O IDEÁRIO AGOSTINIANO E AS MISSÕES JESUÍTICAS NA AMAZÔNIA BRASILEIRA NO SÉCULO XVII
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Abstract
O estudo discute as influências das ideias de Santo Agostinho sobre as práticas sociais e visões de mundo empreendidas pelas missões jesuíticas na Amazônia brasileira durante o século XVII. De caráter descritivo-analítico e com base em fontes bibliográficas, o texto demonstra os impactos socioculturais, políticos, econômicos e religiosos da doutrina cristã de Santo Agostinho na empreitada colonizadora da Amazônia brasileira. O ideário agostiniano preconizava, por um lado, a necessidade de combater as visões e práticas de colonizadores e povos originários no tocante aos antigos ideais pagãos e cultos politeístas do Império Romano e por outro, a necessidade de buscar a transcendência espiritual dentro do verdadeiro ideal do homem: a aproximação com Deus. A expansão do cristianismo, após a queda do Império Romano do Ocidente, imprimiu mudanças na sociedade e, por sua vez, houve por determinar a nova ordem dos Estados que se consolidaram a partir de então. Estes Estados se expandiram, por meio das grandes navegações, levando sua cultura e a religião vigente (cristianismo), para os povos do novo mundo. Os povos indígenas, antes da chegada dos colonizadores europeus, possuíam uma identidade religiosa, algumas etnias tinham crenças de matriz politeísta, perseguidas pela doutrina cristã, que considerava seus cultos pagãos e não reconheciam a autonomia deles. Conclui-se que a doutrina filosófica cristã influenciou profundamente as missões religiosas, pois entendiam que aqueles povos deveriam ser “salvos”, em razão de o cristianismo ser a única religião que elevaria o homem ao seu estado de pureza em comunhão com o divino.
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