Governança Ultrajada. Brasil: Uma Rota de Perigo

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Matusalém Gonçalves Pimenta
Eliane Maria Octaviano Martins

Resumo

Este artigo tem como objetivo verificar os riscos assumidos pelo Brasil pelo não cumprimento de uma Resolução Internacional. O método de pesquisa escolhido foi o sistêmico/comparativo. A Organização Marítima Internacional (IMO), no âmbito da praticagem, adotou a Resolução A-960 (23), assumindo a postura de governança global. Houve por bem a estes pesquisadores extrair dessa carta internacional cinco princípios fundamentais. Constatou-se que esses princípios são alvos da preocupação da quase totalidade dos países-membros que, ao observá-los, assumem uma atitude de boa governança. Este trabalho coteja os padrões estabelecidos na resolução sub studio com o atual modelo de praticagem brasileiro, apontando para a violação de alguns desses princípios. Correlaciona, ainda, a transgressão aos preceitos fundamentais com três grandes acidentes marítimos que, infelizmente, escreveram uma história da qual a humanidade não tem de se orgulhar: Exxon Valdez, Sea Empress e Costa Concordia. Por fim, conclui-se que, ao vilipendiar os paradigmas internacionais estabelecidos pela IMO, o Brasil coloca em risco, de forma absolutamente inaceitável, o meio ambiente marinho, a segurança da navegação e a vida humana no mar.

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Como Citar
PIMENTA, Matusalém Gonçalves; MARTINS, Eliane Maria Octaviano. Governança Ultrajada. Brasil: Uma Rota de Perigo. Conpedi Law Review, Florianopolis, Brasil, v. 1, n. 15, p. 161–181, 2016. DOI: 10.26668/2448-3931_conpedilawreview/2015.v1i15.3535. Disponível em: https://indexlaw.org/index.php/conpedireview/article/view/3535. Acesso em: 21 dez. 2024.
Seção
Artigos
Biografia do Autor

Matusalém Gonçalves Pimenta, Doutorando em Direito Ambiental Internacional pela Universidade Católica de Santos.

Professor convidado de Direito Marítimo da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

Eliane Maria Octaviano Martins, Doutora em Direito pela Universidade de São Paulo. Mestre em Direito pela Universidade Paulista Júlio de Mesquita.

Professora do Programa de Doutorado e Mestrado da Universidade Católica de Santos. Presidente da Câmara Arbitral Marítima do Rio de Janeiro. Autora da obra (em três volumes) Curso de Direito Marítimo.

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