O Papel da Constituição na Tutela de Bens Comuns: Proteção aos Saberes das Comunidades Indígenas Brasileiras

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Juliano Dos Santos Seger

Resumo

Este ensaio tem por escopo analisar a realidade vivenciada pelas comunidades indígenas brasileiras, desde o primeiro contato com os colonizadores europeus, colocando em destaque o embate cultural que permeou este contato. A pesquisa pretende contribuir para o debate sobre a possibilidade de apropriação dos saberes indígenas e sua proteção pelo direito de propriedade intelectual, apontando os óbices que o direito à cultura representa a essa prática que, na atualidade, tem ocorrido clandestinamente por meio da biopirataria. Nesse contexto, serão analisadas as disposições normativas da ordem internacional, especialmente as emanadas da Convenção da Diversidade Biológica e da Organização Mundial do Comércio, para ressaltar o papel da Constituição Federal de 1988 na tutela dos bens comuns, no caso, a diversidade cultural das comunidades indígenas do Brasil.

 

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Como Citar
SANTOS SEGER, Juliano Dos. O Papel da Constituição na Tutela de Bens Comuns: Proteção aos Saberes das Comunidades Indígenas Brasileiras. Revista de Direito, Inovação, Propriedade Intelectual e Concorrência, Florianopolis, Brasil, v. 1, n. 1, p. 181–209, 2015. DOI: 10.26668/IndexLawJournals/2526-0014/2015.v1i1.108. Disponível em: https://indexlaw.org/index.php/revistadipic/article/view/108. Acesso em: 25 dez. 2024.
Seção
Artigos
Biografia do Autor

Juliano Dos Santos Seger, Universidade do Oeste de Santa Catarina - UNOESC, Joaçaba, Santa Catarina, Brasil.

Mestre em Direito pela Universidade do Oeste de Santa Catarina - UNOESC, Joaçaba, Santa Catarina, Brasil. Professor de Direito Penal e Criminologia, no Curso de Graduação em Direito da UNOESC, Campus Chapecó/SC.

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