DIREITOS DE NOME: UMA ALTERNATIVA DE ARRECADAÇÃO?

Igor de Lucena Mascarenhas, Rodrigo Lucas Carneiro Santos

Resumo


A sociedade está em constante evolução e o mercado tende a acompanhar tal mudança. Em um período em que há uma flagrante dificuldade de autofinanciamento das empresas, os naming rights surgem como uma alternativa para captação de recursos. Ocorre que essa alternativa de arrecadação precisa da atuação da mídia, que deve comunicar os nomes tais como forem comercializados. Todavia, as redes de comunicação afirmam que os naming rights representam uma medida de ambush marketing, que minimiza a arrecadação publicitária da própria mídia. Esta é a razão pela qual estes se recusam a citar o nome das empresas que adquirem os direitos de nome. Esse conflito entre o direito ao nome e a liberdade de mídia tem causado intenso debate no âmbito comercial, pois o valor investido não encontra contrapartida. O presente trabalho, através de uma análise bibliográfica, pretende apresentar os naming rights em seus aspectos civis-constitucionais, com uma análise que usará de exemplos para explicar a temática.


Palavras-chave


Discurso empresarial, Direitos de nome, Arrecadação de recursos

Texto completo:

PDF

Referências


ABDO, Helena. Mídia e processo. São Paulo: Saraiva, 2011.

ALEXY, Robert. Teoria dos direitos fundamentais. São Paulo: Malheiros, 2015.

ANTUNES, José A. Engrácia. Direito dos contratos comerciais. 2 Reimp. Coimbra: Almedina, 2012.

ARAÚJO, Fernando. Teoria económica do contrato. Coimbra: Almedina, 2007.

ARRUDA, Mauro J. G. O "Ambush Marketing" na Copa do Mundo de Futebol. Disponível em http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI106273,21048- O+Ambush+Marketing+na+Copa+do+Mundo+de+Futebol. Acesso em 27 de julho de 2015.

BAHIA, Juarez. Jornal, história e técnica: história da imprensa brasileira. São Paulo: Ática, 1990.

BARTOW, Ann. Trademarks of privilege: naming rights and the physical public domain. UC Davis Law Review, Vol. 40, pp. 919 - 969, 2007.

BASSO, Maristela. Comentários ao artigo 5º, inciso XXIX. In CANOTILHO, J. J. Gomes; MENDES, Gilmar F.; SARLET, Ingo W.; STRECK, Lenio L. (Coords.). Comentários à Constituição do Brasil. São Paulo: Saraiva/Almedina, 2013.

BLOCHER, Joseph. School naming rights and the First Amendment's perfect storm. Georgetown Law Journal, Vol. 96, pp. 1-59, 2007.

CABRAL, André Luiz Cavalcanti; FEITOSA, Maria Luiza Pereira Alencar Mayer. A marca como categoria do direito do desenvolvimento e seu possível papel no contexto do direito ao desenvolvimento. In FERRAZ, Carolina Valença et al (Coords.). Direito e desenvolvimento humano sustentável. São Paulo: Verbatim, 2013, p. 51-72.

CANOTILHO, J. J. Gomes. Direito constitucional e Teoria da Constituição. 7 ed. Coimbra: Almedina, 2003.

CARVALHO, L. G. Grandinetti Castanho de. Liberdade de informação e o direito difuso à informação verdadeira. Rio de Janeiro: Renovar, 2003.

COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de Direito Comercial. Empresa e estabelecimento. Títulos de crédito. Vol.1. 15 ed. São Paulo: Saraiva, 2011.

CONGRESSO MUNDIAL DA FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DE JORNALISTAS. Declaração de Princípios para a Conduta dos Jornalistas. Adotada em 28 de abril de 1954.

DUARTE, Nestor. Comentário ao art. 52. In PELUSO, Cezar. Código Civil comentado: doutrina e jurisprudência. 5 ed. Barueri: Manole, 2011.

