VIOLÊNCIA SEXUAL INFANTIL: UMA COMPARAÇÃO ENTRE A POLÍTICA PÚBLICA DE ENFRENTAMENTO DO BRASIL E DA NORUEGA

Conteúdo do artigo principal

vanessa therezinha sousa de almeida
http://orcid.org/0000-0002-7613-2267
Edna Raquel Rodrigues Santos Hogemann
http://orcid.org/0000-0003-3276-4526
Arianne Albuquerque de Lima Oliveira
http://orcid.org/0000-0003-0228-6690

Resumo

  Analisa as semelhanças e diferenças entre Brasil e Noruega no enfrentamento da violência sexual infantil, em especial, no que se refere à colheita das declarações da vítima, que deve servir tanto para a proteção dela como para a punição do ofensor concomitantemente. Discorre sobre os modelos do Barnahus e dos Centros Integrados, mas também tece considerações sobre a atuação descentralizada em caso de inexistência dos Centros. Recorre a uma base teórica de inspiração funcionalista e universalista. Classifica-se a pesquisa como exploratória, qualitativa, com recursos bibliográficos e método dialético, trazendo discussões sobre contribuições possíveis para os dois países.    

Downloads

Não há dados estatísticos.

Detalhes do artigo

Como Citar
DE ALMEIDA, Vanessa therezinha sousa; HOGEMANN, Edna Raquel Rodrigues Santos; OLIVEIRA, Arianne Albuquerque de Lima. VIOLÊNCIA SEXUAL INFANTIL: UMA COMPARAÇÃO ENTRE A POLÍTICA PÚBLICA DE ENFRENTAMENTO DO BRASIL E DA NORUEGA. Conpedi Law Review, Florianopolis, Brasil, v. 8, n. 1, 2022. DOI: 10.26668/2448-3931_conpedilawreview/2022.v8i1.9049. Disponível em: https://indexlaw.org/index.php/conpedireview/article/view/9049. Acesso em: 21 dez. 2024.
Seção
Artigos
Biografia do Autor

vanessa therezinha sousa de almeida, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO

Promotora de Justiça do Ministério Público do Estado de São Paulo, Bacharel em Direito (2006) e Especialista em Direito Civil e Processual Civil (2008), ambos pelo Centro Universitário Salesiano de São Paulo, Unidade de Lorena. Atualmente, é Mestranda em Direito pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) e membro do Grupo Direito Humanos e Transformação Social (CNPq). E-mail: va.tsalmeida@edu.unirio.br.

      

Edna Raquel Rodrigues Santos Hogemann, http://www.unirio.br/

Pós-doutora em Direito (UNESA), doutora e mestre em Direito (UGF). Especialista em Bioética pela Cátedra em Bioética da UNESCO. Especialista em Direitos Humanos pela Universidade de Coimbra, Portugal. Professora permanente do Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. Decana do Centro de Ciências Jurídicas, Políticas e de Administração, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. Coordenadora do Grupo Direito Humanos e Transformação Social (CNPq). E-mail: edna.r.hogemann@unirio.br.     

Arianne Albuquerque de Lima Oliveira

Mestranda em Direito pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), membra do Grupo Direito Humanos e Transformação Social (CNPq) e da Clínica de Enfrentamento ao Trabalho Escravo da Universidade Federal de Uberlândia. Graduada em Direito pela Universidade Veiga de Almeida (UVA). Advogada. E-mail: ariannealbuquerque@edu.unirio.br.    

Referências

AKHATAR, Rajnaara C.; NYAMUTATA, Conrad. International Child Law. Nova Iorque: Routledge, 2020.

AZAMBUJA, Maria Regina Fay de. Violência sexual intrafamiliar: é possível proteger a criança? Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, 2004.

BAKKETEIG, Elisiv. Exploring juridification in the Norwegian Barnahus Model. In: JOHANSSON, Susanna; STEFANSEN, Kari; BAKKETEIG, Elisiv; KALDAL, Anna. Collaborating against child abuse. Estocolmo: Palgrave Macmillan, l. 5268-5611, 2017.

BAKKETEIG, Elisiv; JONSDOTTIR, Jona. Norwegian national and local policies on prevention of violence against children. Nova, 2008.

