TRANSGENERIDADE E PREVIDÊNCIA SOCIAL: NOVOS HORIZONTES PARA SEGURADOS(AS) TRANS FRENTE ÀS MUDANÇAS JURÍDICAS NO CONTEXTO NACIONAL

Conteúdo do artigo principal

Beatriz Lourenço Mendes
José Ricardo Caetano Costa

Resumo

O atual artigo discute os reflexos das mudanças jurídicas civis recentes para as pessoas trans no campo previdenciário, a partir da possibilidade de mudança do prenome e gênero diretamente no cartório civil, independente da realização de cirurgia de transgenitalização e de autorização judicial. Pelo método indutivo, analisam-se os discursos envolvidos na padronização dos corpos, a partir de Bento (2008). Após, verificam-se os principais marcos jurídicos relacionados ao reconhecimento das identidades de gênero no Brasil, com foco no julgamento da ADIN 4.275, pelo STF. Por último, examina-se os benefícios previdenciários sujeitos à análise de gênero, à luz das transformações civis ocorridas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Detalhes do artigo

Como Citar
MENDES, Beatriz Lourenço; COSTA, José Ricardo Caetano. TRANSGENERIDADE E PREVIDÊNCIA SOCIAL: NOVOS HORIZONTES PARA SEGURADOS(AS) TRANS FRENTE ÀS MUDANÇAS JURÍDICAS NO CONTEXTO NACIONAL. Revista de Direitos Sociais, Seguridade e Previdência Social, Florianopolis, Brasil, v. 4, n. 2, p. 1–16, 2018. DOI: 10.26668/IndexLawJournals/2525-9865/2018.v4i2.4810. Disponível em: https://indexlaw.org/index.php/revistadssps/article/view/4810. Acesso em: 22 dez. 2024.
Seção
Artigos
Biografia do Autor

Beatriz Lourenço Mendes, Universidade Federal do Rio Grande

Mestranda em Direito e Justiça Social pelo Programa de Pós-Graduação em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande (FURG), pesquisadora no grupo Cidadania, Direitos e Justiça (CIDIJUS), com ênfase em Direito Previdenciário e Direito e Gênero.

José Ricardo Caetano Costa, Universidade Federal do Rio Grande

Possui graduação em Direito pela Universidade Federal de Pelotas (1990), graduação em Filosofia pela Universidade Católica de Pelotas (1988), mestrado em Desenvolvimento Social pela Universidade Católica de Pelotas (2000), mestrado em Direito pela Universidade Vale do Rio dos Sinos (2005) e doutorado em Serviço Social pela Pontifícia Universidade Católica do RGS (2009). Pós-Doutor em Educação Ambiental no PPGEA/FURG. Coordenador do Projeto de Extensão CIDIJUS e Líder do Grupo de Pesquisa Cidadania, Direitos e Justiça. 

Referências

AGAMBEN, Giorgio, Homo sacer. O poder soberano e a vida nua. Trad.: Henrique Burigo. Belo Horizonte: UFMG, 2007.

ARGENTINA. Ley n. 26.743, de 9 de maio de 2012.

Establéceseelderecho a La identidad de género de las personas. Boletín Oficial de la República Argentina, Buenos Aires, 23 maio 2012. Disponível em: <http://www.buenosaires.gob.ar/derechoshumanos/convivencia-en-la-diversidad/normativas/ley-26743-de-identidad-de-genero> Acesso em 23 de junho de 2018.

BENTO, Berenice. O que é transexualidade. Coleção Primeiros Passos; 328p., Editora Brasiliense. São Paulo, 2008.

BRASIL. "Projeto de Lei n. 5.002/2013." Dispõe sobre o direito à identidade de gênero e altera o artigo 58. Autores: Jean Wyllys - PSOL/RJ , Erika Kokay - PT/DF. Apresentação: 20/02/2013. Disponível em: http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=565315. Acesso em 1º de agosto de 2018.

BRASIL. Conselho Nacional de Justiça. Provimento nº 73, de 28/06/2018, Dispõe sobre a averbação da alteração do prenome e do gênero nos assentos de nascimento e casamento de pessoa transgênero no Registro Civil das Pessoas Naturais (RCPN). Disponível em: http://www.cnj.jus.br/files/conteudo/arquivo/2018/06/434a36c27d599882610e933b8505d0f0.pdf. Acesso em 01 de agosto de 2018.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil: texto constitucional promulgado em 5 de outubro de 1988, com as alterações adotadas pelas Emendas Constitucionais nº1/92 e 56/2007. Brasília – DF: Senado Federal, 2008.

BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Notícias STF, sexta feira, 02 de março de 2018. Disponível em <http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=371164>. Acesso em 23 de junho de2018.

BUTLER, Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Editora Record, 2003.

CORREGEDORIA GERAL DA JUSTIÇA DO ESTADO DE GOIÁS. Provimento nº 17, de 22 de maio de 2018. Dispõe sobre a averbação da alteração do prenome e do gênero nos assentos de nascimento e casamento de pessoas trans no Registro Civil de Pessoas Naturais. Publicação: quarta-feira, 23/05/2018. Disponível em: http://ibdfam.org.br/assets/img/upload/files/Provimento%20n%C2%BA%2017-2018_esse.pdf. Acesso em 23 de junho de 2018.

CRUZ, Rodrigo Chandohá da. A concessão de aposentadoria ao transexual equivalente ao sexo adequado. 1. ed. Curitiba: CRV, 2014.

DE FREITAS, M. S; VITA, J. B. Distinção de Gênero para Fins de Aposentação e a Tutela Jurídica das Pessoas Transexuais.Novos Estudos Jurídicos,22(1), 2017, p. 288-323.

DE OLIVEIRA, João Felipe Zini Cavalcante et al. Lei de Identidade de Gênero: Uma AnáliseComparativa da Lei Argentina e o Pl 5002/2013 do Brasil. Libertas: Revista de PesquisaemDireito, v. 2, n. 1, 2016.

DE SÁ NETO, et al. Caminhando entre a (in) visibilidade: uma análise jurídica sobre o projeto de lei nº5. 012/2013–Lei de Identidade de Gênero.Revista Direito e Liberdade–Escola da Magistratura do Rio Grande do Norte 16, no. 1 (2014): 55-72.

EUROPE, TGEU–Transgender. World Health Organisation moves toendclassifyingtransidentitiesasmentalilness. Postedon 18, june, 2018, in “International Day ofAction for TransDepathologization, Depathologisation, Health e Depathologisation, Press, Health &Depathologisation. Disponível em: https://tgeu.org/world-health-organisation-moves-to-end-classifying-trans-identities-as-mental-illness/. Acesso em 23 de junho de 2018.

JESUS, Jaqueline Gomes de, e ALVES, Hailey. Feminismo Transgênero e Movimentos de Mulheres Transgêneros in CRONOS – Revista do Programa de Pós-Graduação em Ciências da UFRN, vol. 11. Natal, 2010.

JESUS, Jaqueline Gomes de. Pessoas transexuais como reconstrutoras de suas identidades: reflexões sobre o desafio do direito ao gênero. In Galinkin, Ana L. & Santos, Karine B. (orgs.), Anais do Simpósio Gênero e Psicologia Social: diálogos interdisciplinares, 80-89, 2010.

OMS. Organização Mundial da Saúde. Disponível em: <http://www.who.int/health-topics/international-classification-of-diseases>. Acesso em 23 de junho de 2018

SALIH, Sara. Judith Butler e a Teoria Queer/Sara Salih. Tradução e notas Guacira Lopes Louro. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2012.

SOUZA, Fábio Costa de. Transgeneridade e Sistema de Proteção Social no Brasil: O caso do Sistema Previdenciário Brasileiro, in “Informe de Previdência Social”, outubro/2015, volume 27, número 10, Brasília – DF. Disponível em:<http://sa.previdencia.gov.br/site/2016/06/informe_2015.10.pdf > Acesso em 23 de junho de 2018.

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO GRANDE DO SUL. Provimento nº21/2018 – CGJ Provimento RS. RCPN – Alteração do prenome e gênero de transgêneros. Acrescenta a Subseção I – DA AVERBAÇÃO DA ALTERAÇÃO DO PRENOME E SEXO DE TRANSGÊNEROS -, na Seção IV, do Capítulo V, do Título II, e os artigos 114-A e parágrafos, 114-B e parágrafos, 114-C e parágrafo único, e 114-D a 114-F, na Consolidação Normativa Notarial e Registral – CNNR. Porto Alegre, 15 de maio de 2018. Disponível em: < http://colegioregistralrs.org.br:10091/imagens/provimento_152658542768.pdf> Acesso em 23 de junho de 2018.