O REPIQUE E A SIMULAÇÃO RELATIVA DA CÉDULA DE PRODUTO RURAL

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Fabrício Muraro Novais
Nivaldo Dos Santos Dos Santos
Lorena Jesuelaine Rodrigues Costa Santos

Resumo

O presente estudo adota por tema os títulos de crédito no agronegócio, destinando atenção especial à CPR emitida com repique, originada a partir de operação de Barter. O problema busca verificar em que medida o repique representa vício do negócio jurídico entabulado entre as partes. A pesquisa se justifica em razão da necessidade de estudo jurídico das operações firmadas no âmbito do agronegócio, principalmente no que diz respeito àquelas destinadas ao fomento privado da atividade agrícola, uma vez que lastreadas de vocábulos e relações econômicas que podem ser desconhecidas por parte de operadores do direito. Dessa forma, se propõe como objetivo geral, verificar se o repique pode ser compreendido como prática de simulação do negócio jurídico, vedada pelo Código Civil. Como objetivos específicos pretende-se: a) apresentar as principais características da CPR; b) identificar a CPR emitida como forma de instrumentalização de Barter; e c) conceituar o repique e verificar sua validade jurídica. Para tanto, adota-se o método dedutivo e axiológico, bem como a pesquisa bibliográfica e documental. A hipótese é de que o repique representa simulação relativa do negócio jurídico, de maneira que as conclusões apontam para a confirmação da hipótese e alcance dos objetivos apresentados.

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Como Citar
MURARO NOVAIS, Fabrício; DOS SANTOS, Nivaldo Dos Santos; RODRIGUES COSTA SANTOS, Lorena Jesuelaine. O REPIQUE E A SIMULAÇÃO RELATIVA DA CÉDULA DE PRODUTO RURAL. Revista de Direito Agrário e Agroambiental, Florianopolis, Brasil, v. 9, n. 1, p. 73 – 91, 2023. DOI: 10.26668/IndexLawJournals/2526-0081/2023.v9i1.9723. Disponível em: https://indexlaw.org/index.php/rdaa/article/view/9723. Acesso em: 28 dez. 2024.
Seção
Artigos
Biografia do Autor

Fabrício Muraro Novais, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS)

Doutor e Mestre em Direito Constitucional pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).  Professor Adjunto da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS). Professor Permanente do Mestrado Profissional em Direito do Agronegócio e Desenvolvimento da Universidade de Rio Verde (UniRV). Foi assessor de Ministra do STJ e de Ministro Presidente do STF. Advogado.

Nivaldo Dos Santos Dos Santos, Universidade Federal de Goias

Graduado em Direito pela Universidade Federal de Goiás (1985), mestrado em História das Sociedades Agrárias pela Universidade Federal de Goiás (1992) e doutorado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1999). Atualmente é professor titular da Pontifícia Universidade Católica de Goiás, e da Universidade Federal de Goiás, secretário especial de ciência e tecnologia do Instituto Goiano de Direito Ambiental,e diretor de desenvolvimento da Associação Goiana dos Advogados. Filiado a SBPC e ao CONPEDI. Tem experiência na área de Direito, com ênfase em Teoria do Estado, atuando principalmente nos seguintes temas: acesso à justiça, direito público, estado, constitucional, propriedade intelectual e atividades agrárias e ambientais. Coordenador do Núcleo de Patentes e Transferência de Tecnologia do estado de Goiás. Coordenador da Rede Estadual de Pesquisa em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia do Estado de Goiás- REPPITTEC/FAPEG.

Lorena Jesuelaine Rodrigues Costa Santos, Universidade de Rio Verde UNIRV

Mestranda em Direito do Agronegócio e Desenvolvimento pela Universidade de Rio Verde (UniRV). Pós-graduada em Direito do Estado pela Universidade Anhaguera – Uniderp. Pós- Graduada em Direito do Agronegócio, meio ambiente e desenvolvimento pela Universidade de Rio Verde. Graduada em direito pela Universidade de Rio Verde, endereço institucional: Fazenda Fontes do Saber, Campus Universitário, anexo ao Bloco IV - CEP: 75.901-970, Rio Verde - Goiás. Advogada militante na área do Direito do Agronegócio e membra da comissão em Direito do Agronegócio subseção Rio Verde (OAB-GO).

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