REFORMA AGRÁRIA CONSTITUCIONAL E O PROCESSO DE FINANCEIRIZAÇÃO DA TERRA RURAL

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Paulo Henrique Faria
Eriberto Francisco Bevilaqua Marin

Resumo

O trabalho em comento tem por objeto promover o debate acerca do instituto da reforma agrária, previsto no âmbito da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, relacionando-o ao processo atual de financeirização da terra. Esse objetivo tem sua razão de ser frente as tentativas de mudanças legislativas que se avolumaram nos últimos anos (entre 2016 a 2022) as quais resultaram em um movimento de contrarreforma agrária e de incentivo à financeirização das terras rurais. Por essa razão, visando compreender o objetivo aqui proposto se buscará analisar quatro municípios brasileiros, sendo eles Presidente Prudente-SP, Sertãozinho-SP, Vera-MT e Jataí-GO, para demonstrar o potencial de lucro líquido médio da exploração da cultura de soja nas referidas regiões, a fim de expor a potencial vantagem financeira aferida frente à sua exploração. Por intermédio de uma pesquisa dedutiva, voltada à doutrina agrarista o presente estudo se volatará à uma revisão legislativa, possibilitando verificar se os objetivos e hipóteses de pesquisa se concretizaram.

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Como Citar
FARIA, Paulo Henrique; MARIN, Eriberto Francisco Bevilaqua. REFORMA AGRÁRIA CONSTITUCIONAL E O PROCESSO DE FINANCEIRIZAÇÃO DA TERRA RURAL. Revista de Direito Ambiental e Socioambientalismo, Florianopolis, Brasil, v. 9, n. 1, p. 105 – 123, 2023. DOI: 10.26668/IndexLawJournals/2525-9628/2023.v9i1.9728. Disponível em: https://indexlaw.org/index.php/Socioambientalismo/article/view/9728. Acesso em: 12 nov. 2024.
Seção
Artigos
Biografia do Autor

Paulo Henrique Faria, Universidade Federal de Goiás (UFG)

Mestrando em Direito Agrário pelo Programa de Pós-graduação em Direito Agrário da Universidade Federal de Goiás (PPGDA/UFG). Pós-graduado em Direito Público pela Faculdade de Anicuns/Rede Juris. Pós-graduado em Advocacia Empresarial pelo Centro Universitário Una em parceria com a Ordem dos Advogados do Brasil, Seção São Paulo (OAB/SP). Curso de Extensão em Direito Público pela Faculdade Damásio. Curso Geral de Propriedade Intelectual (DL 101P BR) - WIPO - World Intellectual Property Organization (WIPO). Curso Especializado sobre Noções Básicas das Patentes (DL-170) - WIPO - World Intellectual Property Organization (WIPO). Exerceu o cargo de Assistente de Juiz de Direito (2015-2016). Atualmente é Advogado inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil - Seção de Goiás. Professor universitário na Faculdade Almeida Rodrigues (FAR). Professor na Escola Superior de Advocacia de Goiás (ESA-GO)

Eriberto Francisco Bevilaqua Marin, Universidade Federal de Goiás (UFG)

Possui graduação em Direito pela Universidade Federal de Santa Maria (1987), mestrado em Teoria do Estado e Direito Constitucional pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1993) e doutorado em Direito Constitucional pela Universidade Federal de Minas Gerais (2003). Exerceu os cargos de Chefe do Departamento de Formação Básica e Complementar da Faculdade de Direito da UFG (2001-2002), Coordenador do Curso de Graduação da Faculdade de Direito (2002-2005), Vice-Diretor da Faculdade de Direito da UFG (2003-2005), Diretor da Faculdade de Direito da UFG (2006-2009), Vice-Reitor da Universidade Federal de Goiás (2010-2013) e Assessor do Reitor da UFG (2014 e 2018-2021). Atualmente é Professor Titular do curso de graduação em Direito e Programa de Mestrado e Doutorado em Direito Agrário da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Goiás, Membro do Conselho Editorial da Revista da Faculdade de Direito da UFG, Ordem dos Advogados do Brasil - Seção de Goiás. Tem experiência na área de Direito Constitucional e Direito administrativo, com atuação nos seguintes temas: Direito constitucional, Teoria da Constituição, Direitos fundamentais, Direito agrário constitucional, Políticas Públicas e Jurisdição constitucional.

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