O RETRATO DA FIGURA FEMININA DA DITADURA À CONTEMPORANEIDADE: UMA ANÁLISE DA MÚSICA GENI E O ZEPELIM, DE CHICO BUARQUE DE HOLANDA

Conteúdo do artigo principal

João Baraldi Neto
Renato Duro Dias
http://orcid.org/0000-0002-9849-1332
Márcia Letícia Gomes
http://orcid.org/0000-0001-6920-6670

Resumo

  

O presente artigo propõe a análise da música Geni e o Zepelim, que compõe a peça Ópera do Malandro, de autoria de Chico Buarque de Holanda, com o intuito de discutir, para além das aparências, o tratamento ofertado à figura feminina, representada pela personagem Geni, a partir da comparação entre o período de ditadura militar e a contemporaneidade. Para tanto, apresentamos o contexto histórico no qual a música foi produzida, a fim de fragmentar os elementos que a compõem, quais sejam, a figura de Geni e seu objeto de redenção. Ainda, considerando as características peculiares da obra, destacamos o papel que a personagem principal desempenha e representa na atualidade, bem como a sua relação com as minorias dentro de uma sociedade patriarcal e moralista. Com base na análise, buscamos utilizar o Direito e a Arte, por meio da música popular brasileira, para olhar com humanidade as inúmeras figuras femininas representadas por Geni, tendo em vista que, da ditadura à contemporaneidade, presenciamos um refinamento das estratégias de agressão às minorias que não se encaixam nos padrões de gênero e heteronormativos.

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Detalhes do artigo

Como Citar
BARALDI NETO, João; DIAS, Renato Duro; GOMES, Márcia Letícia. O RETRATO DA FIGURA FEMININA DA DITADURA À CONTEMPORANEIDADE: UMA ANÁLISE DA MÚSICA GENI E O ZEPELIM, DE CHICO BUARQUE DE HOLANDA. Revista de Direito, Arte e Literatura, Florianopolis, Brasil, v. 8, n. 2, 2023. DOI: 10.26668/IndexLawJournals/2525-9911/2022.v8i2.9257. Disponível em: https://indexlaw.org/index.php/revistadireitoarteliteratura/article/view/9257. Acesso em: 21 nov. 2024.
Seção
Artigos
Biografia do Autor

João Baraldi Neto, Universidade Federal do Rio Grande - FURG.

Mestrando em Direito e Justiça Social pela Universidade Federal do Rio Grande (FURG). Especialista em Direito Civil e Processo Civil pela Faculdade Católica de Rondônia (FCR). Bacharel em Direito pela Faculdade Católica de Rondônia (FCR).   

Renato Duro Dias, Universidade Federal do Rio Grande - FURG.

Vice-Reitor da Universidade Federal do Rio Grande (FURG). Professor da Faculdade de Direito, do Programa de Pós-Graduação em Direito - Mestrado em Direito e Justiça Social (FURG). Doutor em Educação pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Líder do Grupo de Pesquisa Direito e Sexualidades - GDiS e Vice-líder do Laboratório Imagens da Justiça - Grupo de Pesquisa, ambos do CNPq.  

Márcia Letícia Gomes, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO)

Doutora em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande (FURG). Docente do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO).  

Referências

ARAUJO, Murillo Clementino de. O tempo, o valor e a prostituta: reflexões sobre “Geni e o Zepelim” de Chico Buarque. Estudos Semióticos. vol. 14, nº 2, 2018, p. 87–98. Disponível em: www.revistas.usp.br/esse. Acesso em: out. 2022.

AGAMBEN, G. Estado de exceção. Trad. Iraci D. Poleti. São Paulo: Boitempo, 2004.

BARRETO, Renata Caldas; BORGES, Arleth Santos. Ditadura, controle e repressão: revisitando teses sobre os governos militares do Brasil. In: Revice - Revista de Ciências do Estado, v1, n.2, 2016, p. 107-129.

BAUMAN, Zygmunt. Tempos líquidos. Tradução de Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2007.

BUENO, Samira; MARTINS, Juliana; PIMENTEL, Amanda; LAGRECA, Amanda; BARROS, Betina; LIMA de, Renato Sérgio. Visível e Invisível: A Vitimização de Mulheres no Brasil - 3ª edição – 2021. Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Disponível em: https://forumseguranca.org.br/wp-content/uploads/2021/06/relatorio-visivel-e-invisivel-3ed-2021-v3.pdf. Acesso em: out. 2022.

