A Eugenia Liberal: Um Olhar a partir da Obra o Futuro da Natureza Humana de Jürgen Habermas

Riva Sobrado De Freitas, Daniela Zilio

Resumo


O presente artigo pretende analisar a eugenia liberal a partir do entendimento esposado por Jürgen Habermas na obra O Futuro da Natureza Humana, principalmente no que diz respeito à possibilidade de que o indivíduo exposto a procedimentos de manipulação genética possa ter ferido o seu direito à autocompreensão e, consequentemente, sua dignidade pessoal. O objetivo, então, coaduna-se na investigação acerca da ideia trazida pelo autor sobre a eugenia liberal e as suas possíveis consequências em relação aos direitos do indivíduo exposto a tal prática. Para tanto, foi realizada uma pesquisa bibliográfica exploratório-explicativa, qualitativa, utilizando-se o método hipotético-dedutivo. Os resultados conquistados com a pesquisa dizem respeito ao estudo do tema sob uma perspectiva filosófica, verificando-se, ainda, que, na ótica do autor, a utilização deliberada de técnicas de manipulação genética torna-se algo perigoso, pelo possível ferimento de direitos do indivíduo objeto de referida manipulação. A conclusão obtida é a de que, de fato, a despeito das inúmeras contribuições trazidas à humanidade pela engenharia genética, existem questões a serem pensadas e, na questão específica da eugenia liberal, o direito à autocompreensão do indivíduo poderia, de certa forma, estar sendo violado no caso de uma intervenção em seu material genético, primordialmente em relação à seleção de características desejáveis. A contribuição alcançada com o presente estudo se pauta no desbravamento de um tema tão importante, e ao mesmo tempo tão polêmico, e que justamente por tal motivo precisa ser analisado, sob o ponto de vista do entendimento da filosofia, mais especificamente à luz da ótica de Jürgen Habermas.

Palavras-chave


Eugenia liberal, Genética, Diagnóstico genético de pré-implantação, Autocompreensão, Dignidade pessoal

Texto completo:

PDF

Referências


CORRÊA, Marilena. O Admirável Projeto Genoma Humano. In: Débora Diniz (Org.). Admirável Nova Genética: Bioética e Sociedade. Brasília: UnB, 2005. p. 45-71.

FELDHAUS, Charles. O Futuro da Natureza Humana de Jürgen Habermas: Um comentário. Revista Internacional de Filosofia da Moral, Florianópolis, v. 4, n. 3, p. 309-319, 2005. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/ethic/article/view/20241/18613. Acesso em: 16 jul. 2015.

GOODFIELD. Brincando de Deus: a engenharia genética e a manipulação da vida. Tradução Regina Regis Junqueira. Belo Horizonte: Itatiaia, 1994. 208 p. Tradução de: Playing God:

genetic engineering and the manipulation of life.

HABERMAS, Jürgen. O Futuro da Natureza Humana: A caminho de uma eugenia liberal? Tradução Karina Jannini. 2. ed. São Paulo: Marins Fontes, 2010. 159 p. Tradução de: Die Zukunft Der Menschlichen Natur: Auf Dem Weg Zu Einer Liberalen Eugenik?

JUNGES, José Roque. Bioética perspectivas e desafios. São Leopoldo: Unisinos, 1999. 322 p.

MELO, Helena Pereira de. Manual de Biodireito. Coimbra: Almedina, 2008. 299 p.

OLIVEIRA, José Sebastião de; HAMMERSCHMIDT, Denise. Genoma Humano: Eugenia e Discriminação Genética. Revista Jurídica Cesumar, Maringá, v.8, n. 1, p. 179-191, 2008.

Disponível em: < http://periodicos.unicesumar.edu.br/index.php/revjuridica/article/view/728/564 >. Acesso em: 16 jul. 2015.

SAMPAIO, Laura Cristina Ferreira. A existência ética e religiosa em Kierkegaard: continuidade ou ruptura? 2010. 180 f. Tese (Doutorado em Filosofia) – Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2010. Disponível em:

< http://www.dfmc.ufscar.br/uploads/publications/4f04957cdcc7d.pdf >. Acesso em: 22 jul. 2015.

SILVA, Reinaldo Pereira e. Introdução ao Biodireito: Investigações político-jurídicas sobre o estatuto da concepção humana. São Paulo: LTr, 2002. 391 p.




DOI: http://dx.doi.org/10.26668/IndexLawJournals/2525-9695/2015.v1i1.21

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


Licença Creative Commons
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.