A Conexão dos Teóricos da Phýsis com o Trágico e a Justiça

Hilda Helena Soares Bentes

Resumo


O artigo tem por objetivo a análise da conexão dos teóricos da phýsis com o trágico e a justiça. Propõe-se o estudo desse vínculo como forma de compreensão de uma teorização da essência da Justiça e do trágico, que expresse a verdadeira ideia de Justiça delineada pelos gregos. A investigação pretende resgatar o sentido originário de justiça como conceito fundacional para a Filosofia do Direito. Parte-se de um exame do conceito de phýsis no pensamento pré-socrático, particularmente em Anaximandro, Heráclito e Parmênides, como possibilidade de elaboração dos elementos constitutivos da justiça. A relação da literatura com a justiça revela a importância da interdisciplinaridade como apreensão da condição humana e do desenvolvimento de uma consciência crítica de problemas jusfilosóficos, ainda cruciais para os dilemas contemporâneos.

Palavras-chave


Phýsis, Justiça, Trágico, Filosofia do direito, Literatura

Texto completo:

PDF

Referências


ARISTOTE. Rhétorique. Texte établi et traduit par Médéric Dufour. Paris: Les Belles Lettres, 1932, tome premier, livre I. (Collection des Universités de France).

ARISTÓTELES. Arte Retórica e Arte Poética. Tradução Antônio Pinto de Carvalho; introdução e notas Jean Voilquin e Jean Capelle; estudo introdutório Goffredo Telles Júnior. Rio de Janeiro: Tecnoprint, [s.d.].

________. Ética a Nicômaco. Tradução Leonel Vallandro; Gerd Bornheim da versão inglesa de W. D. Rosá. São Paulo: Abril Cultural, 1973. (Os Pensadores IV).

BARKER, Sir Ernest. Teoria política grega: Platão e seus predecessores. 2. ed. Tradução Sérgio Bath. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1978. (Coleção Pensamento Político, 2).

BORNHEIM, Gerd A. Breves observações sôbre o sentido e a evolução do trágico. In: O sentido e a máscara. 2. ed. São Paulo: Perspectiva, 1969. (Coleção Debates).

________. (Org.). Os filósofos pré-socráticos. 7. ed. São Paulo: Cultrix, 1991.

BRUN, Jean. Os pré-socráticos. Tradução Armindo Rodrigues. Lisboa: Edições 70, 1991. (Biblioteca Básica de Filosofia).

DELEUZE, Gilles. Nietzsche e a filosofia. Tradução António M. Magalhães. Porto: Rés-Editora, [s.d.].

DETIENNE, Marcel. Os mestres da verdade na Grécia arcaica. Tradução Andréa Daher. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1988.

FINK, Eugen. A filosofia de Nietzsche. 2. ed. Tradução Joaquim Lourenço Duarte Peixoto. Lisboa: Editorial Presença, 1988.

GAGARIN, Michael. Dike in Archaic Greek Thought. In: Classical Philology. Chicago, Ill.: The University of Chicago, n.69: p.186-97, 1974.

GIRARD, René. A violência e o sagrado. Tradução Martha Conceição Gambini; revisão técnica Edgard de Assis Carvalho. São Paulo: Paz e Terra – UNESP, 1990.

GORGIA. Elogio di Elena. In: I sofisti: frammenti e testimonianze, I sofisti. Traduzione prefazione e note Maria Timpanaro Cardini. Bari: Gius Laterza & Figli, p.56-60, 1923.

GUTHRIE, W.K.C. Os filósofos gregos de Tales a Aristóteles. Tradução Maria José Vaz Pinto. Lisboa: Editorial Presença, 1987.

HAVELOCK, Eric Alfred. The Greek concept of justice: from its shadow in Homer to its substance in Plato. Cambridge  London: Harvard University Press, 1978.

HEIDEGGER, Martin. Introdução à metafísica. 3. ed. Tradução, apresentação e notas Emmanuel Carneiro Leão. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1987. (Biblioteca Tempo Universitário, 1).

HESÍODO. Os trabalhos e os dias. (Primeira Parte). 3. ed. Tradução, introdução e comentários Mary de Camargo Neves Lafer. São Paulo: Iluminuras, 1996. (Biblioteca Pólen).

HÖLDERLIN, Friedrich. Reflexões; seguidas de Hölderlin, tragédia e modernidade por Françoise Dastur. Tradução Márcia de Sá Cavalcante; Antonio Abranches. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1994.

JAEGER, Werner Wilhelm. Paidéia: a formação do homem grego. 2. ed. Tradução Artur M. Parreira; adaptação do texto para edição brasileira Mônica Stahel M. da Silva; revisão do texto grego Gilson César Cardoso de Souza. São Paulo – Brasília: Martins Fontes – Editora Universidade de Brasília, 1989.

