A SACRALIDADE DA PESSOA SOB O VIÉS MU’TAZILITA COMO INSTRUMENTO DE APROXIMAÇÃO CULTURAL E DE INCLUSÃO SOCIAL ATRAVÉS DE POLÍTICA PÚBLICA EDUCACIONAL DE ADAPTAÇÃO CURRICULAR
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Resumo
O estudo explora a inclusão social da mulher islâmica no Brasil, enfocando políticas educacionais que integrem aspectos éticos e jurídicos de sua cultura, particularmente em relação à sacralidade da vida e ao direito ao aborto conforme a Escola Mu’tazilita do Islam. Trata-se de escola, reconhecida por sua proximidade ao pensamento aristotélico, que serve como ponto de intersecção entre as filosofias islâmica e ocidental. O objetivo principal é investigar como o racionalismo Mu’tazilita facilita a compreensão das noções de pessoa e vida, abordando os direitos reprodutivos e o aborto e como essa noção deve ser mais estudada e conhecida por meio de políticas públicas educacionais. A metodologia empregada é qualitativa e exploratória, baseando-se na análise de literatura relevante que discute a interação entre teologia islâmica e filosofia grega, visando destacar similitudes e divergências com o pensamento ocidental. Os resultados indicam que a Escola Mu’tazilita apresenta uma interpretação da vida humana como um valor sagrado, mas contingente, sujeito a avaliações éticas que podem justificar exceções à sua inviolabilidade. É um entendimento que propõe uma visão menos absolutista e mais adaptável às complexidades individuais e sociais. O artigo conclui ressaltando a importância da educação no incentivo ao diálogo intercultural e na promoção da inclusão. Sugere-se a inclusão nos currículos educacionais de conteúdos que reflitam a complexidade do pensamento islâmico sobre questões sobre a vida e a autonomia reprodutiva feminina, contribuindo para uma sociedade mais inclusiva e respeitosa da diversidade.
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