MULHERES NEGRAS NA POLÍTICA E DEMOCRACIA DE ALTA INTENSIDADE

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Cleber Lúcio de Almeida
http://orcid.org/0000-0001-8345-825X
Wânia Guimarâes Rabêllo de Almeida
http://orcid.org/0000-0003-1945-0557
Daniela Miranda Duarte
http://orcid.org/0000-0003-1874-6970

Resumo

O presente artigo pretende responder a uma indagação principal: vivemos, no Brasil, uma democracia de alta intensidade, na perspectiva da participação das mulheres negras nos espaços de decisão política? Para responder a esta indagação, partiu-se do conceito clássico de democracia como governo do povo, que é, inclusive, adotado pela Constituição da República de 1988, como decorre do art. 1º, caput, incisos II e V e parágrafo único, e foi concluído que uma parcela substancial do “povo”, qual seja, a composta pelas mulheres negras, foi excluída, por uma série de fatores, do “povo” titular do poder soberano, o que autoriza afirmar que não vivemos no Brasil uma democracia de alta intensidade, acrescentando-se que a não criação das condições para que as mulheres negras participem dos espaços formais de decisão política resulta em um verdadeiro estado de coisa inconstitucional. Partindo das conclusões acima enunciadas, foram apontadas possíveis medidas que favorecem a participação política das mulheres negras e promovam o seu empoderamento político.

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Detalhes do artigo

Como Citar
ALMEIDA, Cleber Lúcio de; ALMEIDA, Wânia Guimarâes Rabêllo de; DUARTE, Daniela Miranda. MULHERES NEGRAS NA POLÍTICA E DEMOCRACIA DE ALTA INTENSIDADE. Revista de Movimentos Sociais e Conflitos, Florianopolis, Brasil, v. 8, n. 2, 2023. DOI: 10.26668/IndexLawJournals/2525-9830/2022.v8i2.9214. Disponível em: https://indexlaw.org/index.php/revistamovimentosociais/article/view/9214. Acesso em: 20 nov. 2024.
Seção
Artigos
Biografia do Autor

Cleber Lúcio de Almeida, Puc Minas

Pós-doutor em Direito pela Universidad Nacional de Córdoba/ARG. Doutor em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais. Mestre em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Professor da graduação e do programa de pós-graduação da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Juiz do Trabalho. Coordenador do Grupo de Pesquisa e Extensão Capitalismo e Proteção Social na Perspectiva dos Direitos Humanos e Fundamentais do Trabalho e da Seguridade Social

Wânia Guimarâes Rabêllo de Almeida, Faculdade Milton Campos

Pós-doutora em Direito pela Universidad Nacional de Córdoba/ARG. Doutora e mestra em Direito Privado pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais/MG. Professora de Direitos Humanos da graduação e de Direitos Humanos Trabalhistas e processo coletivo da pós-graduação latu sensu e coordenadora do Núcleo da Diversidade da Faculdade de Direito Milton Campos. Professora de Direito Coletivo do Trabalho da Escola Superior de Advocacia - ESA-MG. Integrante do Grupo de Pesquisa e Extensão Capitalismo e Proteção Social na Perspectiva dos Direitos Humanos e Fundamentais do Trabalho. Advogada. 

Daniela Miranda Duarte, Puc Minas

Doutoranda em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais - PUC/MG.Mestre em Direito Privado pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais - PUC/MG. Graduada em Direito pela Fundação Universidade de Itaúna (2003). Pós Graduada em Direito Administrativo pela Universidade de Itaúna. Pós Graduada em Direito Previdenciário pela Universidade de Itaúna. MBA em Direito do Trabalho da Fundação Getúlio Vargas. Procuradora do Conselho Regional de Farmácia de Minas Gerais. Autora do Livro: Toda Vida Importa: Uma análise antropológica, sociológica e jurídica sobre os trabalhadores transexuais.

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