O CORPO NEGRO E A (IN)SEGURANÇA PÚBLICA: A POLÍTICA DA MORTE ENQUANTO MODUS FACIENDI NO ESTADO BRASILEIRO

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Fábio dos Santos Gonçalves
Clarindo Epaminindas De Sá Neto

Resumo

 

Abertas as porteiras das fazendas e grandes casas, os ex-cativos brasileiros viram-se absolutamente desassistidos, ante a indiferença do Estado, que promoveu a vinda de imigrantes para o Brasil, buscando a ocupação dos espaços de inclusão no emergente capitalismo local. Frente a tal fato, os problemas sociais brasileiros evoluíram com o crescimento populacional, resultando em substantivas taxas de pobreza, miséria e violência. Para lidar com as transgressões aos códigos legais, resultantes das escolhas das classes dominantes, o Estado brasileiro adotou, desde sempre, um conjunto de políticas de repressão, que passa desde a imposição da pena de morte apenas para escravizados, trabalhos forçados, militarização das forças de repressão e, mais recentemente, a progressão do uso de tecnologias voltadas para o aniquilamento dos transgressores, em sua maioria jovens negros. Este trabalho questiona como uma orientação para segurança pública baseada em tendências necropolíticas afronta os princípios fundamentais constantes na Carta Magna da República Federativa do Brasil. Fazendo uso do método de abordagem dedutivo e de um procedimento histórico-monográfico, o trabalho leva o autor a concluir que as afrontas aos princípios fundamentais da Constituição da República Federativa do Brasil dão-se de diversas formas, engendrando estratégias de criminalização de pessoas negras, ao mesmo tempo em que operam pela diminuição dos investimentos em educação e em programas sociais destinados à assistência, saúde e promoção da autonomia.

 

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Como Citar
GONÇALVES, Fábio dos Santos; DE SÁ NETO, Clarindo Epaminindas. O CORPO NEGRO E A (IN)SEGURANÇA PÚBLICA: A POLÍTICA DA MORTE ENQUANTO MODUS FACIENDI NO ESTADO BRASILEIRO. Revista de Criminologias e Politicas Criminais, Florianopolis, Brasil, v. 8, n. 2, p. 62 – 95, 2023. DOI: 10.26668/IndexLawJournals/2526-0065/2022.v8i2.9371. Disponível em: https://indexlaw.org/index.php/revistacpc/article/view/9371. Acesso em: 21 dez. 2024.
Seção
Artigos
Biografia do Autor

Fábio dos Santos Gonçalves, Universidade Federal de Santa Catarina

É advogado, Historiador e professor. Doutorando em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC_Bolsista FAPESC. Mestre em Direito pela Universidade Federal de Pelotas - UFPel e Mestre em Direito e Justiça Social pela Universidade Federal do Rio Grande - FURG_ Bolsista CAPES DS(2019). Especialista em Direito Processual Civel, pela Faculdade do Alto da Lapa - FAEL(2017). Medalha Zumbi dos Palmares pela Assembléia Legislativa do RS. Concluiu as cadeiras do Programa de Doutoramento em Epistemologia e História da Ciência pela Universidad Nacional Três de Febrero_BsAs. Autor das obras físicas e digitais: A POLÍTICA DA MORTE: QUESTAO RACIAL E SEGURANÇA PUBLICA NO BRASIL RECENTE (ISBN 978-65-88781-43-2 e ISBN Digital 978-65-5819-052-3) e IGUAIS POR DIREITO(?) PROVOCAÇÕES ACERCA DA DESIGUALDADE, REPARAÇÃO RACIAL E DA SUB-REPRESENTATIVIDADE NEGRA NO BRASIL RECENTE (ISBN 978-65-88781-38-8 e ISBN Digital 978-65-5819-053-0) pela Editora do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil_ OAB Editora. Atua junto à Escola Superior da Advocacia na RS como mediador dos GT's Direito e Antiorracismo(2021) e Direito e Relações Raciais(2022). Formado em Direito pela Universidade Católica de Pelotas(2015) e Licenciado em História pela Universidade Federal de Pelotas(2008). Preside a Comissão de Igualdade Racial da Ordem dos Advogados do Brasil - Subseção Pelotas RS. Preside o Conselho Municipal para a Participação e o Desenvolvimento da Comunidade Negra de Pelotas. Consultor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-riograndense para a implementação das Comissões de Heteroidentificação. Atuou junto ao Núcleo de Ações Afirmativas da Coordenadoria de Inclusão e Diversidade da Universidade Federal de Pelotas_UFPel, pontualmente na Comissão de Heteroidentificação desde sua composição, no ano de 2016. Palestrante em eventos e cursos de Formação Continuada a convite de diversas instituições, dentre elas o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, OAB Seccional RS, Coordenadorias Regionais e Municipais de Educação, com amplo escopo de abordagens acerca das temáticas envolvendo Direitos Humanos e Diversidade, leis 10.639/03, 11.645/09, 12.288/10, 12.711/12 e 12.990/14. Professor convidado pela UFPel(2008), no "Projeto Mama África" - para aplicação da Lei 10.639/03, vinculado ao Programa "Buscando as Orígens", promovido pela Pró-reitoria de Extensão e Cultura. Foi coordenador de projetos educacionais e culturais junto ao MEC/SECAD e MINC - Programa Diversidade na Universidade. Mediador de várias edições das Conferências Municipais de Educação em Pelotas e municípios vizinhos.    

Clarindo Epaminindas De Sá Neto, Universidade Federal de Santa Catarina_ UFSC

Professor em regime de dedicação exclusiva do Programa de Pós-graduação em Direito da Universidade Federal de Santa Catarina. Doutor em Direito, Estado e Sociedade (UFSC); mestre em Direito constitucional (UFRN). Advogado.

 

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