MEDIAÇÃO EM CONFLITO COLETIVO: ESTUDO DE CASO USINA HIDRELÉTRICA DO RIO MADEIRA E PROJETO DE ASSENTAMENTO JOANA D’ARC

Úrsula Gonçalves Theodoro de Faria Souza, Jovanir Lopes Dettoni, Denise Schmitt Siqueira Garcia

Resumo


A mediação judicial do conflito no Assentamento Joana D’Arc e Usina hidrelétrica, no Rio Madeira, possibilitou estabelecer acordo indenizatório com adesão de cerca de 75% das famílias. O objetivo é analisar a mediação como instrumento emancipatório, de empoderamento e protagonismo às identidades coletivas, propiciando o espaço democrático de debate e alternativas ao conflito. Utilizou-se o método indutivo durante a revisão da literatura, com base em Sen, Habermas, Honneth, Almeida e pesquisa documental. Os resultados indicaram que a mediação visibiliza a interdependência, oportunizando o reconhecimento e o protagonismo dos envolvidos na solução do conflito, com base nos valores, necessidades e interesses.


Palavras-chave


Mediação; Identidades coletivas; Protagonismo; Emancipação; Teoria do Reconhecimento

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DOI: http://dx.doi.org/10.26668/IndexLawJournals/2525-9679/2020.v6i1.6419

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