AMAZON MECHANICAL TURK (AMT) E OS TURKERS BRASILEIROS: A PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO EM PLATAFORMAS DIGITAIS

Conteúdo do artigo principal

Samia Moda Cirino
http://orcid.org/0000-0003-4209-0350
Jéssy Borges Ferracioli
http://orcid.org/0009-0002-5932-1071

Resumo

O presente artigo analisa o trabalho humano executado por meio da plataforma digital da Amazon Mechanical Turk, consistente em micro tarefas realizadas pelos denominados turkers. O intuito consiste em verificar se a forma como o trabalho humano ocorre nessa plataforma tecnológica permite a caracterização do trabalho como precário. Constatada essa hipótese, aborda as consequências da precarização do trabalho plataformizado pautado na crítica de Ricardo Antunes à nova conformação do trabalhador no capitalismo da era digital, denominado de infoproletariado. O estudo destaca, ainda, o processo de desenvolvimento do capitalismo para a compreensão do atual capitalismo 4.0. Além disso, o texto também discorre sobre o ritmo da acumulação de bens, típico do sistema capitalista, o qual coloca o trabalhador em condição de desigualdade se comparado com os detentores de capital. Fundamentam-se as questões trazidas neste estudo a partir da relação entre o Direito do Trabalho, a Sociologia e a Tecnologia. A pesquisa recorreu à revisão bibliográfica de autores nacionais e internacionais que estudam sobre os temas.

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Como Citar
CIRINO, Samia Moda; FERRACIOLI, Jéssy Borges. AMAZON MECHANICAL TURK (AMT) E OS TURKERS BRASILEIROS: A PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO EM PLATAFORMAS DIGITAIS. Revista do Direito do Trabalho e Meio Ambiente do Trabalho, [S. l.], v. 9, n. 1, p. 79 – 96, 2023. DOI: 10.26668/IndexLawJournals/2525-9857/2023.v9i1.9697. Disponível em: https://indexlaw.org/index.php/revistadtmat/article/view/9697. Acesso em: 22 dez. 2024.
Seção
Artigos
Biografia do Autor

Samia Moda Cirino, Programa de Mestrado Profissional em Direito, Sociedade e Tecnologias da Faculdades Londrina (FL)

Doutora em Direito pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Mestra em Direito e Bacharela em Direito pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Professora no curso de Graduação em Direito e do Programa de Mestrado Profissional em Direito, Sociedade e Tecnologias das Faculdades Londrina (FL). Pesquisadora do Grupo de Pesquisa Sexualidade, Direito e Democracia da Universidade Federal Fluminense (UFF) e do Grupo de Pesquisa Tecnologias, Subjetividades e Decolonialidades da Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG).

Jéssy Borges Ferracioli, Programa de Mestrado Profissional em Direito, Sociedade e Tecnologias da Faculdades Londrina (FL)

Mestranda em Direito, Sociedades e Tecnologia do Programa de Mestrado Profissional em Direito das Faculdades Londrina. Pós-Graduada em Processo Civil, Direito Civil e do Consumidor pelo Instituto de Direito Constitucional e Cidadania (IDCC). Graduada em Direito pela Universidade Norte do Paraná (UNOPAR). Advogada.

Referências

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