BRASIL. Constituição Federal. 1988. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm. Acesso em: 29 set. 2020.

BRASIL. Decreto nº 99.710, de 21 de novembro de 1990. Promulga a Convenção sobre os Direitos da Criança. Diário Oficial, Brasília, 22 de novembro de 1990. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1990-1994/d99710.htm. Acesso em: 05 fev. 2022.

BRASIL. Decreto nº 9.603, de 10 de dezembro de 2018. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/decreto/D9603.htm. Acesso em: 28 set. 2020.

BRASIL. Decreto-Lei nº 2.848, de 07 de dezembro de 1940, Código Penal. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848compilado.htm. Acesso em: 26 abr. 2022.

BRASIL. Decreto-Lei nº 3.689, de 03 de outubro de 1941, Código de Processo Penal. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm. Acesso em: 05 jun. 2022.

BRASIL. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, Estatuto da Criança e do Adolescente. Disponível em: https://planalto.gov.br/ccivel_03/Leis/L8069.htm. Acesso em: 28 set. 2020.

BRASIL. Lei nº 13.431, de 04 de abril de 2017. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/l13431.htm. Acesso em: 28 set. 2020.

BRASIL. Lei nº 13.869, de 05 de setembro de 2019. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13869.htm. Acesso em: 04 jun. 2022.

BRASIL. Lei nº 14.344, de 24 de maio de 2022. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03//_Ato2019-2022/2022/Lei/L14344.htm. Acesso em: 03 jun. 2022.

BRASIL. Portaria Conjunta nº 4, de 27 de maio de 2022. Ministério da Justiça e Segurança Pública. Disponível em: https://in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-conjunta-n-4-de-27-de-maio-de-2022-403702829. Acesso em: 03 jun. 2022.

BRASIL. Resolução nº 299, de 05 de novembro de 2019. Conselho Nacional de Justiça. Disponível em: https://atos.cnj.jus.br/atos/detalhar/3110. Acesso em: 05 fev. 2022.

BRASIL. Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios. Agravo de instrumento nº 0712351-31.2019.8.07.0000. 2ª Turma Criminal. Des. Rel. Jair Soares. Julgamento em 10 out. 2019. Publicado no PJe, em 24 out. 2019. Disponível em: https://tj-df.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/773590855/7123513120198070000-segredo-de-justica-0712351-3120198070000. Acesso em: 05 jun. 2022.

BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Recurso Especial nº 1889201. 2ª Turma. Min. Relator Aussete Magalhães. Julgamento em 13 abr. 2021. Publicado no DJe, em 20 abr. 2021. Disponível em: https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/1205776574/recurso-especial-resp-1889201-sc-2020-0203931-9/inteiro-teor-1205776584. Acesso em: 04 jun. 2022.

BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Recurso Especial nº 1854842 CE. 3ª Turma. Minª. Relatora Nancy Andrighi. Jugamento em 02 jun. 2020. Publicado no DJe, em 04 jun. 2020. Disponível em: https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/859491025/recurso-especial-resp-1854842-ce-2019-0160746-3/inteiro-teor-859491039. Acesso em: 05 jun. 2022.

BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Recurso Extraordinário nº 835558 SP. Tribunal Pleno. Min. Relator Luiz Fux. Julgamento em 09 fev. 2017. Publicado em 08 de ago. 2017. Disponível em: https://stf.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/769650282/recurso-extraordinario-re-835558-sp. Acesso em: 05 jun. 2022.

BUCK, Trevor. International child law. Londres: Routledge Taylor & Francis, 2014.

CIDH. Corte Interamericana de Direitos Humanos: caso V.R.P., V.P.C. e outros Vs. Nicarágua, 2018. Disponível em: https://corteidh.or.cr/docs/casos/articulos/seriec_350_esp.pdf. Acesso em 28 mar. 2022.

CIDH. Corte Interamericana de Direitos Humanos: caso Mapiripán Massacre vs. Colombia, 2005. Disponível em: https://www.corteidh.or.cr/docs/casos/articulos/seriec_134_ing.pdf. Acesso em 31 mar. 2022.

CIDH. Corte Interamericana de Direitos Humanos: caso Foneron e Filha vs. Argentina, 2012. Disponível em: https://corteidh.or.cr/docs/casos/articulos/seriec_242_esp.pdf. Acesso em 31 mar. 2022.

