O PRINCÍPIO DA FRATERNIDADE COMO MEIO DE TRANSFORMAÇÃO SOCIAL E INCLUSÃO DA PESSOA TRANSGÊNERO

Débora Cristina Portella Pinchemel, Diogo de Calasans Melo Andrade

Resumo


O artigo se propõe analisar a fraternidade como instrumento de transformação social com potencial de satisfazer os direitos fundamentais, um caminho à inclusão dos transgêneros enquanto força construtiva para o reconhecimento da igualdade entre todos os seres humanos, sobretudo uma igualdade em dignidade. Como objetivo específico escolheu-se analisar a identidade de gênero tendo como recorte aqueles indivíduos que vivem suas identidades de gênero fora dos marcos sócio normativos tradicionalmente aceitos, elegeu-se ainda analisar se tal condição os preterem de exercer direitos constitucionalmente previstos como a liberdade, a igualdade, a segurança, o direito ao nome e o direito à identidade pessoal, pretende-se, ainda, analisar tal questão com base no Princípio da Fraternidade enquanto alternativa para uma nova forma de relacionamento entre a sociedade, o Estado e as pessoas “trans”, enquanto elemento de transformação da sociedade, levando-se em consideração a dignidade da pessoa humana, preceito fundamental do nosso ordenamento. O método de abordagem utilizado na consecução dos objetivos foi o indutivo; o método de procedimento, ao seu turno, foi o monográfico; e a técnica de pesquisa eleita foi a documental e a bibliográfica.


Palavras-chave


Dignidade humana; fraternidade; identidade de gênero.

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DOI: http://dx.doi.org/10.26668/IndexLawJournals/2526-0111/2019.v5i2.6129

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