BUTLER, Judith. Vida precária. Contemporânea – Revista de Sociologia da UFSCar. São Carlos, Departamento e Programa de Pós-Graduação em Sociologia da UFSCar, n., p. 13-33, 2011.

COSTAS, Ana Kerlly Souza. Hipersexualização frente ao empoderamento: a objetificação do corpo feminino evidenciada. Anais eletrônicos do VII Seminário Corpo, Gênero e Sexualidade, do III Seminário Internacional Corpo, Gênero e Sexualidade e do III Luso-Brasileiro Educação em Sexualidade, Gênero, Saúde e Sustentabilidade [recurso eletrônico] / organizadoras, Paula Regina Costa Ribeiro... [et al.] – Rio Grande : Ed. da FURG, 2018. Disponível em: https://7seminario.furg.br/images/arquivo/338.pdf. Acesso em: out. 2022.

DE PAULA, Luciane. A Ironia de “Geni e o Zepelim”: Sujeitos, Poderes e Mundos no Tempo da Suspensão. Cadernos do Tempo Presente. Edição n. 01, 2010, p. 1-13.

DE LAURETIS, Teresa. Technologies of Gender: Essays on Theory, Film and Fiction Bloomington: Indiana University Press, 1989.

FREITAS, V. P. Direito e música é tema rico e pouco explorado. CONJUR. Disponível em: https://www.conjur.com.br/2011-jan-02/segunda-leituradireito-musica-tema-rico-explorado. Acesso em: out. 2022.

LOUZADA, ANA. Direito e arte – a mulher na obra de Chico Buarque. Anais do X Congresso Brasileiro de Direito de Família - FAMÍLIAS NOSSAS DE CADA DIA. 2015. Disponível em: https://ibdfam.org.br/assets/upload/anais/258.pdf. Acesso em: out. 2022.

MAIA, A. V.; STANKIEWICZ, M. R. A música popular brasileira e a ditadura militar: vozes de coragem como manifestações de enfrentamento aos instrumentos de repressão. Repositório de Outras Coleções Abertas (ROCA). Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), 2015. Disponível em: http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/5837/1/PB_EL_I_2015_01.pdf. Acesso em: out. 2022.

MENESES, Adélia Bezerra de. Figuras do feminino na canção de Chico Buarque. 2. ed. Cotia, SP: Ateliê Editorial, 2001.

MELO, Bruno Santos; FERREIRA, Jailma da Costa. Prostituição: necessidade, prazer ou meio de inserção social? A figura da prostituta na canção Geni e o Zepelim, de Chico Buarque. II Congresso Internacional de Educação Inclusiva, 2016. Disponível em: http://editorarealize.com.br/editora/anais/cintedi/2016/TRABALHO_EV060_MD1_SA9_ID411_12102016192716.pdf. Acesso em: out. 2022.

MOREIRA, Silvada do Monte. Somos todas Genis. Instituto Brasileiro do Direito de Família – IBDFAM, 2022. Disponível em: https://ibdfam.org.br/artigos/1837/Somos+todas+Genis. Acesso em: out. 2022.

PORCHER JÚNIOR, Roberto Ernani. Direito e arte: Intersubjetividade e emancipação pela linguagem. Disponível em: http://www3.pucrs. br/pucrs/files/uni/poa/direito/graduacao/tcc/tcc2/trabalhos2006_2/roberto_ernani.pdf. Acesso em: out. 2022.

SANT’ANNA, I; CAROLINE, T. REBELATTO, J. A marginalização da prostituição: a prática social e o preconceito. Reportagem realizada na disciplina de laboratório convergente, do curso de jornalismo da Universidade Federal de Santa Maria, Campus Frederico Westphalen, 2018. Disponível em: https://decom.ufsm.br/prostituicao-alto-uruguai/2018/12/04/a-marginalizacao-da-prostituicao-a-pratica-social-e-o-preconceito/. Acesso em: out. 2022.

SILVA JÚNIOR, J. DA; SILVA, F. V. DA. Joga pedra e cancela a Geni: a constituição do dispositivo de suplício midiático em linchamentos de mulheres famosas. Revista da ABRALIN, v. 20, n. 2, p. 1-18, 29 set. 2021.

SOBREIRA, José Alfredo Silva Melo. A oposição à ditadura militar em canções da MPB: uma análise da interação entre letra e música. Programa de Pós Graduação em Letras da Faculdade de Comunicação, Artes e Letras da Universidade Federal da Grande Dourados Dourados: UFGD, 2016. Disponível em: https://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/bitstream/prefix/1406/1/JoseAlfredoSilvaMeloSobreira.pdf. Acesso em: out. 2022.