CILLERO BRUÑOL, Miguel. El interés superior del niño en el marco de la Convención Internacional sobre los Derechos del Niño. Revista Justicia y Derechos del Niño (UNICEF), Santiago, n. 9, 2007.

CHILDHOOD BRASIL. Centros de atendimento integrado a crianças e adolescentes vítimas de violência: boas práticas e recomendações para uma política pública de Estado. São Paulo: Instituto WCF, 2017. Disponível em: https://www.childhood.org.br/publicacao/Livro_Crianc%CC%A7a_Adolescente.pdf. Acesso em: 27 ago. 2021.

CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO. Guia Prático para Implementação da Política de Atendimento de Crianças e Adolescentes Vítimas ou Testemunhas de Violência. Brasília: CNMP, 2019. Disponível em: https://cnmp.mp.br/portal//images/Publicacoes/capas/2019/14-08_LIVRO_ESCUTA_PROTEGIDA.PDF. Acesso em: 30 set. 2020.

DUNN, Willian N. Public analysis: an integrated approach. 6. ed. Nova Iorque: Routledge, 2018.

FALEIROS, Eva Teresinha Silveira. Repensando os conceitos de violência, abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes, 2000, Thesaurus.

FRANKENBERG, Günter. Comparing constitutions: Ideas, ideals, and ideology—toward a layered narrative. International Journal of Constitutional Law, v. 4, n. 3, p. 439-459, 2006.

ISMAIL FILHO, Salomão Abdo Aziz. A atuação resolutiva, extrajudicial e preventiva, do Ministério Público na área criminal em defesa do direito fundamental à proteção contra o abuso sexual de crianças e adolescentes. Belo Horizonte, São Paulo: D’Plácido, 2021.

IULIANELLO, Annunziata Alves. Depoimento especial: um instrumento de concretização da proteção integral de crianças e adolescentes submetidos a abuso sexual. Belo Horizonte: Editora D’Plácido, 2019.

JOHANSSON, Susanna. Power dynamics in Barnahus collaboration. In: JOHANSSON, Susanna; STEFANSEN, Kari; BAKKETEIG, Elisiv; KALDAL, Anna. Collaborating against child abuse. Estocolmo: Palgrave Macmillan, l. 4891-5261, 2017.

JOHANSSON, Susanna; STEFANSEN, Kari; BAKKETEIG, Elisiv; KALDAL, Anna. Implementing the Nordic Barnahus Model: characteristics and Local Adaptions. In: JOHANSSON, Susanna; STEFANSEN, Kari; BAKKETEIG, Elisiv; KALDAL, Anna. Collaborating against child abuse. Estocolmo: Palgrave Macmillan, l. 380-989, 2017.

KALDAL, Anna. Comparative review of legislation related to Barnahus in Nordic Countries: Public consultation process of the draft Child protection in criminal proceedings and comprehensive treatment of children in the Children's House Act of 1 June 2020. p. 1-18, 2020. Disponível em: https://rm.coe.int/barnahus-comparative-review-anna-kaldal-14092020/1680a0437f. Acesso em: 04 jun. 2022.

KEMPE, Ruth S.; KEMPE, C. Henry. Niños maltratados. 4. ed. Madrid: Eidiciones Mrotada, 1996. 214 p.

LAW, David S.; VERSTEEG, Mila. The evolution and ideology of global constitutionalism. Calif. L. Rev., v. 99, p. 1163, 2011.

MAZZUOLLI, Valério de Oliveira. Teoria Geral do controle de convencionalidade no direito brasileiro. Brasília: Revista de Informação Legislativa, a. 46, n. 181, p. 113-139, jan./mar. 2009.

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO. Guia operacional de enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes: o papel do Ministério Público na implementação de programa de atendimento a crianças vítimas ou testemunhas de violência. 2020. Disponível em: http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/Cartilhas/GuiaOperacionalInfanciaMPSP.pdf. Acesso em: 03 jun. 2022.

MÔNACO, Gustavo Ferraz de Campos. A proteção da criança no cenário internacional. Belo Horizonte: Del Rey, 2005.

