ENTRE O AMOR E A CIDADE: O FIM DO FLÂNEUR DOSTOIEVSKIANO COMO ARQUÉTIPO SOCIAL
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Resumo
Fiódor Dostoiévski, apresenta em sua obra, de maneira recorrente, personagens complexos e vagantes que interiorizam as características do flâneur versificado por Charles Baudelaire e dissecado por Walter Benjamin. Através da análise dos protagonistas de Noites Brancas e Crime e Castigo, busca-se a compreensão da figura do flâneur na obra de Dostoiévski, portador de uma série de características peculiares, para a posterior análise da possibilidade deste arquétipo prosperar, de alguma forma, na pós-modernidade. As teorias de Byung-Chul Han cumprem papel fundamental neste objetivo, em especial a discussão sobre a exaustão autocentrada e narcisista da pós-modernidade e – de particular interesse – suas ideias sobre o Eros e como isso se relaciona com as paixões do arquétipo em Dostoiévski. Utilizou-se do método hipotético-dedutivo como abordagem e o meio empregado foi a pesquisa bibliográfica. Enfrenta-se o seguinte problema: o arquétipo do flâneur, conforme consta na obra de Dostoiévski, pode resistir a dinâmica social da pós-modernidade? Os resultados indicam que o arquétipo em questão não possuí espaço na sociedade pós-moderna.
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