O PROBLEMA DA VINGANÇA PRIVADA (AUTOTUTELA): ENTRE O MINIMALISMO GARANTISTA E O ABOLICIONISMO RADICAL

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Ney Menezes de Oliveira Filho
Alessandra Rapacci Mascarenhas Prado
http://orcid.org/0000-0001-9001-653X

Resumo

O estudo parte do questionamento sobre a legitimação da pena, considerando os linchamentos praticados no Brasil, a despeito da intervenção crescente do sistema penal. O objetivo é analisar como é tratada a relação entre vingança privada e legitimação da pena nos discursos garantistas e abolicionistas. A metodologia utilizada foi descritiva e exploratória: revisão bibliográfica, para explicitar as principais características das perspectivas teóricas citadas e o tratamento conferido à autotutela/função da pena; e pesquisa empírica sobre situações de linchamento ocorridas em Salvador/BA, fazendo paralelo entre as vinganças pública e privada.

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Como Citar
DE OLIVEIRA FILHO, Ney Menezes; PRADO, Alessandra Rapacci Mascarenhas. O PROBLEMA DA VINGANÇA PRIVADA (AUTOTUTELA): ENTRE O MINIMALISMO GARANTISTA E O ABOLICIONISMO RADICAL. Revista de Criminologias e Politicas Criminais, Florianopolis, Brasil, v. 4, n. 1, p. 61–81, 2018. DOI: 10.26668/IndexLawJournals/2526-0065/2018.v4i1.4284. Disponível em: https://indexlaw.org/index.php/revistacpc/article/view/4284. Acesso em: 24 nov. 2024.
Seção
Artigos
Biografia do Autor

Ney Menezes de Oliveira Filho, Universidade do Estado da Bahia - UNEB

Mestre, PPGF/UCSAL; Doutorando, PPGD/UFBA. Professor de Direito Penal do Curso de Direito da UNEB.

Alessandra Rapacci Mascarenhas Prado, Universidade Federal da Bahia - UFBA

Possui Graduação em Direito pela UFBA, Mestrado e Doutorado em Direito pela PUC-SP. Foi pesquisadora visitante da Universidade de Utrecht - Holanda. É Professora de Direito Penal da Faculdade de Direito e do PPGD da UFBA e do Curso de Direito da UNIJORGE; membro do Conselho Penitenciário do Estado da Bahia.

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