KERFERD, George Briscoe. The sophistic movement. Cambridge – New York – Melbourne: Cambridge University Press, 1984.

LAÊRTIOS, Diôgenes. Vidas e doutrinas dos filósofos ilustres. 2. ed. Tradução do grego, introdução e notas Mário da Gama Kury. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1977.

MONDOLFO, Rodolfo. O génio helénico. In: MAGALHÃES VILHENA, Vasco de. Panorama do pensamento filosófico. Tradução André Varga. Lisboa: Edições Cosmos, p.11-74, 1958, v. II.

________. O pensamento antigo: história da filosofia greco-romana. 3. ed. Tradução Lycurgo Gomes da Motta. São Paulo: Mestre Jou – Editora Universidade de São Paulo, 1971, v.I.

NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm. O nascimento da tragédia ou helenismo e pessimismo. Tradução, notas e posfácio J. Guinsburg. São Paulo: Companhia das Letras, 1992. (Coleção Das Obras De Nietzsche).

PLATÃO. Filebo. In: Diálogos de Platão: Parmênides – Filebo. Tradução Carlos Alberto Nunes. Belém: Universidade Federal do Pará, p.103-81, 1974, v. VIII. (Coleção Amazônica/ Série Farias Brito).

________. Górgias ou A Oratória. 3. ed. Tradução, apresentação e notas Jaime Bruna. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1989.

REINHARDT, Karl. Sophocle. Traduit et préfacé par Emmanuel Martineau. Paris: Les Éditions de Minuit, 1994. (“Arguments”). SNELL, Bruno. Las fuentes del pensamiento europeo: estudios sobre el descubrimiento de los valores espirituales de occidente en la antigua Grecia. Traducción Jose Vives.

Madrid: Editorial Razón y Fe, 1965. (Colección “Formas del Espiritu”).

SÓFOCLES. Antígone. In: Três tragédias gregas: Antígone, Prometeu prisioneiro, Ájax. Tradução Guilherme de Almeida. São Paulo: Perspectiva, 1997. (Signos; v.22).

________. Édipo Rei. In: A trilogia tebana: Édipo Rei, Édipo em Colono, Antígona. 2. ed. Tradução, introdução e notas Mário da Gama Kury. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, p.20-96, 1991.

SOUSA, Eudoro. Fontes da história da filosofia antiga: textos traduzidos do grego por Eudoro de Sousa. In: Revista Brasileira de Filosofia. São Paulo: Instituto Brasileiro de Filosofia, 1954, v. IV, fascículos 1 (Janeiro – Março) e 2 (Abril – Junho). Fasc. 1: p. 96-123. Fasc. 2: p. 290-323.

SOUZA, José Cavalvante de. Os pré-socráticos: fragmentos, doxografia e comentários. Tradução José Cavalvante de Souza et al. São Paulo: Nova Cultural: p. 35-8, 1996. (Os Pensadores).

VERNANT, Jean-Pierre. A tragédia grega: problemas de interpretação. In: MACKSEY, Richard; DONATO, Eugenio (Orgs.). A controvérsia estruturalista: as linguagens da crítica e as ciências do homem. Tradução Carlos Alberto Vogt; Clarice Sabóia Madureira. São Paulo: Cultrix: p.285-306, 1976.

VERNANT, Jean-Pierre. As origens do pensamento grego. 2. ed. corrigida. Tradução Ísis Borges B. da Fonseca. Rio de Janeiro – São Paulo: Difel, 1977.

VERNANT, Jean-Pierre; VIDAL-NAQUET, Pierre. Mito e tragédia na Grécia antiga. Tradução Anna Lia A. de Almeida Prado; Maria da Conceição M. Cavalcante; Filomena Yoshie Hirata Garcia. São Paulo: Duas Cidades, 1977.

WINDELBAND, Wilhelm. Alvores do pensamento filosófico grego: período cosmológico. In: MAGALHÃES VILHENA, Vasco de. Panorama do pensamento filosófico. Tradução Liselotte Rodrigues; Hermann Pflüger. Lisboa: Edições Cosmos: p.110-89, 1958, v. II.

________. Historia de la filosofía antigua. Traducción J. Rovira Armengol. Buenos Aires: Editorial Nova, 1955. (Coleccion La Vida del Espiritu).

ZELLER, Eduard. Outlines of the history of Greek philosophy. 13. ed. Translation L. R. Palmer; revision Dr. Wilhelm Nestle. New York: Dover, 1980.




DOI: http://dx.doi.org/10.26668/IndexLawJournals/2525-9911/2015.v1i1.79

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


Licença Creative Commons
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.