Migração e Violência: o Poder dos Atores não Estatais Violentos na Dinâmica dos Processos Migratórios em Rede

Maria Luiza Roman Folle, Giovanni Olsson

Resumo


Na medida em que guerras, epidemias, perseguições e catástrofes ocorrem, milhões de pessoas são impulsionadas a viverem em condições transitórias. A inserção dos atores não estatais violentos no protagonismo do processo migratório foi alicerçada pela poderosa rede, alimentada pela globalização e instrumentalizada para garantia da ilusão coletiva de ordem pública gerenciada pelo Estado. O processo migratório em rede, amoldado pelo poder político dos atores não estatais violentos, demonstra-se como um eficiente instrumento de passagem de fluxos, e é utilizada para expansão de poder político e práticas voltadas ao enriquecimento ilícito.


Palavras-chave


Atores não estatais violentos; poder político; processos migratórios; rede

Texto completo:

PDF

Referências


ARENDT, Hannah. A condição humana. Tradução de Roberto Raposo. 3 ed. São Paulo: Forense Universitária, 1987.

ARQUILLA, John; RONFELDT, David. Redes y Guerias em red: el future del terrorismo, el crimen organizado y activismo politico. Madrid: Alianza Editorial, 2003.

ARISTÓTELES. The politics and the constitution of Athens. Edited by Stephen Everson. Revised student edition. Cambridge: Cambridge University Press, 1996.

BRASIL, Ministério da Justiça. Secretaria Nacional de Justiça. Política nacional de enfrentamento ao trafico de pessoas. Brasília: SNJ, 2008.

¬¬CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. Tradução Roneide Venâncio Majer. São Paulo: Paz e Terra, 1999.

COURGEAU, D. Migrants et migrations. Population, New York, n.1, 1973.

COURGEAU, D. Nuevos enfoques para medir la movilidad espacial interna de la población. Notas de Población, Santiago de Chile, CELADE, v. 17, n.50, 1990.

DE HASS, Hein. International migration, remittances and development: myths and facts. Third World Quarterly, 2005, p. 1269-1284.

GARRAFA, Volnei; PESSINI, Leo. Bioética: poder e injustiça. São Paulo: Loyola, 2003.

GIDDENS, Anthony. As consequências da modernidade. Trad. Roberto Machado. São Paulo: Editora UNESP, 1991.

GLICK-SCHILLER, N. The centrality of ethnography in the study of transnational migration – seeing the wetland instead of the swamp. In: SAHOO, A. Kumar; MAHARAJ, B. Sociology of Diaspora. India: Rawat Publications, 2007, p. 118-155.

HOBBES, Thomas. Leviathan: or the matter, form and power of a commonwealth ecclesiasticall and civil. Ed. with an introduction by Michael Oakeshott. Oxford: Basil Blackwell, 1957.

LEAL, M. F. Pesquisa sobre o trafico de mulheres, crianças e adolescentes para fins de exploração comercial no Brasil (Pestraf): Relatório Nacional (Brasil.), CÉCRIA, 2008.

LOCKE, John. Two treatises of government. 2ed. Critical edition with an introduction and apparatus criticus by Peter Laslett. Cambridge: Cambridge University Press, 1957.

MAQUIAVEL, Nicolau. The Prince. Edited by Quentin Skinner and Russell Price. Cambridge: Cambridge University Press, 1988.

MASSEY, D. et al. Worlds in motion: understanding international migration at the end of the millenium. Clarendon: Press Oxford, 1993.

OLIVEIRA, Odete Maria de. Relações internacionais, direito e atores não estatais: delineamentos de fundamentação. In: OLIVEIRA, Odete Maria de (Org.). Relações internacionais, direito e poder: cenários e protagonismos dos atores não estatais. Volume I. Ijuí: Ed. Unijuí, 2014, p. 33-131.

______. O protagonismo dos atores não estatais pacíficos e violentos: a revolução da rede de redes. In: OLIVEIRA, Odete Maria de (Org.). Relações internacionais, direito e poder: atores não estatais na era da rede global. Volume III. Ijuí, Ed. Unijuí, 2016, p.39-86.

OLSSON, Giovanni. O poder político no espaço global: o protagonismo dos atores estatais e não estatais. In: OLIVEIRA, Odete Maria de (Org). Relações internacionais, direito e poder: cenários e protagonismos dos atores não estatais: volume I. Ijuí: Unijuí, 2014, p.133-177.

______. Poder político e sociedade internacional contemporânea: governança global com e sem governo e seus desafios e possibilidades. Ijuí: Ed. Unijuí, 2007.

ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO. Tráfico de pessoas para fins de exploração sexual. Brasília, 2006.

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Escritório da Nações Unidas contra drogas e crime. A iniciativa global contra o tráfico de pessoas (S.I), 2007.

PARSONS, Talcott. Sociological theory and modern society. New York: The Free Press, 1967.

RODRIGUES, Gilberto Marcos Antônio. O que são relações internacionais. São Paulo: Brasiliense, 1994.

SASSEN, Saskia. The global city: New York, London, Tokio. New Jersey: Princeton University Press, 1991.

SAYAD, A. La Double absence: dês ilusions de l´emigré aux sou frances de l´immigré. Paris: Seul, 1999.

TAYLOR, Phillip. Non-State Actors in International Politics: from transregional to substate organizations. Boulder: Westview Press, 1984.

TARRIUS, A. Territoires circulatoires et espaces urbains: différenciation des groupes migrants. Annales de la Recherche Urbana. n.59-60, 1993, p.50-59.

TRUZZI, O. M. S. Redes em processos migratórios. Tempo Social – Revista de Sociologia da USP, v.20, 2008, p. 199-218.

WEBER, Max. Wirtschaft und Gesellschaft. Fünfte revidierte Auflage. Tübingen: Tübingen/Mohr, 1980.

WILLIAMS, Phil. Redes Transnacionales de delincuencia. In: ARQUILLA, John; RONFELDT, David. Redes y Guerias em red: el future del terrorismo, el crimen organizado y activism político. Madrid: Alianza Editorial, 2003, p. 88-123.




DOI: http://dx.doi.org/10.26668/IndexLawJournals/2526-0219/2016.v2i2.1652

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


Licença Creative Commons
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.