MORAN, Fabiola. Ingerência penal & proteção integral à vítima. Belo Horizonte, São Paulo: D’Plácido, 2020.

MYKLEBUST, Trond. The Nordic Model of Handling Children’s Testimonies. In: JOHANSSON, Susanna; STEFANSEN, Kari; BAKKETEIG, Elisiv; KALDAL, Anna. Collaborating against child abuse. Estocolmo: Palgrave Macmillan, l. 2119-2548, 2017.

NORUEGA. Ato do Bem-estar de Infantil, de 17 de julho de 1992. Disponível em: https://www.regjeringen.no/en/dokumenter/the-child-welfare-act/id448398/. Acesso em: 01 jun. 2022.

NORUEGA. Ato relativo às Crianças e Pais (Ato das Crianças), de 08 de abril de 1981. Disponível em: https://www.regjeringen.no/en/dokumenter/the-children-act/id448389/. Acesso em: 01 jun. 2022.

NORUEGA. Constituição do Reino da Noruega. 1814. Disponível em: https://lovdata.no/dokument/NL/lov/1814-05-17-nn. Acesso em: 01 jun. 2022.

NORUEGA. Código Penal de 2005. Disponível em: https://lovdata.no/dokument/NL/lov/2005-05-20-28. Acesso em: 01 jun. 2022.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Guideline. chapter 7, child sexual abuse. [s. d.]. Disponível em: https://www.who.int/violence_injury_prevention/resources/publications/en/guidelines_chap7.pdf. Acesso em: 05 fev. 2022.

PIOVESAN, Flávio. Direitos humanos e diálogos entre jurisdições. Revista Brasileira de Direito Constitucional, [S. l.], n. 19, p. 67-93, 2012.

PISA, Osnilda; STEIN, Lilian Milnitsy. Abuso sexual infantil e a palavra da criança vítima: pesquisa científica e intervenção legal. Revista dos Tribunais, v. 857, mar. 2007.

ROSA, Camila Maria. Sistema carcerário brasileiro e o estado de coisas inconstitucional. Belo Horizonte: Dialética, 2020.

SAGSTUEN, Bruna Kleine Vazques de Souza. The hearing of child victims of sexual abuse and the right of the accused to a fair trial: Case study of Brazilian and Norwegian inquiry methods. 2020. Dissertação (Mestrado em Direito) – Faculdade de Direito, Universidade de Oslo, Oslo, 2020.

SANTOS, Danielle M. Espezim dos; VERONESE, Josiane Rose Petry. A eficácia jurídica dos direitos fundamentais sociais de crianças e adolescentes. In: VERONESE, Josiane Petry; ROSSATO, Luciano Alves; LÉPORE, Paulo Eduardo (Coord.). Estatuto da Criança e do Adolescente: 25 anos de desafios e conquistas. São Paulo: Saraiva, p. 167-188, 2015.

SCHEPPELE, Kim Lane. The agendas of comparative constitutionalism. Law and Courts, v. 13, n. 2, p. 5-22, 2003.

SOUZA, Antonio Winkert. Um Ministério Público polivalente: vocação, perfil e instrumental para a defesa dos valores relevantes da sociedade. Belo Horizonte: Del Rey, 2019.

RODRÍGUEZ-GARAVITO, César. Beyond the courtroom: the impact of judicial activism on socioeconomic rights in Latin American. Texas Law Review, Texas, US, v. 89, p. 1669-1698, 2011.

TUSHNET, Mark. Comparative constitutional law. The Oxford handbook of comparative law. 2008.

VAN BUEREN, Geraldine. Child sexual abuse and exploitation: a suggested human rights approach. International Journal of Children’s Rights, [S. l.], v. 2, n. 1, p. 45-60, 1994.

VAN DER BROOCKE, Bianca M. Schneider. Litígios estruturais, estado de coisas inconstitucional e gestão democrática do processo: um papel transformador para o controle judicial de políticas públicas. Londrina: Editora Thoth, 2021.

VILELLA, Denise Casanova. Centro de Referência ao Atendimento Infantojuvenil – CRAI: como estruturar um centro de referência para avaliação de crianças e adolescentes vítimas de violência sexual. Revista do Ministério Público do RS, Porto Alegre, n. 79, p. 31-54, jan./abr. 2016.