O ESTUPRO GENOCIDA: uma abordagem acerca da constituição do estupro como crime internacional de genocídio

Conteúdo do artigo principal

GONCALVES CRISTINA GONÇALVES
PATRICK JULIANO CASAGRANDE TRINDADE

Resumo

A prática do estupro contra as mulheres nos conflitos armados sempre foi tratado como uma estratégia de guerra, razão pela qual este artigo visa analisar o estupro como forma de cometimento do crime de genocídio, demonstrando que a sua prática pode preencher os elementos constitutivos deste crime quando perpetrados com a intenção de destruição, no todo ou em parte, de grupos nacionais, étnicos, raciais e religiosos. Utilizou-se do método indutivo, partindo da análise do estupro como ofensa ao indivíduo para ofensa ao grupo, que tem sua existência transgredida por esta prática violenta.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Detalhes do artigo

Como Citar
GONÇALVES, GONCALVES CRISTINA; TRINDADE, PATRICK JULIANO CASAGRANDE. O ESTUPRO GENOCIDA: uma abordagem acerca da constituição do estupro como crime internacional de genocídio. Revista Brasileira de Direito Internacional, Florianopolis, Brasil, v. 5, n. 1, p. 57–74, 2019. DOI: 10.26668/IndexLawJournals/2526-0219/2019.v5i1.5539. Disponível em: https://indexlaw.org/index.php/direitointernacional/article/view/5539. Acesso em: 24 nov. 2024.
Seção
Artigos
Biografia do Autor

GONCALVES CRISTINA GONÇALVES, UNIVERSIDADE DE ITAÚNA/MG

Advogada

Especialista em Direito Processual, Gestão Pública Municipal e Gestão Empresarial

Mestre em Direitos Fundamentais

Professora não-titular no Centro Universitário de Patos de Minas/MG

PATRICK JULIANO CASAGRANDE TRINDADE, UNIVERSIDADE DE ITAÚNA/MG

Advogado

Especialista em Direito Social

Mestre em Direitos Fundamentais

Professor titular na Fundação Educacional de Oliveira/MG e na Faculdade de Direito de Contagem/MG

Referências

AKHAVAN, Payam. The crime of genocide in the ICTR jurisprudence. Journal of Inter-national Criminal Justice, v. 3, n. 4, p. 989-1006, 2005. Disponível em: <https://academic.oup.com/jicj/article-abstract/3/4/989/2883161>. Acesso em: 05 jan. 2019.

ASKIN, Kelly D. Sexual violence in decisions and indictmentes oh the Yugoslav and Rwandan Tribunals: Currente Status. The American Journal of International Law, v. 93, n. 1, p. 97-123, Jan. 1999. Disponível em: <https://www.cambridge.org/core/journals/american-journal-of-international-law/article/div-classtitlesexual-violence-in-decisions-and-indictments-of-the-yugoslav-and-rwandan-tribunals-current-statusdiv/ BDFED15BC5695B590AFAB9EEDCA05A06>. Acesso em: 06 jan. 2019.

AZEVEDO, F. R. de. A violência sexual contra a mulher e o Direito Internacional. Revista Eletrônica de Direito Internacional, Belo Horizonte, v. 14, p. 2-50, 2014. Disponível em: <http://www.cedin.com.br/wp-content/uploads/2014/05/A-Viol%C3%AAncia-Sexual-Contra-a-Mulher-e-o-Direito-Internacional.pdf> . Acesso em: 12 dez. 2018.

BRASIL. Decreto n. 4.388, de 25 de setembro de 2002. Promulga o Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 25 set. 2002. Disponí¬vel em: <http://www2.mre.gov.br/dai/tpi.htm>. Acesso em: 17 dez. 2018.

________. Decreto n. 4.377, de 13 de setembro de 2002. Promulga a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher. Diário Oficial da União, 16 set. 2002. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2002 /D4377.htm>. Acesso em: 03 dez. 2018.

________. Decreto n. 30.822, de 6 maio de 1952 . Promulga a Convenção para a Prevenção e Repressão do crime de Genocídio. Diário Oficial da União, 09 maio. 1952. Disponível em: <http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1950-1959/decreto-30822-6-maio-1952-339476-publicacaooriginal-1-pe.html>. Acesso em: 03 dez. 2018.

COMPARATO, F. K. A afirmação histórica dos Direitos Humanos. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2015.

DE VITO, Daniela; GILL, Aisha; SHORT, Damien. A tipificação do estupro como genocídio. Revista Internacional de Direito Humanos, n. 6, vol. 10. São Paulo: junho de 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-64452009000100003>. Acesso em: 17 de dez. 2018.

