ANÁLISE ECONÔMICA DA LITIGÂNCIA E O CUSTO DA DEMORA

Conteúdo do artigo principal

Alexandre Morais da Rosa
Bárbara Guasque

Resumo

O presente estudo enquadrou a procrastinação judicial como um dos principais gargalos da justiça brasileira, demonstrando que a morosidade deita suas raízes na desmesurada quantidade de processos que tramita atualmente. Diante dessa constatação, efetuou-se uma Análise Econômica da Litigância. Essa análise teve por fito identificar os fatores que impulsionam a litigância sensivelmente mais elevada que em outros países, assim como as externalidades negativas produzidas pelo uso desmedido da tutela jurisdicional, o que foi efetuado nesse estudo levantando a problemática do irrestrito acesso à justiça e da sua utilização abusiva e oportunista. Ao fim do estudo, foram aventadas algumas medidas com intuito de reduzir os incentivos à litigância e controlar o exacerbado número de processos que sobrecarregam o Poder Judiciário, produzindo nocivas externalidades negativas no ambiente de negócios e no desenvolvimento econômico do país.

Downloads

Detalhes do artigo

Como Citar
ROSA, Alexandre Morais da; GUASQUE, Bárbara. ANÁLISE ECONÔMICA DA LITIGÂNCIA E O CUSTO DA DEMORA. Revista de Direito Brasileira, Florianopolis, Brasil, v. 38, n. 14, p. 294–321, 2025. DOI: 10.26668/IndexLawJournals/2358-1352/2024.v38i14.9935. Disponível em: https://indexlaw.org/index.php/rdb/article/view/9935. Acesso em: 18 mar. 2025.
Seção
PARTE GERAL
Biografia do Autor

Alexandre Morais da Rosa, UNIVALI

Doutor em Direito (UFPR), com estágio de pós-doutoramento em Direito (Faculdade de Direito de Coimbra e UNISINOS). Mestre em Direito (UFSC). Professor do Programa de Graduação, Mestrado e Doutorado da UNIVALI. Juiz de Direito do TJSC. Membro do Comitê de Governança de Tecnologia da Informação - CGOVTI no âmbito do TJSC (2022-2024). Membro Honorário da Associação Ibero Americana de Direito e Inteligência Artificial/AID-IA. Pesquisa Novas Tecnologias, Big Data, Jurimetria, Decisão, Automação e Inteligência Artificial aplicadas ao Direito Judiciário, com perspectiva transdisciplinar. Coordena o Grupo de Pesquisa SpinLawLab (CNPq UNIVALI)

Bárbara Guasque, UNIVALI

Doutora em Ciência Jurídica pela Universidade do Vale do Itajaí (Brasil), com estágio de pós doutoramento pela mesma Universidade.  Doutora em Direito pela Universidade de Alicante (Espanha). Mestre em Direito Econômico pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Advogada. Pesquisadora do SpinLawLab (UNIVALI).

Referências

ALMEIDA, Gregório Assagra de. Direito Processual coletivo brasileiro. São Paulo: Saraiva, 2003, p. 496.

ANÁLISE JUSTIÇA. Supremo e Superior Tribunal. Análise Editorial, São Paulo, 2006. Disponível em: < http://www.analise.com/site/edicoes_especiais/exibe/12/analise-justica >

BANCO MUNDIAL. Doing Business 2006. Doing Business em Brasil – Grupo Banco Mundial. Disponível em: < http://portugues.doingbusiness.org/data/exploreeconomies/brazil/ > Acesso em 08. Fec. 2018.

BANCO MUNDIAL. Making justice count: measuring and improving judicial performance in Brazil. Disponível em: < http://documents.worldbank.org/curated/pt/927921468769735592/Fazendo-com-que-a-justica-conte-medindo-e-aprimorando-o-desempenho-do-judiciario-do-Brasil > Acesso em 17. Mai. 2018.

BANCO MUNDIAL. Doing Business 2019. Doing Business no Brasil. Grupo Banco Mundial. 2019. Disponível em: < http://portugues.doingbusiness.org/data/exploreeconomies/brazil/#enforcing-contracts > Acesso em 08. Fev. 2020.

CAVALCANTE. L. R. Ambiente de Negócios, Insegurança Jurídica e Elementos para a formulação de Políticas Públicas no Brasil. Revista Direito & Desenvolvimento, vol.12, n. 1, p. 82-96, jan./jun. 2021.

CHUAIRI, Silvia Helena. Assistência jurídica e serviço social: reflexões interdisciplinares. Serviço Social & Sociedade, São Paulo: Editora Cortez, v. 22, n. 67, p. 124-132. 2001.

CABRILLO, Francisco; FITZPATRICK, Sean. La economía de la Administración de Justicia. Pamplona: Thomson Reuters, 2011.

CAPPELLETTI, Mauro.; GARTH, Bryant. Acesso à justiça. Tradução Ellen Gracie Nortfleet. Porto Alegre: Sérgio Antônio Fabris, 1988. p. 7-8.

CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Relatório Justiça em números 2022: Ano-base 2021. Brasília: CNJ, 2022. Disponível em: < https://www.cnj.jus.br/wp-content/uploads/2022/09/justica-em-numeros-2022.pdf > Acesso em 06. nov.2022.

COUTO, Sérgio. Justiça Rápida depende de vontade política. Revista da Escola Nacional da Magistratura, a. III, 5. ed. Brasília: ENM, 2008.

DA ROS, Luciano. O custo da Justiça no Brasil: uma análise comparativa exploratória. Newsletter. Observatório de elites políticas e sociais do Brasil. NUSP/UFPR, v. 2, p. 1-15, 2015.

FACHADA, Pedro; FIGUEIREDO, Luiz Fernando; LUNDBERG, Eduardo. Sistema Judicial e Mercado de Crédito no Brasil. Notas Técnicas do Banco Central do Brasil, nº 35, maio/2003.

FREITAS, Rodrigo Leme. Coisa julgada nas ações coletivas: aspectos gerais, controvérsias e a adequação do modelo à realidade brasileira. Âmbito Jurídico. Disponível em: < http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=15079 > Acesso em 04. Jun. 2018.

FRIEDE, Reis. O Judiciário mais caro do mundo. Estadão. Disponível em: < http://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,o-judiciario-mais-caro-do-mundo,10000060068 > acesso em 07. Fev. 2018.

GICO JÚNIOR, Ivo Teixeira. A Tragédia do Judiciário. Revista de Direito Administrativo, Rio de Janeiro, v. 267, p. 163-198, set./dez. 2014. Disponível em: < bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rda/article/viewFile/46462/44453 > Acesso em 02. Mai. 2018.

HARDIN, Garrett. A Tragédia dos Comuns. Tradução de Jose Roberto Bonifacio. Disponível em: < https://edisciplinas.usp.br/mod/resource/view.php?id=1653315 > acesso em 25. Dez. 2017.

IPEA. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Disponível em < http://www.ipea.gov.br/ > Acesso em 08. Mai. 2018.

LORIZIOA, Marilene; GURRIERIA, Antonia Rosa. Efficiency of Justice and Economic Systems, Procedia Economics and Finance, Volume 17, 2014, Pgs 104-112.

MANKIW, N. Gregory. Princípios de Microeconomia. Tradução da 6º ed Norte –Americana por Allan Vidigal Hastings; Elisete Paes e Lima; Ez2 Translate. São Paulo: Cengage Learning, p. 204. Título original: Principles of microeconomics.

MORA-SANGUINETTI, Juan S. Evidencia reciente sobre los efectos económicos del funcionamiento de la Justicia en España. Banco de España. Boletim Económico, Enero 2016. Disponível em: < https://www.bde.es/f/webbde/SES/Secciones/.../be1601-art3.pdf > acesso em 14. Abr. 2018.

INSTITUTO BRASILEIRO DE ÉTICA CONCORRENCIAL. O Custo Justiça na Economia. Revista ETCO, Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial, nº 5, ano 3, setembro, 2006.

PALMUBO, G.; GIUPPONI, G.; NUNZIATA, L., MORA-SANGUINETTI, J. S. The economics of civil justice: new cross-country data and empirics. OECD Economics Department Working Papers, No. 1060, 2013.

PASTOR PRIETO, Santos. Ah de La Justicia. Politica Judicial y Economia, Madrid: Editorial Civitas, 1993, p. 238.

PASTOR PRIETO, Santos. Fundamentos de economía de la justicia y política judicial (II). Revista Herri Ekonomiaz – Economía Publica, nº 6, 1990.

PINHEIRO, A. C. Impacto sobre o crescimento: uma análise conceitual. In: Judiciário e economia no Brasil [online]. Rio de Janeiro: Centro Edelstein de Pesquisas Sociais, 2009. Disponível em: < http://books.scielo.org >. Acesso em 10. fev. 2018.

PINHEIRO, A. C. Judiciário e economia no Brasil [online]. Rio de Janeiro: Centro Edelstein de Pesquisas Sociais, 2009, p. 118. Disponível em: < http://books.scielo.org >. Acesso em 10. fev. 2018.

SHAVELL, Steven. The social versus the private incentive to bring suit in a costly legal system, Journal of Legal Studies, 11, pág. 333-339.

SURIÑACH, Jordi et al. Impacto económico del sistema de ejecución de sentencias judiciales y propuestas de mejora. Universitat de Barcelona; Cambra de Comerç de Barcelona. Barcelona, diciembre de 2017. Disponível em: < www.cambrabcn.org/.../EJECUCIONES_SENTENCIAS.../32f603 > acesso em 18. Abr. 2018.

WORLD JUSTICE PROJECT. Access to Justice 2019. Disponível em: < https://worldjusticeproject.org/sites/default/files/documents/Access-to-Justice-2019-Brazil.pdf > acesso em 06 nov. 2022.