SOCIEDADE EM REDE E PROCESSO JURISDICIONAL: A IMPOSSIBILIDADE DA RESPOSTA CORRETA A PARTIR DO USO DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

Conteúdo do artigo principal

Mahira Cardoso de Afonso Bonotto
Cristiano Becker Isaia
Angela Araújo da Silveira Espindola

Resumo

A tecnologia avança sobre o mundo jurídico, de forma que a inteligência artificial já se apresenta como meio para tomada de decisões jurisdicionais. Nesse sentido, este artigo, redigido na forma de um ensaio, debruça-se sobre uma das dimensões do problema da Teoria da Decisão na Sociedade em Rede. A partir de uma abordagem fenomenológica, inserida no linguist turn, pretende-se investigar a possibilidade de obter-se uma resposta constitucionalmente adequada a partir de uma decisão jurisdicional mediada por inteligência artificial. O procedimento utilizado é o monográfico, por meio de bibliografias indispensáveis à explicitação da teoria de base, a fim de fundamentar e sustentar a pesquisa aqui desenvolvida. A técnica adotada é de fichamentos e resumos. Em certa medida, o artigo quer dialogar sobre a Teoria da Decisão diante da virada linguística e da virada tecnológica, compatibilizando-as em alguma medida e identificando os pontos cegos das propostas que defendem o solucionismo tecnológico para a crise do poder judiciário.

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Como Citar
BONOTTO, Mahira Cardoso de Afonso; ISAIA, Cristiano Becker; ESPINDOLA, Angela Araújo da Silveira. SOCIEDADE EM REDE E PROCESSO JURISDICIONAL: A IMPOSSIBILIDADE DA RESPOSTA CORRETA A PARTIR DO USO DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL. Revista de Processo, Jurisdição e Efetividade da Justiça, Florianopolis, Brasil, v. 8, n. 2, 2023. DOI: 10.26668/IndexLawJournals/2022.v8i2.9243. Disponível em: https://indexlaw.org/index.php/revistaprocessojurisdicao/article/view/9243. Acesso em: 22 dez. 2024.
Seção
Artigos
Biografia do Autor

Mahira Cardoso de Afonso Bonotto, Universidade Federal de Santa Maria

Mestranda em Direito pela Universidade Federal de Santa Maria na linha de pesquisa Direitos na sociedade em rede: atores, fatores e processos na mundialização. Especialista em Direito Civil e Processo Civil pela Fundação Escola Superior do Ministério Público. Especialista em Direito Penal e Processo Penal pela Fundação Escola Superior do Ministério Público. Bacharel em Direito pela Universidade Franciscana. Membro do Grupo de Pesquisa Phronesis: Jurisdição e Humanidades, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade Federal de Santa Maria. E-mail: mahira.abonotto@gmail.com.

Cristiano Becker Isaia, Universidade Federal de Santa Maria

Doutor e pós-Doutor em Direito pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS). Professor Adjunto lotado no Programa de Pós-Graduação em Direito e no Departamento de Direito da Universidade Federal de Santa Maria. Professor Adjunto do Curso de Direito da Universidade Franciscana. Professor da Antônio Meneghetti Faculdade. Coordenador do Núcleo de Estudos Avançados em Processo Civil (NEAPRO), vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade Federal de Santa Maria.

Angela Araújo da Silveira Espindola, Universidade Federal de Santa Maria

Doutora e Mestre em Direito pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS). Professora Associada do Departamento de Direito da Universidade Federal de Santa Maria. Professora do Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade Federal de Santa Maria. Professora do Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade FG – Guanambi/BA. Professora do Curso de Direito da Faculdade Antônio Meneghetti. Coordenadora do Grupo de Pesquisa PHRONESIS: Jurisdição e Humanidades, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade Federal de Santa Maria. Líder do Grupo de Pesquisa CAJU - Centro de Estudos sobre Acesso à Justiça, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade FG – Guanambi/BA. Membro fundadora e Vice-presidente da Rede Brasileira de Direito e Literatura. 

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