Bolhas Sociais e seus efeitos na Sociedade da Informação: ditadura do algoritmo e entropia na Internet

Irineu Francisco Barreto Junior, Bruno Henrique Miniuchi Pellizzari

Resumo


Este artigo analisa o cenário de transformações tecnológicas, econômicas, sociais, culturais e políticas denominado Sociedade da Informação, especialmente os efeitos dos algoritmos de aplicações tecnológicas na formação das denominadas bolhas sociais, espécie de confinamento informático ao qual são submetidos os usuários das ferramentas on-line. Sua metodologia é a investigativa Jurídico Sociológica que se propõe a compreender o fenômeno jurídico no ambiente social mais amplo. Conclui que bolhas sociais, acompanhadas das Fake News e da erosão de valores republicanos e liberais podem, potencialmente, obnubilar o ambiente democrático e afastar os cidadãos de escolhas refletidas e racionais.

Palavras-chave


Sociedade da Informação; Bolhas Sociais; Algoritmos; Fake News; Democracia

Texto completo:

PDF

Referências


BARRETO JUNIOR, Irineu Francisco. Atualidade do Conceito Sociedade da Informação para a pesquisa jurídica. In: PAESANI, Liliana Minardi (coord.). O Direito na Sociedade da Informação. São Paulo: Atlas, 2007.

BARRETO JUNIOR, Irineu Francisco. Proteção da Privacidade e de Dados Pessoais na Internet: O Marco Civil da rede examinado com fundamento nas teorias de Zygmunt Bauman e Manuel Castells. In: DE LUCCA, Newton; SIMÃO FILHO, Adalberto; DE LIMA; Cintia Rosa Pereira. (Org.). Direito & Internet III. São Paulo: Quartier Latin, 2015. p. 100-127.

BARRETO JUNIOR, Irineu Francisco; SAMPAIO, Vinícius Garcia Ribeiro; GALLINARO, Fábio. Marco civil da internet e o direito à privacidade na sociedade da informação. Direito, Estado e Sociedade, n.52, p. 114 a 133, jan/jun. 2018.

BARRETO JUNIOR, Irineu Francisco; VENTURI JÚNIOR, Gustavo. Dados pessoais na internet: análise do seu status enquanto mercadoria na sociedade da informação. Anais do 41º. Encontro Anual da ANPOCS. Disponível em: http://www.anpocs.com/index.php/papers-40-encontro-2/gt-30/gt02-25/10599-dados-pessoais-na-internet-analise-do-seu-status-enquanto-mercadoria-na-sociedade-da-informacao/file> Acesso em 10.nov. 2107.

BARRETO JUNIOR, Irineu Francisco; VIGLIAR, José Marcelo Menezes. As funções da jurisprudência na Sociedade da Informação. Rev. Fac. Direito UFMG, Belo Horizonte, n. 73, pp. 391-417, jul./dez. 2018.

BAUMAN, Zygmunt. Globalização: as consequências humanas. Tradução de Marcus Penchel. Rio de Janeiro: Zahar, 1999.

BAUMAN, Zygmunt. Vigilância Líquida: diálogos com David Lyon. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editores, 2013.

BERNARDES, Marciele Berger. Democracia na sociedade informacional. Editora Saraiva, 2017.

BESLAY, Laurent e HAKALA, Hannu. Digital territory: Bubbles. In: KIDD, Paul T. European visions for the knowledge era. Grã-Bretanha: Cheshire Henbury, 2007. pp. 69-78.

BIONI, Bruno Ricardo. Proteção de Dados Pessoais: a função e os limites do consentimento. Rio de Janeiro: Forense, 2019.

BRANCO, Sérgio. Fake news e os Caminhos para Fora da Bolha. Revista Interesse Nacional, São Paulo, Ano 10, n. 38, p. 51-61, ago.-out. 2017. Disponível em: < http://interessenacional.com.br/wp-content/uploads/2017/09/Interesse_Nacional_ed38.pdf>. Acesso em: 01 ago. 2019.

CASTELLS, Manuel. A Era da Informação: economia, sociedade e cultura. 5 ed. São Paulo: Paz e Terra, 2001. v I, a sociedade em rede.

CASTELLS, Manuel. Redes de Indignação e Esperança: Movimentos sociais na era da Internet. Rio de Janeiro: Zahar, 2013.

CAVALCANTI; Ana Elizabeth Lapa Wanderley; LEITE, Beatriz Salles Ferreira; BARRETO JUNIOR, Irineu Francisco. Sistemas de Responsabilidade Civil dos provedores de aplicações da internet por ato de terceiros: Brasil, União Europeia e Estados Unidos da América. Revista Eletrônica do Curso de Direito da UFSM, v. 13, n. 2 / 2018 p.506-531.

CUKIER, Kenneth; MAYER-SCHÖNBERGER, Viktor. Big Data – Como Extrair Volume, Variedade, Velocidade e Valor da Avalanche de Informação Cotidiana. Rio de Janeiro: Campus, 2012.

FERRARI, Pollyana. Como sair das bolhas. São Paulo: EDUC, 2018. Não paginado.

GABRIEL, Martha Carrer Cruz. Digital Oracles and the Search Dictatorship. In: Ascott R., Bast G., Fiel W., Jahrmann M., Schnell R. (eds) New Realities: Being Syncretic. Edition Angewandte. Springer, Vienna. Disponível em: . Acesso em: 15 ago. 2019.

GUSTIN, Miracy B.S.; DIAS, Maria Teresa Fonseca. (Re)pensando a pesquisa jurídica. 2.ed. ver., ampl. e atual. Belo Horizonte: Del Rey, 2006.

KELSEN, Hans. A democracia. 2 ed. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

LEVY, Pierre. Cibercultura. Tradução de Carlos Irineu da Costa. São Paulo: Ed. 34, 1999.

MAGRANI, Eduardo. Democracia conectada: a internet como ferramenta de engajamento político-democrático. Rio de Janeiro: FGV Direito, 2014.

MARANHÃO, Juliana. A pesquisa em inteligência artificial e Direito no Brasil. Disponível em: https://www.conjur.com.br/2017-dez-09/juliano-maranhao-pesquisa-inteligencia-artificial-direito-pais. Acesso em: 09. Dez. 2017.

MARQUES JUNIOR, Nelson Ferreira. A face positiva da polarização política. Jornal Folha de S. Paulo, seção Tendência e Debates, 27 ago. 2019.

MOUAMMAR, Christiane Carrijo Eckhardt; BOCCA, Francisco Verardi. Civilização, sexualidade e entropia no pensamento de Freud. Rev. Filos., Aurora, Curitiba, v. 23, n. 33, p. 441-452, jul./dez. 2011

O’NEIL, Cathy. Weapons of Math Destruction: How Big Data Increases Inequality and Threatens Democracy. Crown Publishing Group’s, 2016.

PEROSA, Teresa. O império da pós-verdade. Disponível em: . Acesso em: 15 ago 2019.

ROUSE, Margaret. Filter bubble. Disponível em: . Acesso em: 10 ago 2019.

SANTAELLA, Lucia. Prefácio. In: FERRARI, Pollyana. Como sair das bolhas. São Paulo: EDUC, 2018. Não paginado.

TEIXEIRA, João de Freitas. O cérebro e o robô: inteligência artificial, biotecnologia e a nova ética. Coleção Ethos. São Paulo: Paulus, 2015.




DOI: http://dx.doi.org/10.26668/IndexLawJournals/2526-0049/2019.v5i2.5856

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


Licença Creative Commons
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.