O DIREITO FUNDAMENTAL À SAÚDE E O PODER JUDICIÁRIO: QUANDO O SUS DEVE FORNECER “O REMÉDIO MAIS CARO DO MUNDO”

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Alessandra Garcia Marques

Resumo

Resumo: O presente artigo pretende apreciar uma emblemática decisão judicial concessiva de antecipação de tutela proferida pela Justiça Federal no Estado do Acre, que obrigou a União a fornecer medicamento a um paciente do Sistema Único de Saúde não produzido no Brasil, sem propósito curativo e sem registro na Anvisa, cujo custo anual para o ente público é atualmente superior a um milhão e duzentos mil reais. Foi para tanto utilizada como apoio a Metodologia de Análise de Decisões, mesmo se tratando da análise de uma decisão apenas. Após a realização de uma pesquisa exploratória sobre os temas referentes ao fornecimento de medicamentos pelo estado brasileiro e o ativismo ou protagonismo judicial, oportunidade em que foi consultada uma bibliografia básica sobre o tema, foi identificada uma questão-problema, de forma que, feitos os recortes objetivo e institucional necessários, buscou-se produzir uma explicação do sentido da decisão a partir da interpretação realizada sobre o processo decisório, sobre a forma da decisão e sobre os argumentos produzidos. Ao final, foi possível identificar que a decisão apreciada foi uma decisão ativista que aplicou diretamente norma jurídica prevista na Constituição da República, e que desprezou a existência de política pública sobre o tema da dispensação de medicamentos especializados.

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Como Citar
MARQUES, Alessandra Garcia. O DIREITO FUNDAMENTAL À SAÚDE E O PODER JUDICIÁRIO: QUANDO O SUS DEVE FORNECER “O REMÉDIO MAIS CARO DO MUNDO”. Revista de Direito Brasileira, Florianopolis, Brasil, v. 20, n. 8, p. 104–127, 2018. DOI: 10.26668/IndexLawJournals/2358-1352/2018.v20i8.3179. Disponível em: https://indexlaw.org/index.php/rdb/article/view/3179. Acesso em: 19 nov. 2024.
Seção
PARTE GERAL
Biografia do Autor

Alessandra Garcia Marques

Mestra em Direito Constitucional pelo IDP. Graduada em História pela Universidade Federal de Uberlândia. Graduada em Direito pela Universidade Federal de Uberlândia. Pós-graduada em Direito Sanitário pela UNB, em Direito Tributário pela UCAM e em Direito Penal e Processual Penal pela UCAM. Atualmente é Promotora de Justiça titular da Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor do Ministério Público do Estado do Acre. Ministra cursos de Direito do Consumidor na Escola da Magistratura do Acre - ESMAC. Ministra curso na Escola Nacional de Defesa do Consumidor do Ministério da Justiça - ENDC. Tem experiência na área de Direito, com ênfase na defesa dos direitos coletivos, em direito do consumidor, do idoso e das pessoas com deficiência, em direito à saúde, direito penal, direito processo penal e em direito processual civil coletivo.

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