RESPONSABILIDADE CIVIL E BIOSSEGURANÇA EM LABORATÓRIOS: OS RISCOS ENVOLVENDO A MANIPULAÇÃO DE AGENTES BIOLÓGICOS PATOGÊNICOS

Conteúdo do artigo principal

Andrea Natan de Mendonça

Resumo

A responsabilidade civil em contextos laboratoriais e biológicos, pode ser definida como dever de reparar danos causados a terceiros em virtude de atos ilícitos, imprudência ou negligência. No contexto laboratorial e biológico, a responsabilidade civil pode ser subjetiva, baseada em atos dolosos ou culposos, ou objetiva, onde não é necessário provar a culpa, bastando a relação de causa e efeito entre a ação do responsável e o dano causado. A biossegurança utiliza- se do princípio da prevenção como alicerce, uma vez que os riscos envolvidos podem causar danos a toda comunidade envolvida. Os agentes patogênicos podem ser classificados segundo os riscos biológicos que oferecem, essa categorização desempenha um papel importante na promoção da biossegurança e na proteção da saúde pública e do meio ambiente. Para assegurar a prevenção de acidentes e a contenção de agentes biológicos patogênicos em laboratórios, são necessárias leis de biossegurança. A Lei nº 11.105/2005 é um marco importante no Brasil, estabelecendo normas de segurança e fiscalização sobre OGMs e seus derivados, bem como proteção à saúde humana, animal e do meio ambiente. O Decreto nº 5.591/2005 complementa a legislação, detalhando a implementação prática das normas de biossegurança. Este artigo tem como objetivo destacar a importância da responsabilidade civil, das leis de biossegurança e dos princípios de prevenção, nexo causal e risco criado para garantir um ambiente de trabalho seguro e responsável em contextos laboratoriais e biológicos, assegurando a proteção dos envolvidos e do meio ambiente.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Detalhes do artigo

Como Citar
MENDONÇA, Andrea Natan de. RESPONSABILIDADE CIVIL E BIOSSEGURANÇA EM LABORATÓRIOS: OS RISCOS ENVOLVENDO A MANIPULAÇÃO DE AGENTES BIOLÓGICOS PATOGÊNICOS. Revista de Biodireito e Direito dos Animais, Florianopolis, Brasil, v. 9, n. 2, 2024. DOI: 10.26668/IndexLawJournals/2525-9695/2023.v9i2.10031. Disponível em: https://indexlaw.org/index.php/revistarbda/article/view/10031. Acesso em: 20 nov. 2024.
Seção
Artigos
Biografia do Autor

Andrea Natan de Mendonça, Escola Superior Dom Helder Câmara

Mestre em Ciências Farmacêuticas pela Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL). Doutoranda em Direito Ambiental e Desenvolvimento Sustentável na Escola Superior Dom Helder Câmara (ESDHC). Professora de educação básica na E. E. Professora Nair de Oliveira Santana.

Referências

BENETTI, Giovana. Dolo por defeito informativo: notas sobre o regime de responsabilidade aplicável. RJLB. Ano 9, nº 1, 535-574, 2023.

BORBA, C. M.; ARMÔA, G. R. G. Biossegurança em laboratórios de microbiologia. Microbiologia in Foco. São Paulo, v. 2, p. 13-19, 2007.

BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, [2016]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/ Constituiçao.htm. Acesso em: 1 ago. 2023.

BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2022. Institui o Código Civil. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, ano 139, n. 8, p. 1-74, 11 jan. 2022.

BRASIL. Lei n. 11.105 de 24 de março de 2005. Regulamenta os incisos II, IV e V do § 1º do art. 225 da Constituição Federal, estabelece normas de segurança e mecanismos de fiscalização de atividades que envolvam organismos geneticamente modificados – OGM e seus derivados [...]. In: Diário Oficial da União, 28 de março de 2005. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/lei/l11105.htm. Acesso em: 15 ago. 2023.

BRASIL. Ministério Da Saúde. Secretaria De Ciência, Tecnologia E Insumos Estratégicos. Departamento De Ciência E Tecnologia. Classificação de risco dos agentes biológicos. Ministério da Saúde, 2006.

