A Metodologia da História em Reinhart Koselleck: Análise e Aplicação à Pesquisa Jurídica

Conteúdo do artigo principal

Roland Hamilton Marquardt Neto

Resumo

Os desafios e dificuldades da condução da pesquisa acadêmica, bem como a qualidade do resultado do seu objeto de investigação, depende, invariavelmente, na opção da metodologia empregada. Nesse sentido, impõe-se cada vez mais estudar os variados métodos de pesquisa, independentemente da área circunspecta ao pesquisador, uma vez que está em voga a interdisciplinaridade na pesquisa jurídica. No entanto, adverte-se que a interdisciplinaridade impõe uma redobrada atenção e cuidado na análise científica, uma vez que aumentada a complexidade nas escolhas de condução metodológica de um trabalho acadêmico, podendo, se não, subverter o objeto perquirido. Nesse diapasão, propõe-se analisar a metodologia da história apresentada por Reinhart Koselleck, de modo que se possa apontar em que medida seus métodos possam contribuir a uma pesquisa atinente às áreas jurídicas dogmática ou zetética. Nessa moldura, constata-se que tanto Histórica, quanto à História dos Conceitos, ambos os métodos originários dos estudos de Kosseleck, podem imprimir um rico aporte teórico na pesquisa jurídica, na medida que permita eliminar a plurissignificação de conceitos, classificá-los, relacioná-los, até mesmo ordenar pensamentos, conferindo-lhes certa conotação de durabilidade; bem como permitir a compreensão histórica e antropológica do progresso da modernidade, reconhecendo a (des)continuidade das estruturas em determinado contexto social e temporal. Portanto, tem-se diante dessa proposta a justificativa em estudar os métodos históricos de Reinhart Koselleck, não como pretensão de apontar-se a solução universal de como conduzir uma pesquisa jurídica, mas sim como apresentação à Academia de um método fértil na investigação científica.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Detalhes do artigo

Como Citar
NETO, Roland Hamilton Marquardt. A Metodologia da História em Reinhart Koselleck: Análise e Aplicação à Pesquisa Jurídica. Revista Brasileira de História do Direito, Florianopolis, Brasil, v. 1, n. 1, p. 129–150, 2015. DOI: 10.26668/IndexLawJournals/2526-009X/2015.v1i1.661. Disponível em: https://indexlaw.org/index.php/historiadireito/article/view/661. Acesso em: 22 dez. 2024.
Seção
Artigos
Biografia do Autor

Roland Hamilton Marquardt Neto, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS.

Mestrado em andamento em Direito na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS.

Referências

BETTI, Emilio. Teoria Generale dela Interpretazione. In: QUINAUD PEDRON, Flávio. Mutação Constitucional na Crise do Positivismo Jurídico: História e Crítica do Conceito no Marco da Teoria do Direito como Integridade. Belo Horizonte: Editorial Arraes, 2012.

BITTAR, Eduardo C. B. Metodologia da pesquisa jurídica: teoria e prática da monografia nos cursos de direito. 9ª ed. São Paulo: Saraiva, 2011.

BRUYNE, Paul de; HERMAN, Jacques; SCHOUTHEETE, Marc de. Dinâmica da pesquisa em ciências sociais. In: BITTAR, Eduardo C. B. Metodologia da pesquisa jurídica: teoria e prática da monografia nos cursos de direito. 9ª ed. São Paulo: Saraiva, 2011.

COSTA, Pietro. Em busca de textos jurídicos: Quais textos para qual historiador? Tradução de Walter Guandalini Jr. In: COSTA, Pietro. Soberania, representação, democracia: ensaios de história do pensamento jurídico. Curitiba: Juruá, 2010. [Biblioteca de história do direito], pp. 17-28.

______. Pra que serve a História do Direito? Um humilde elogio da inutilidade. Tradução de Ricardo Marcelo Fonseca. In: COSTA, Pietro. Soberania, Representação, democracia: ensaios de história do pensamento jurídico. Curitiba: Juruá, 2010. [Biblioteca de história do direito], pp. 63-78.

D’ONOFRIO, Salvatore. Metodologia do trabalho intelectual. In: BITTAR, Eduardo C. B. Metodologia da pesquisa jurídica: teoria e prática da monografia nos cursos de direito. 9ª ed. São Paulo: Saraiva, 2011.

DEMO, Pedro. Introdução à metodologia da ciência. In: BITTAR, Eduardo C. B. Metodologia da pesquisa jurídica: teoria e prática da monografia nos cursos de direito. 9ª ed. São Paulo: Saraiva, 2011.

JASMIN, Marcelo Gantus. Historia dos Conceitos e Teoria Política Social: Referências Preliminares. In: RBC. Vol. 20. n. 57, fevereiro de 2005, p. 27-38.

JOLIVET, Régis. Curso de filosofia. In: BITTAR, Eduardo C. B. Metodologia da pesquisa jurídica: teoria e prática da monografia nos cursos de direito. 9ª ed. São Paulo: Saraiva, 2011.

KOSELLECK, Reinhart. Futuro Passado: Contribuições à semântica dos tempos históricos. Tradução de Wilma Patrícia Maas e Carlos Alberto Pereira. Rio de Janeiro : Contraponto, 2006, pp 01-94.

KOSELLECK, Reinhart. Uma história dos conceitos: problemas teóricos e práticos. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, vol. 5, n.10, 1992, pp. 132-135.

OLSEN, Nicklas. History in the Plural: an introduction to the work of Reinhart Koselleck. Londres: Berghahn Books, 2012.

PEREIRA, Luísa Rauter. A história e o “Diálogo que somos”: A historiografia de Reinhart Koselleck e a Hermenêutica de Hans-Georg Gadamer. In: QUINAUD PEDRON, Flávio. Mutação Constitucional na Crise do Positivismo Jurídico: História e Crítica do Conceito no Marco da Teoria do Direito como Integridade. Belo Horizonte: Editorial Arraes, 2012

PINTO, Álvaro Vieira. Ciência e existência. In: BITTAR, Eduardo C. B. Metodologia da pesquisa jurídica: teoria e prática da monografia nos cursos de direito. 9ª ed. São Paulo: Saraiva, 2011.

POPPER, Karl. A lógica da pesquisa científica. In: BITTAR, Eduardo C. B. Metodologia da pesquisa jurídica: teoria e prática da monografia nos cursos de direito. 9ª ed. São Paulo: Saraiva, 2011.

QUINAUD PEDRON, Flávio. Mutação Constitucional na Crise do Positivismo Jurídico: História e Crítica do Conceito no Marco da Teoria do Direito como Integridade. Belo Horizonte: Editorial Arraes, 2012