SOBRE A JUSTIÇA NO HORIZONTE DA PHRONESIS: LEITURAS DA ÉTICA A NICÔMACO DE ARISTÓTELES

Conteúdo do artigo principal

Leandro José de Souza Martins

Resumo

Este texto visa recordar as principais lições de uma ética da excelência centralizada na Justiça, conforme apresentada na Ética a Nicômaco de Aristóteles. A reflexão quer enxergar a noção de justiça como prática da sensatez humana (phronesis). A sensatez é a operação própria da alma humana, condição fundamental para toda ação que se quer para o bem (enquanto telos). Pela sensatez, o humano, dispõe-se a refletir sobre sua maneira de ser e agir e, dentro daquilo que se coloca como justo, abre-se na perspectiva de pensar melhor sobre si, sua ação e seus fins, superando os limites de uma situação particular (práxis). A razão se encontra pelo fato de cada homem poder se dispor ao alcance dos melhores fins (eudaimonia), e, ao mesmo tempo, reconhecendo-se como limitado, procura superar tal condição pela vida em comunidade (politiké). Poder compreender-se de antemão como restrito, mas, ao mesmo tempo, como alguém destinado à comunhão com outros, torna o homem propenso ao exercício do justo, visto a partir e para a concreção da sensatez.

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Detalhes do artigo

Como Citar
MARTINS, Leandro José de Souza. SOBRE A JUSTIÇA NO HORIZONTE DA PHRONESIS: LEITURAS DA ÉTICA A NICÔMACO DE ARISTÓTELES. Revista de Argumentação e Hermeneutica Jurídica, Florianopolis, Brasil, v. 4, n. 2, p. 118–138, 2018. DOI: 10.26668/IndexLawJournals/2526-0103/2018.v4i2.4879. Disponível em: https://indexlaw.org/index.php/HermeneuticaJuridica/article/view/4879. Acesso em: 24 jun. 2025.
Seção
Artigos

Referências

ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Trad. António de Castro Caeiro. São Paulo: Atlas, 2009.

ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Tradução, textos adicionais e notas Edson Bini. São Paulo: EDIPRO, 2014. (Série Clássicos Edipro).

AUBENQUE, Pierre. A Prudência em Aristóteles. 2.ed. Trad. Marisa Lopes. São Paulo: Discurso Editoria; Paulus, 2008.

BARRETTO, Vicente de Paulo (org.). Dicionário de Filosofia do Direito. São Leopoldo: Unisinos, 2006.

BITTAR, Eduardo C. B. A Justiça em Aristóteles. São Paulo: Forense Universitária, 2004.

BITTAR, Eduardo C. B; ALMEIDA, Guilherme de Assis. Curso de Filosofia do Direito. 4.ed. Atlas, 2005. (Atlas Jurídica).

BYWATER, J. Aristotle's Ethica Nicomachea. Oxford: Clarendon Press, 1894. Disponível em http://www.perseus.tufts.edu. Acesso 17 de agosto de 2018.

FERRATER MORA, José. Dicionário de Filosofia. SP: Loyola, 2001. 4 vols.

GUARIGLIA, Osvaldo. La Ética en Aristóteles: o la moral de la virtud. Buenos Aires: Eudeba, 1997.

HUGHES, Gerard J. Aristotle on ethics. London: Routledge, 2001.

JAEGER, Werner. Aristóteles: bases para la historia de su desarollo. Trad. José Gaos. México: Fondo de Cultura Económica, 1994a.

KRAUT, Richard. Aristotle’s Ethics. Disponível em http://plato.stanford.edu/entries/aristotle-ethics/. Acesso em 17 de dezembro de 2007.

LIDDELL, Henry George; SCOTT, Robert. An Intermediate Greek-English Lexicon. Oxford: Clarendon Press, 1889.

LIDDELL, Henry George; SCOTT, Robert. A Greek-English Lexicon. Revised and augmented throughout by Sir Henry Stuart Jones with the assistance of Roderick McKenzie. Oxford: Clarendon Press, 1996.

MACINTYRE, Alasdair. Depois da virtude: um estudo em teoria moral. Tradução Jussara Simões. Revisão técnica Helder Buenos Aires de Carvalho. Bauru: EDUSC, 2001.

REALE, Giovanni. Introdução a Aristóteles. Trad. Eliana Aguiar. Rio de Janeiro: Contraponto, 2012.

ROSS, David. Aristóteles. Trad. Luís Filipe Bragança S. S. Teixeira. Lisboa: Dom Quixote, 1987.

SANDEL, Michael. Justiça: o que é fazer a coisa certa. Trad. Heloísa Matias e Maria Alice Máximo. 6.ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2012.

VILLEY, Michel. Filosofia do Direito. São Paulo: Martins Fontes, 2005. (Justiça e Direito).

WOLF, Ursula. A Ética a Nicômaco de Aristóteles. Trad. Enio Pualo Giachini. São Paulo: Loyola, 2010.

ZIGANO, Marco. (coord). Sobre a Ética Nicomaqueia de Aristóteles: textos selecionados. São Paulo: Odysseus, 2010.