VIOLÊNCIA DE GÊNERO E LEI MARIA DA PENHA: CONSIDERAÇÕES CRÍTICAS SOBRE A INSERÇÃO OBRIGATÓRIA DO AGRESSOR EM PROGRAMAS DE RECUPERAÇÃO OU ATENDIMENTO EM GRUPO COMO MEDIDA PROTETIVA DE URGÊNCIA

Conteúdo do artigo principal

Samia Moda Cirino
http://orcid.org/0000-0003-4209-0350
Bruna Azevedo de Castro

Resumo

O artigo analisa as novas medidas protetivas obrigatórias estipuladas na Lei 11.340/2006, de inserção do agressor em programas ou atendimento voltados à reeducação. A análise é realizada segundo a criminologia crítica feminista. Essa vertente permite questionar a legitimidade das medidas punitivistas em relação à violência contra a mulher, especialmente no que tange à seletividade do sistema penal. Verificou-se que as novas medidas preventivas implicam antecipação de punibilidade para aquele que sequer se enxerga como violador de direitos. Ainda, é apontada a necessidade de ressignificação das categorias de sexo e gênero para subverter a lógica opressora das relações de gênero.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Detalhes do artigo

Como Citar
CIRINO, Samia Moda; DE CASTRO, Bruna Azevedo. VIOLÊNCIA DE GÊNERO E LEI MARIA DA PENHA: CONSIDERAÇÕES CRÍTICAS SOBRE A INSERÇÃO OBRIGATÓRIA DO AGRESSOR EM PROGRAMAS DE RECUPERAÇÃO OU ATENDIMENTO EM GRUPO COMO MEDIDA PROTETIVA DE URGÊNCIA. Revista de Gênero, Sexualidade e Direito, Florianopolis, Brasil, v. 6, n. 1, p. 63–79, 2020. DOI: 10.26668/2525-9849/Index_Law_Journals/2020.v6i1.6461. Disponível em: https://indexlaw.org/index.php/revistagsd/article/view/6461. Acesso em: 25 nov. 2024.
Seção
Artigos
Biografia do Autor

Samia Moda Cirino, Curso de Graduação em Direito e Programa de Mestrado Profissional em Direito Faculdades Londrina (FL).

Doutora em Direito pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Mestre em Direito e Bacharel em Direito pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Professora no curso de Graduação em Direito e do Programa de Mestrado Profissional em Direito das Faculdades Londrina (FL) e na Pós-Graduação em Direito do Instituto de Direito Constitucional e Cidadania (IDCC). Pesquisadora do Grupo de Pesquisa Liberdades em Disputa (UEL)

Bruna Azevedo de Castro, Curso de Graduação em Direito Centro Universitário Integrado Brasil. Curso de Graduação em Direito e Programa de Mestrado Profissional em Direito Faculdades Londrina (FL).

Doutora em Direito pela Faculdade Autônoma de Direito (FADISP). Mestre em Direito pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). Bacharel em Direito pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Professora do Curso de Graduação em Direito do Centro Universitário Integrado Brasil e do Curso de Graduação em Direito e Mestrado Profissional em Direito da Faculdades Londrina (FL). Professora da Pós-Graduação em Direito do Instituto de Direito Constitucional e Cidadania (IDCC). 

Referências

ANDRADE, C. D. Por uma criminologia crítica feminista. Revista Espaço Acadêmico (UEM), v. 16, p. 14-25, 2016.

ANDRADE, Vera Regina Pereira de. Criminologia e feminismo: da mulher como vítima à mulher como sujeito de construção da cidadania. In: CAMPOS, Carmen Hein de. Criminologia e feminismo. Porto Alegre: Sulina, 1999.

______. Criminologia em pedaços: manifesto por uma aliança para a brasilidade. Boletim IBCCRIM, São Paulo, v. 28, n. 328, p. 23-26., mar. 2020.

BATISTA, Vera Malaguti. Introdução crítica à criminologia brasileira. Rio de Janeiro: Revan, 2011.

BORGES, Juliana. Encarceramento em masssa. São Paulo: Sueli Carneiro; Pólen, 2019.

BUTLER, Judith. Cuerpos que importan: sobre los limites materiales y discursivos del "sexo". 1ª ed. Buenos Aires: Paidós, 2002.

______. Desdiagnosticando o gênero. In Physis Revista de Saúde Coletiva. Rio de Janeiro. 19[1], 2009, p. 95-126.

______. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. 8ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2015.

_____. Quadros de guerra: quando a vida é passível de luto? 1ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2015.

______. Relatar a si mesmo: crítica da violência ética. 1.ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2015.

_______. Vida precária: os poderes do luto e da violência. 1ª ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2019.

DAVIS, Ângela. Estarão as prisões obsoletas? Trad. Marina Vargas. Rio de Janeiro: Difel, 2018.

DIAS, Maria Berenice. A Lei Maria da Penha na justiça: a efetividade da Lei 11.340/2006 de combate à violência doméstica e familiar contra a mulher. São Paulo: RT, 2007.

GERMANO, Idilva Maria Pires; MONTEIRO, Rebeca Áurea Ferreira Gomes; LIBERATO, Mariana Tavares Cavalcanti. Criminologia Crítica, Feminismo e Interseccionalidade na Abordagem do Aumento do Encarceramento Feminino. Psicologia: ciência e profissão, Brasília , v. 38, n. spe2, p. 27-43, 2018.

MARTINS, Fernanda; GAUER, Ruth M. C.. Poder Punitivo e Feminismo: percursos da criminologia feminista no Brasil. Revista Direito e Práxis., Rio de Janeiro , v. 11, n. 1, p. 145-178, Mar. 2020.

SÁ, Alvino Augusto de. Criminologia clínica e psicologia criminal. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2007.

SANTOS, C. M; PASINATO, W. Violência contra as Mulheres e Violência de Gênero: Notas sobre Estudos Feministas no Brasil. Estudios Interdisciplinários de America Latina y El Caribe, v.16, nº 1, p.147-164. Israel: Universidade de Tel Aviv, 2005.