CAVALIERI FILHO, Sérgio. Programa de responsabilidade civil. São Paulo, Atlas, p. 158, 2007.

COSTA, M. A. F. Protegendo a Vida. Revista Proteção, fev. p.46-47, 1999.

COSTA, M.A.F., COSTA, M.F.B. Biossegurança: elo estratégico de segurança e saúde no trabalho. Revista CIPA, Ano 23, N.266, p.86-90, 2002.

COSTA, M. A. F. Construção do conhecimento em saúde: o ensino de biossegurança em cursos de nível médio na Fundação Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro. 2005. Tese (Doutorado em Ensino de Biociências em Saúde) - Instituto Oswaldo Cruz da Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2005.

DE OLIVEIRA KOHLER, Graziela; ROCHA, Leonel Severo. Argumentos substanciais da decisão jurídica: Uma observação sistêmica em tempos de riscos biológicos. Revista Direito Mackenzie, v. 17, n. 1, 2023.

FROTA, Elisa Bastos. Lei de biossegurança (Lei n° 11.105/2005). Jus Navigandi, Teresina, ano, v. 15. 2012.

GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo Curso de Direito Civil: Responsabilidade Civil. 18. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2019.

_______________________ Manual de Direito Civil. 6. Ed. São Paulo: Saraiva Jur, 2022.

GARCIA, Leila Posenato; ZANETTI-RAMOS, Betina Giehl. Gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde: uma questão de biossegurança. Cadernos de Saúde Pública, v. 20, p. 744-752, 2004.

ISHAQUE, S.; ARSHAD, A.; HAIDERM, A.; FATIMA, F. Biosafety and biosecurity of lab and hospital acquired infections. Biological and Clinical Sciences Research Journal, v. 2021, n. 1, 2021.

NUNES, Graciane Pedó; NOGUEIRA, Carmen Regina Dornelles; PINTO, Muriel. A proteção do meio ambiente e os princípios da prevenção e da precaução. Revista de Direito, v. 15, n. 1, p. 1, 2023.

KRUSE, RH, PUCKETT, WH E RICHARDSON, JH. Armários de segurança biológica. Revisões de microbiologia clínica, 4(2), 207-241, 1991.

LACEN-ES. Laboratório Central de Saúde Pública do Espírito Santo. Manual de Biossegurança. 2ª ed. Vitória, ES: LACEN-ES, 2022. Disponível em: https://saude.es.gov.br/Media/sesa/LACEN/Manuais/MANUAL%20DE%20BIOSSEGURAN%C3%87A%20LACEN-ES%20REV%2002.pdf Acesso em: 26 jul. de 2023.

PENNA, P. M. M.; AQUINO, D.D.; CASTANHEIRA, I.V.; BRANDI, A.S.R.; CANGUSSU, MACEDO SOBRINHO E.; SARI, R.S.; DA SILVA, M.P.; MIGUEL, A.S.M. Biossegurança: uma revisão. Arquivos do Instituto Biológico, v. 77, p. 555-565, 2010.

PEREIRA E SILVA, Reinaldo. A nova lei brasileira de biossegurança e o instituto da responsabilidade civil. Boletín mexicano de derecho comparado, v. 41, n. 122, p. 885-911, 2008.

PEREIRA, Maria Eveline de Castro; DA COSTA, Marco Antonio Ferreira; BORBA, Cintia de Moraes; JURBERG, Claudia. Construção do conhecimento em biossegurança: uma revisão da produção acadêmica nacional na área de saúde (1989-2009). Saúde e Sociedade. v. 19, p. 395-404, 2010.

POSID, JM, BRUCE, SM, GUARNIZO, JT, O'CONNOR JR, RC, PAPAGIOTAS, SS, & TAYLOR, ML. Emergências e respostas de saúde pública: o que são, quanto tempo duram e de quantos funcionários a sua agência precisa? Biossegurança e Bioterrorismo: Estratégia, Prática e Ciência de Biodefesa, 11(4), 271-279, 2013.

TEIXEIRA, Pedro; VALLE, Silvio. Biossegurança: uma abordagem multidisciplinar. SciELO-Editora FIOCRUZ, 2010.