FINGER, M. de O. O uso sistemático do estupro em conflitos: um estudo de caso acerca de suas motivações no conflito interno na Guatelama (1960-996). 2013. Monografia (Curso de Relações Internacionais) – Faculdade de Ciências Econômicas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2013. Disponível em: <https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/96710/000917410.pdf?sequence=1>. Acesso em: 12 jan. 2019.

GRAYZEL, Susan. Women’s identities at war: Gender, Motherhood and Politicsin Britain na France during first world war. Chapel Hill: University of Carolina Press, 1999.

INTERNATIONAL CRIMINAL TRIBUNAL FOR RWANDA. The Prosecutor vs. Jean-Paul Akayesu. Case n. ICTR-96-4-T. Judgment. 1998. Sentença de 02 de setembro, n. ICTR-96-4. Disponível em: <http://www.unictr.org/Portals/0/Case/English/Akaye-su/judgement/akay001.pdf>. Acesso em: 15 dez. 2018.

LIMA, Renata Mantovani de. Tribunais Híbridos e Justiça Internacional Penal. Belo Horizonte: Editora Arraes, 2012.

LIMA, Renata Mantovani de. BRINA, Marina Martins da Costa. O Tribunal Penal Internacional. Belo Horizonte: Editora Del Rey, 2006.

LIPPI, Camila Soares. O estupro enquanto genocídio no Tribunal Penal Internacional: um estudo do caso Akayesu. Espaço Jurídico Journal of Law 15.2 (2014): p. 287-314. Disponível em: <https://editora.unoesc.edu.br/index.php/espacojuridico/ article/viewFile/3771/3486>. Acesso em: 15 dez. 2018.

MAZZUOLI, Valério de oliveira. Curso de Direitos Humanos. 2 ed.: São Paulo. Editora Método, 2015.

METTRAUX, Guénaël. International Crimes and the Ad Hoc Tribunals. Oxford: Oxford University Press, 2005. Disponível em: <http://www.oupcanada.com/catalog/ 9780199207541.html>. Acesso em: 12 fev. 2019.

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇOES UNIDAS. Estatuto do Tribunal Penal Internacional para o Ruanda. 1994. Disponível em <http://gddc.ministeriopublico.pt/sites/default/files/ documentos/ instrumentos/EstatutoTIRuanda_links.pdf>. Acesso em: 22 fev.2019.

__________. Declaração Universal de Direitos Humanos. 1948. Disponível em: < https://nacoesunidas.org/wp-content/uploads/2018/10/DUDH.pdf> Acesso em: 03 abr. 2019.

PEREIRA, Haula Hamad Timeni Freire Pascoal; CAVALCANTI, Sabrinna Correia Medeiros. A prática do estupro contra mulheres como estratégia de guerra sob o viés do Direito Internacional. Revista Tema, vol. 6, n. 24/25, 2015. Disponível em: <http://revistatema.facisa.edu.br/index.php/revistatema/article/view/232>. Acesso em: 12 fev. 2019.

PEREIRA JÚNIOR, Eduardo Araújo. O crime de genocídio segundo os Tribunais ad hoc da ONU para a ex-Iugoslávia e Ruanda: Origens, evolução e correlação com os crimes contra a humanidade e crimes de guerra. Curitiba: Juruá, 2010.

PERES, A. C. S. Campos de estupro e a guerra na Bósnia. Cadernos Pagu, Campinas, n. 37, p. 117-162, dez. 2011. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-3332011000200005&script=sci_arttext>. Acesso em: 18 jan. 2019.

RAMOS, André de Carvalho. Curso de Direitos Humanos. 4ª ed. São Paulo: Saraiva, 2017.

SCHABAS, William. Origins of the genocide convention: fron Nuremberg to Paris. Case Western Journal of International Law, n. 40, p. 35-55, 2007-2008. Disponível em: <https://scholarlycommons.law.case.edu/cgi/viewcontent.cgi?referer=https://www.google.com.br/&httpsredir=1&article=1273&context=jil>. Acesso em: 09 mar. 2019.

UNITED NATIONS. General Assembly Resolutions 95 (I) and 96 (I). 1946. Disponível em: <http://daccess-dds-ny.un.org/doc/RESOLUTION/GEN/NR0/033/47/IMG/ NR003347.pdf?OpenElement>. Acesso em: 15 fev. 2019.

VILHENA, J.; ZAMORA, M. H. Além do ato: os transbordamentos do estupro. Revista Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, n. 12, p. 115-129, jan./abr. 2004. Disponível em: <http://www.forumrio.uerj.br/documentos/revista_12/12_dossie_JuniaVilhena.pdf>. Acesso em: 21 dez. 2018.