AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4275: UMA ANÁLISE SOB A ÓTICA DO ATIVISMO JUDICIAL E DAS QUESTÕES DE GÊNERO

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Luana Paixão Dantas do Rosário
http://orcid.org/0000-0001-6276-8697
Manuela Macedo Leal
http://orcid.org/0000-0003-3978-3930

Resumo

A pesquisa abordou o perfil teórico ativista da Suprema Corte Brasileira no julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 4275, na ótica do ativismo judicial em Garapon e Dworkin. Explicitou, ainda, o perfil da abordagem teórica do gênero e do controle dos corpos em procedimentos de interdição a partir de Butler e Foucault. Utilizou para análise os votos do ministro relator Marco Aurélio, do ministro Alexandre de Moraes e do ministro Edson Fachin. O problema residiu em analisar se existiu ativismo judicial, a partir do marco teórico proposto, no julgamento da ADI n. 4275 e se este ativismo rompeu com a matriz teórica de gênero binária e heteronormativa dominante. A hipótese inicial era a de que houve ativismo judicial no julgamento. O método foi o hermenêutico fenomenológico e, quanto à técnica, foi realizada pesquisa documental, com análise qualitativa e hermenêutica do conteúdo dos votos e teor do julgamento da ADI 4275 presentes no site do STF, e pesquisa bibliográfica do marco teórico. O resultado da pesquisa apontou para a confirmação do perfil ativista da Suprema Corte, embora não aberto, totalmente, ao pluralismo e à diversidade das questões de gênero.

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Como Citar
PAIXÃO DANTAS DO ROSÁRIO, Luana; MACEDO LEAL, Manuela. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4275: UMA ANÁLISE SOB A ÓTICA DO ATIVISMO JUDICIAL E DAS QUESTÕES DE GÊNERO. Revista de Direito Brasileira, Florianopolis, Brasil, v. 26, n. 10, p. 25–45, 2020. DOI: 10.26668/IndexLawJournals/2358-1352/2020.v26i10.5705. Disponível em: https://indexlaw.org/index.php/rdb/article/view/5705. Acesso em: 20 dez. 2024.
Seção
DOSSIÊ DIREITOS E IDENTIDADES
Biografia do Autor

Luana Paixão Dantas do Rosário, Universidade Estadual de Santa Cruz - UESC

Doutora em Direito Público pela Universidade Federal da Bahia - UFBA. Professora Adjunta de Direito Constitucional da Universidade Estadual de Santa Cruz - UESC. Líder do Grupo de Pesquisa Jurisdição Constitucional, Hermenêutica e Democracia – JCHD,  certificado no DgP/CNPq, espelho: dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/7039068957089890. Editora da revista Diké.

Manuela Macedo Leal, Universidade Estadual de Santa Cruz - UESC

Advogada OAB/BA nº 61663. Graduada em Direito pela Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC). Pesquisadora no Grupo de Pesquisa Jurisdição Constitucional, Hermenêutica e Democracia - JCHD, certificado no DgP/CNPq, espelho: dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/7039068957089890

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