FEITOSA, Maria Luiza Pereira de Alencar Mayer. Paradigmas inconclusos: os contratos entre a autonomia privada, a regulação estatal e a globalização dos mercados. Coimbra: Coimbra Editora, 2007.

GARCIA, Emerson. Conflito entre normas constitucionais. Esboço de uma Teoria Geral. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2008.

GODINHO, Adriano Marteleto. Direito ao próprio corpo: direitos da personalidade e os atos de limitação voluntária. Curitiba: Juruá, 2014.

GUERRA, Sidney Cesar Silva. A liberdade de imprensa e o direito à imagem. São Paulo: Renovar, 2004.

MANSUR, Monica Tereza; ANDRADE, Ronaldo Alves. Verdade, mentira e imprensa na sociedade da informação. In PAESANI, Liliana Minardi. O Direito na Sociedade da Informação III: A evolução do Direito Digital. São Paulo: Atlas, 2013, p. 71-111

MARQUES, Claudia Lima. O “diálogo das fontes” como método da nova teoria geral do direito: um tributo à Erik Jayme. In (Coord.). Diálogo das fontes. Do conflito à

coordenação de normas do direito brasileiro. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2012.

MORAIS, Carlos Blanco de. Curso de Direito Constitucional. Teoria da Constituição em tempo de crise do Estado Social. Tomo II. Vol. 2. Coimbra: Coimbra Editora, 2014.

NERY JUNIOR, Nelson; NERY, Rosa Maria de Andrade. Código Civil comentado. 8 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2011.

NERY, Tarcisio. Craques, organização e sucesso com o público: futebol vira febre nos EUA. Disponível em http://majorleaguesoccer.com.br/craques-organizacao-e-sucesso-com-o- publico-futebol-vira-febre-nos-eua/. Acesso em 13 de agosto de 2015.

NEVES, Marcelo. Transconstitucionalismo. São Paulo: Martins Fontes, 2013.

O ESTADO DE SÃO PAULO. Itaipava investe R$100 milhões e vai dar nome para a Fonte Nova. Disponível em http://esportes.estadao.com.br/noticias/futebol,itaipava-investe-r-100- milhoes-e-vai-dar-nome-para-a-fonte-nova,1015636. Acesso em 11 de agosto de 2015.

PERLINGIERI, Pietro. Perfis de Direito Civil – Introduçào ao Direito Civil Constitucional. Rio de Janeiro: Renovar, 2002.

SARMENTO, Daniel. Comentários ao artigo 5º, inciso IV. In CANOTILHO, J. J. Gomes; MENDES, Gilmar F.; SARLET, Ingo W.; STRECK, Lenio L. (Coords.). Comentários à Constituição do Brasil. São Paulo: Saraiva/Almedina, 2013.

SCHREIBER, Anderson. Direito Civil e Constituição. São Paulo: Atlas, 2013.

SEN, Amartya. Desenvolvimento como liberdade. Tradução de Laura Teixeira Motta. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.

SIMON, Luis Augusto. Plim plim x Te dá asaaaaaas: uma briga que não tem santinhos. Disponível em http://blogdomenon.blogosfera.uol.com.br/2015/01/27/plim-plim-x-te-da- asaaaaaas-uma-briga-que-nao-tem-santinhos/. Acesso em 12 de agosto de 2015.

SOUSA, Rabindranath V. A. Capelo de. O direito geral de personalidade. Coimbra: Coimbra Editora, 2011.

UOL. Pérolas do Baú: Vasco usou logo do SBT na final de 2000 para provocar a Globo. Disponível em http://uolesportevetv.blogosfera.uol.com.br/2011/11/30/perolas-do-bau-vasco- usou-logo-do-sbt-na-final-de-2000-para-provocar-a-globo/. Acesso em 11 de julho de 2015.




DOI: http://dx.doi.org/10.26668/IndexLawJournals/2526-0243/2015.v1i1.758

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


Revista Brasileira de Direito Civil em Perspectiva, Florianópolis (SC), e-ISSN: 2526-0243

Licença Creative Commons
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.