Villas, Cidades e Municípios: Descentralização e Autonomia Local como Permanências da Colonização Portuguesa na República Brasileira

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Luciano Machado de Souza

Resumo

O arranjo federativo brasileiro desperta atenção pelo grau de autonomia municipal, opção normativa que ampliou a descentralização do poder e possibilitou o desenvolvimento de políticas públicas mais adequadas às peculiaridades locais. O enfoque político-jurídico, sob perspectiva historiográfica, visava investigar se a arquitetura institucional foi decorrência de dissociada inovação constituinte ou recebeu influências histórico-culturais. Demonstrando-se a desnecessidade de comparação, a análise da posição do Município nos períodos colonial e imperial permitiu verificar permanências no exercício do poder local que fortaleciam-se nos períodos democráticos da República, culminando com a atual conformação estabelecida na Constituição Federal de 1988. Sem aprofundar-se nas polêmicas conceituais que envolvem estudiosos do Direito do Estado, ou nos problemas econômico-financeiros gerados pelo modelo, este trabalho demonstra a importância do estudo da administração colonial para o desenvolvimento dos Municípios brasileiros.

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Como Citar
SOUZA, Luciano Machado de. Villas, Cidades e Municípios: Descentralização e Autonomia Local como Permanências da Colonização Portuguesa na República Brasileira. Revista Brasileira de História do Direito, Florianopolis, Brasil, v. 1, n. 1, p. 94–112, 2015. DOI: 10.26668/IndexLawJournals/2526-009X/2015.v1i1.656. Disponível em: https://indexlaw.org/index.php/historiadireito/article/view/656. Acesso em: 21 dez. 2024.
Seção
Artigos
Biografia do Autor

Luciano Machado de Souza, Escola da Magistratura do Paraná, EMAP

Doutor em Direito pela Universidade Federal do Paraná, UFPR. Professor da Escola da Magistratura do Paraná, EMAP.

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