O Abandono Afetivo e as Fronteiras da Intervenção Estatal no Âmbito Privatistico dos Indivíduos

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Dirce do Nascimento Pereira
Zilda Mara Consalter

Resumo

Enquanto os laços biológicos preponderavam, as questões jurídicas do universo familiar eram razoavelmente simples. Diante da transformação do cenário familiar, destacando-se o afeto como alicerce da construção e reinvenção das relações, não há como conceber que apenas o amparo material seja suficiente; fator que gera entre os seus membros a responsabilidade pelo descumprimento do dever jurídico da assistência moral, emocional e psicológica. Assim, esta investigação objetiva demonstrar a transformação do pensamento jurídico quanto à afetividade, evidenciando tanto as novas responsabilidades no âmbito familiar quanto na esfera estatal, sugerindo-se certa limitação à atuação deste quanto a alguns aspectos.

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Como Citar
PEREIRA, Dirce do Nascimento; CONSALTER, Zilda Mara. O Abandono Afetivo e as Fronteiras da Intervenção Estatal no Âmbito Privatistico dos Indivíduos. Revista de Direito de Família e Sucessão, Florianopolis, Brasil, v. 2, n. 1, p. 55–74, 2016. DOI: 10.26668/IndexLawJournals/2526-0227/2016.v2i1.863. Disponível em: https://indexlaw.org/index.php/direitofamilia/article/view/863. Acesso em: 21 dez. 2024.
Seção
Artigos
Biografia do Autor

Dirce do Nascimento Pereira, Pontifícia Universidade Católica do Paraná - PUC/PR, Paraná, PR

Mestra em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná - PUC/PR, Paraná, PR, Brasil. Professora na Universidade Estadual de Ponta Grossa - UEPG, Paraná, PR.

Zilda Mara Consalter, Faculdade de Direito do Largo de São Francisco - Universidade de São Paulo - USP, São Paulo, SP

Doutora em Direito Civil pela Faculdade de Direito do Largo de São Francisco - Universidade de São Paulo - USP, São Paulo, SP. Professora da Universidade Estadual de Ponta Grossa, UEPG, Paraná, PR.

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