Mulheres e Transição Democrática Brasileira (1975-1988): Inserção da Mulher no Espaço Público como um Passo à Democracia

Cárita Chagas Gomes, Herleide Herculano Delgado

Resumo


O regime autoritário brasileiro não resistiu à terceira onda de democratização, que trouxe a democracia como uma possibilidade real. Desse modo, a ditadura civil-militar, não obstante possuísse normas jurídicas repressoras àqueles que pudessem se insurgir contra o regime, sobretudo nos anos de chumbo, contou com um vasto leque de movimentos sociais e organizações  que  lhes  fizeram  forte  oposição.  O  presente  artigo  busca  analisar empiricamente, por meio de dados qualitativos, como as mulheres se inseriram no cenário público durante o período de transição democrática brasileira a partir das abordagens feministas, entre os anos de 1975 e 1988.


Palavras-chave


Transição democrática; Mulheres; Feminismo; Movimento de mulheres

Texto completo:

PDF

Referências


ALMEIDA, Gelsom Rozentino. História de uma década quase perdida: PT, CUT, crise e democracia no Brasil: 1979-1989. Rio de Janeiro: Garamond, 2011.

ARTURI, Carlos S. O debate teórico sobre mudança do regime político: o caso brasileiro. Rev. Sociol. Polit. [online], n.17, pp. 11-31, 2001.

BALDEZ, Lisa. Women’s Movements and Democratic Transition Chile, Brazil, East Germany and Poland. Comparative Polits. Vol 35, n.3, p.251-272, 2003.

BERMEO, Nancy. Democracy and the Lessons of Dictatorship. Comparative Politics, v. 24, n. 3, p. 273-292, 1992.

BLAY, Eva A. O visível e o limite dos movimentos sociais na construção da prática pública. In: MENICUCCI DE OLIVEIRA, Eleonora. (Org.) Mulheres: da domesticidade à cidadania. Estudos sobre movimentos sociais e democratização. Águas de São Pedro-SP, ANPOCS/Conselho Nacional dos Direitos da Mulher, 1987.

BRASIL. Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM). Regimento Interno. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1980-1989/anexo/and96895-88.pdf. Acesso em 15 jan 2015.

DOIMO, Ana Maria. A vez e a voz do popular: movimentos sociais e participação política no Brasil pós-70. Rio de Janeiro: Relume-Dumará/ANPOCS, 1995.

DURHAM, Eunice R. Movimentos Sociais, a construção da cidadania. Novos Estudos Cebrap. São Paulo, n.10, p.24-31, 1984.

HUNTINGTON, Samuel. The Third Wave: Democratization in the Late Twentieth Century. Norman: University of Oklahoma Press, 1991.

KERGOAT, Danièle. Dinâmica e consubstancialidade das relações sociais. Novos estudos, vol. 86, p.93-103, 2010.

LAMOUNIER, Bolívar. Apontamentos sobre a questão democrática brasileira. In:_ ROUQUIÉ, Alain; LAMOUNIER, Bolívar; SCHVARZER, Jorge (Orgs.). Como renascem as democracias. São Paulo: Brasiliense, 1985.

MULHERIO. São Paulo: Núcleo de Comunicações Mulherio, n.3, Ano I, set./out. 1981. MULHERIO. São Paulo: Núcleo de Comunicações Mulherio, n. 13, Ano III, maio/jun. 1983.

MULHERIO. São Paulo: Núcleo de Comunicações Mulherio, n. 22, Ano V, jul./ago./set.1985.

MULHERIO. São Paulo: Núcleo de Comunicações Mulherio, n. 32, Ano VII, set. 1987. NÓS MULHERES. São Paulo: Associação de Mulheres, n. 7, março. 1978.

O’DONNELL, Guillermo. Transição Democrática e Políticas Sociais. Rev. Adm. Pública, vol.21, n.4, p.9-16, 1987.

O’DONNELL, Guillermo; SCHMITTER, Phelippe C. Transições do Regime Autoritário: Primeiras Coleções. São Paulo: Vértice, Editoria Revista dos Tribunais, 1988.

OLIVEIRA, Armando Albuquerque de. (Des)Controle Civil sobre os militares no Brasil: um estudo comparado (1945-1964/1985-2009). Tese (Doutorado) – Universidade Federal de Pernambuco. Programa de Pós-Graduação em Ciência Política, Recife, 2010.

PEDRO, Joana Maria. Narrativas fundadoras do feminismo: poderes e conflitos (1970-1978). Revista Brasileira de História, vol.26, n.52, p.249-272, 2006.

PINTO, Céli Regina Jardim. Uma história do feminismo no Brasil. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2003.

PRZERWORSKI, Adam. Ama a incerteza e serás democrático. Novos Estudos Cebrap, n.9, p.36-46, 1984.

RABENHORST, Eduardo Ramalho. As teorias feministas do direito e a violência de gênero. R. EMERJ, v.15, n.57 (Edição Especial), p.20-32, 2012.

SADER, Emir (Org.). Movimentos Sociais na Transição Democrática. São Paulo: Cortez, 1987.

SARTI, Cynthia Andersen. O feminismo brasileiro desde os anos 1970: revisitando uma trajetória. Estudos Feministas, v.12, n.264, p.35-50, 2004.

____________. O início do feminismo sob a ditadura no Brasil: o que ficou escondido. XXI Congresso Internacional da LASA, Chicago, p.1-12, 1998

SCHMINK, Marianne. Women in the Brazilian ‘Abertura’ Politics. Signs, v.7, n.1, p.115-133, 1981.

SOARES, Vera. Muitas faces do feminismo no Brasil. In: GODIINHO, Tatau (org.). Mulher e política – gênero e feminismo no Partido dos Trabalhadores. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 1998.

VALENZUELA, J. Samuel. Democratic Consolidation in Post-Transitional Settings: Notion. Process, and Facilitating Conditions. Working Paper #150 – December 1990.

VITERNA, Jocelyn; FALLON, Kathleen M. Democratization, Women’s Movements, and Gender-Equitable States: A Framework for Comparison. American Sociological Review. Vol 73, p.668-689, 2008.

VITULLO, Gabriel E. Transitologia, Consolidologia e Democracia na América Latina: uma revisão crítica. Revista de Sociologia e Política, n.17, p.53-60, 2001.




DOI: http://dx.doi.org/10.26668/IndexLawJournals/2525-9660/2016.v2i1.1115

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


Licença Creative Commons
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.