DO JULGAMENTO DA CIÊNCIA À CIÊNCIA EM JULGAMENTO
Conteúdo do artigo principal
Resumo
O texto de Brecht sobre a vida de Galileu, uma peça de teatro com o título traduzido para português “Vida de Galileu”, serve de mote para a análise que o texto se propõe realizar sobre as intersecções que se estabelecem entre o Direito e a(s) Ciência(s). Ante a importância crescente que a prova dita científica vem granjeando nos processos judiciais, a autora propõe-se indagar qual a visão da ciência que prevalece nos meios judiciais e como esta contribui, em que medida e com que desafios, para o esforço de conhecimento dos factos sujeitos a juízo. O percurso realizado visita, de modo comparativo, as experiências do direito norte-americano e do direito europeu de matriz civilista, em particular o português. Tal como resulta do texto de Brecht sobre o julgamento de Galileu, também o recurso à ciência e a participação dos homens da ciência nos processos judiciais, na nossa actualidade, não se faz sem concessões, compromissos e sacrifícios.
Downloads
Detalhes do artigo
• O(s) autor(es) garante(m) que a contribuição é original e inédita e que não está em processo de avaliação em outra(s) revista(s);
• A revista não se responsabiliza pelas opiniões, ideias e conceitos emitidos nos textos, por serem de inteira responsabilidade de seu(s) autor(es);
• É reservado aos editores o direito de proceder ajustes textuais e de adequação do artigo às normas da publicação.
Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre) emhttp://opcit.eprints.org/oacitation-biblio.html
Referências
ANDRÉS IBAÑEZ, Perfecto. Sobre prueba y motivación, 2007.
BECCARIA, Cesare. Dos delitos e das penas.São Paulo, Martins Fontes, 2005
BONATTI, Roberto. Il giudice e i silenzi della scienza in Decisione giudiziaria e veritá scientifica, Milano: Giuffré ed., 2005.
BRECHT, Bertolt, Vida de Galileu, trad. portuguesa, in “Teatro V”, Portugalia Editora.
BROEDERS, Ton, Decision-making in the forensic arena, in “Legal evidence and proof: statistics, stories, logic”, Surrey: Ashgate, 2009.
CANZIO, Giovanni, Prova scientifica, ricerca della “veritá” e decisione giudiziria nel processo penale, in “Decisione giudiziaria e veritá scientifica, Milano: Giuffré ed., 2005.
CARSETTI, Arturo, “Veritá, decisione razionale e teoria della complessitá”, in Decisione giudiziaria e veritá scientifica, Milano: Giuffré ed., 2005.
DENNIS, The law of evidence, 2nd ed, London, Sweet and Maxwell, 200?
DOMAT, Jean, Lois civiles dans leur order naturel, 2e.ed., Paris, 1695.
DOSI, E., Sul principio del libero convencimento del giudice nel processo penale, Milano: Giuffrè ed., 1957.
ECHEVERRÍA, Javier, Introducción a la Metodología de la Ciencia. La filosofia de la ciencia en el siglo XX, Barcelona: Barcanova, 1994.
FAIGMAN, “Anedoctal forensics, Phrenology and other Abject Lessons from Science History”, in Hastings Law Journal, n.º 59, 2007-2008.
FERRAJOLI, Derecho y Razón, 5ª ed. Madrid: Trotta, 2001.
FOUCAULT, La verdad y las formas jurídicas, 1980.
GASCÓN ABELLÁN, Los hechos en el derecho, 2010.
GEYMONAT. Elementos de Filosofia da ciência, Lisboa: Gradiva, s/d.
GILISSEN, John, La preuve en Europe du XVIe au XIXe siècle, in “La Preuve. II eme partie.
GUSDORF, Georges, La révolution galiléenne, Vol. I, Paris, Payot, 1969.
GUSDORF, De l’histoire des sciences à l’histoire de la pensée, vol. I, Paris: Editions Payot, 1977.
HAACK, Susan, Federal Philosophy of Science: a Reconstruction -and a Deconstruction in “New York University Journal of Law &Liberty”, n. 5, 2010.
HAACK, Susan, Irreconciliable difference?: the troubled marriage of science and law, 2009.
HABERMAS, Técnica e Ciência como “ideologia”, Lisboa: Edições 70, 1997.
HUBER, P., Medical experts and the ghost of Galileo, in “Law and contemporary problems”, vol.54, n.º3, 1991.
JACKSON, John, Managing Uncertainty and finality: the function of the criminal trial in legal inquiry.
JERÓNIMO, Helena Mateus, A peritagem científica perante o risco e a incerteza, in “Análise Social”, vol. XLI (181).
JURS, Andrew, “Balancing legal process with scientific expertise: expert witness methodology in five nations and suggestions for reform of post-Daubert US reliability determinations” in MarquetteLaw Review, vol. 95, 2011-2012.
LÉVY, Jean-Philippe, L’évolution de la preuve. Des origines à nos jours. Synthèse Générale, 1965.
LEVY, Jean-Phillipe, La preuve, des origines à nos jours, in “La prevue”, II partie, Bruxelles: Ed. Librairie Encyclopedique, 1965.
A livre apreciação da prova em processo civil, in “Scientia Ivridica”, Tomo XXXIII, 1984.
MALHERBE, J.F., La philosophie de Karl Popper et le positivisme logique, Paris: PUF, 1976.
MASON, Michael, The scientific evidence problem: a philosophical approach, in “Arizona State Law Journal”, n.º 33, 2001.
MNOOKIN, Jennifer, Scripting expertise: the history of handwritting identification evidence and the judicial construction of reliability, in “Virginia Law Review”, vol. 87, 2001, p. 1723-1845.
MORIARTY, Jane Campbell, “”Misconvictions”, Science and Ministers of Justice”, in Nebraska Law Review, vol. 86, 2007-2008.
OGOLLA, Christopher, “What are the policy implications of the use of epidemiological evidence in mass torts and public health litigation?” in St. Thomas Law Review, vol. 23, 2010-2011.
PINTORE, Anna, El Derecho sin verdad, 2005.
POPPER, K., Conjecturas e refutações, trad. Portuguesa, Coimbra: Almedina, 2003.
POPPER, K., O Realismo e o objectivo da Ciência, trad. portuguesa, Lisboa: D. Quixote, 1987.
ROSSI, Paolo, A ciência e a filosofia dos modernos, São Paulo: Editora da Universidade Estadual Paulista, 1992.
SCHWEITZER e SAKS, “The CSI effect: popular fiction about forensic science affects the public’s expectation about real forensic science”, in Jurimetrics, 47, 2006-2007.
SOUSA, João Henriques Gomes, “A “Perícia” técnica ou científica”, in Julgar, Coimbra: Coimbra Editora-Wolters Kluwer, 15, set/dez 2011.
TARUFFO, M., Consideraciones sobre prueba y motivación, in “Consideraciones sobre la prueba judicial”, Madrid: Fundación Coloquio Jurídico Europeo, 2009
TARUFFO, M. Conoscenza scientifica e decisione giudiziaria.
TASLITZ, Andrew, A feminist approach to social scientific evidence: foundations, in “Michigan Journal of Gender and Law”, vol. 5, 1998-1999.
VERKERK, Remme, Comparative aspects ofexpert evidence in civil litigation, in “The international Journal of evidence and proof”, 2009.
WALTER, Gerhard, Libre apreciación de la prueba. Investigación acerca del significado, las condiciones y limites del libre convencimento judicial, trad. espanhol, Bogotá: Editorial TEMIS, 1985.
Winans v. N.Y. & Erie R.R. Co., 62 U.S. 88,101 (1858)