e Constitucional. 2 ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2007.

SILVA, Virgílio Afonso. Princípios e regras: mitos e equívocos acerca de uma distinção. Revista Latino Americana de Estudos constitucionais. Belo Horizonte: Del Rey, n.1 – jan/jul. 2003.

SOUSA FILHO, José Ivan Rodrigues. A intolerável tolerância de Hans Kelsen: as contradições performáticas do purismo jurídico. In: Filosofia do Direito I [Recurso eletrônico online] organização CONPEDI/UFSC; coordenadores: Prof. Dr. José Alcebíades de Oliveira

Júnior (UFRGS), Prof. Dr. Róbson Tramontina (UNOESC), Prof. Dr. André Leonardo Copetti Santos (URI). Florianópolis: CONPEDI, 2014. Disponível em: http://www.publicadireito.com.br/artigos/?cod=77e86f5489a21d22. Acesso em 21.jul.2015.

SOARES, Ricardo Maurício Freire. Hermenêutica e interpretação jurídica. São Paulo: Saraiva, 2010.

STRECK, Lênio Luiz. Hermenêutica jurídica e(m) crise: uma exploração hermenêutica da construção do Direito. 10.ed.rev.,atual. e ampl. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2011.

________. Compreender Direito: desvelando as obviedades do discurso jurídico. 2.ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2014. V.1.




DOI: http://dx.doi.org/10.26668/IndexLawJournals/2526-0103/2015.v1i1.783

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


Licença Creative Commons
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.