Brincar para Ser: Um Ensaio Sobre a Importância do Direito Fundamental de Brincar na Construção da Subjetividade

Carolina Lopes de Oliveira

Resumo


O presente artigo tem como objetivo apresentar uma visão sócio-psicanalítica da importância da brincadeira e pretende ressaltar a relevância jurídica do direito de brincar como um direito fundamental. Refletir-se-á sobre o espaço da brincadeira na vida das crianças e dos adultos, passando   pelas   deficiências   dos   modelos   educacionais   predominantes   na   vida contemporânea, e no paradoxo do capitalismo, que se antes se alimentava de homens-máquina

, agora busca cada vez mais indivíduos criativos e inventivos. Para isso, este trabalho busca resgatar considerações presentes na teoria de Donald Woods Winnicott, a fim de discutir a importância da criatividade para a singularidade dos indivíduos, e o papel da brincadeira neste processo, desde a infância até a vida adulta, auxiliando na busca pelo "verdadeiro self". Além da teoria winnicottiana, procurar-se-á analisar a Constituição Federal de 1988 e outros documentos normativos, com o intuito de descobrir se o "direito de brincar" é legalmente reconhecido e qual importância lhe é conferida. Para auxiliar essa empreitada, o livro Vida, criatividade e sentido no pensamento de Winnicott, de Carlos Alberto Plastino, será utilizado, bem como outros trabalhos nas áreas de psicologia, psicanálise e pedagogia.

 


Palavras-chave


Direito de brincar; Winnicott; Criatividade; Verdadeiro e falso self; Contemporaneidade

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DOI: http://dx.doi.org/10.26668/IndexLawJournals/2526-0111/2015.v1i1.744

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