A PERÍCIA ANTROPOLÓGICA E A CULTURA JURÍDICA BRASILEIRA: reflexões sobre os laudos antropológicos nos processos criminais envolvendo pessoas indígenas acusadas, rés, condenadas ou privadas de liberdade no Brasil

Main Article Content

waldilena Assuncao
Jorge Luiz Oliveira dos santos

Abstract

O presente artigo busca refletir sobre a perícia antropológica e a cultura jurídica brasileira, através do estudo sobre laudo antropológico nos processos criminais envolvendo indígenas, considerando a Resolução 287 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), cujas diretrizes procuram assegurar os direitos da população indígena no âmbito criminal do Poder Judiciário. Para que o trabalho atingisse seus objetivos, buscou-se abordá-lo da maneira mais ampla possível, valendo-se para tanto de estratégias de pesquisa multimetodológicas. Pesquisas assim, vêm sendo realizadas para melhor se compreender a relação entre a lei e o mundo social. Dessa forma, buscou-se trazer a experiência do Observatório Sistema de Justiça Criminal e Povos Indígenas, entidade de iniciativa da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), que faz estudos para monitorar e combater o encarceramento em massa de indígenas no Brasil. Por fim, busca-se ressaltar que a Antropologia e o Direito devem acompanhar as mudanças sociais quando do fazer etnográfico na construção dos laudos antropológicos nos processos criminais.

Downloads

Download data is not yet available.

Article Details

How to Cite
ASSUNCAO, Waldilena; OLIVEIRA DOS SANTOS, Jorge Luiz. A PERÍCIA ANTROPOLÓGICA E A CULTURA JURÍDICA BRASILEIRA: reflexões sobre os laudos antropológicos nos processos criminais envolvendo pessoas indígenas acusadas, rés, condenadas ou privadas de liberdade no Brasil. Revista de Sociologia, Antropologia e Cultura Jurídica, Florianopolis, Brasil, v. 8, n. 2, 2023. DOI: 10.26668/IndexLawJournals/2526-0251/2022.v8i2.9319. Disponível em: https://indexlaw.org/index.php/culturajuridica/article/view/9319. Acesso em: 22 nov. 2024.
Section
Artigos
Author Biographies

waldilena Assuncao, PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM ANTROPOLOGIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ-UFPA(PPGA/UFPA)

Bacharela em Direito(2016) e Serviço Social(2007) pela Universidade da Amazônia-UNAMA, Doutoranda e mestra em Antropologia Social pelo Programa de Pós-graduação em Antropologia-PPGA/IFCH/UFPA(2020), especialista em Gestão Pública pela Universidade da Amazônia-UNAMA (2009)

Jorge Luiz Oliveira dos santos, Associado ao Conselho Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Direito (CONPEDI); da Rede de Estudos Empírica em Direito (REED), membro da Associação Brasileira de Pesquisadores em Sociologia do Direito (ABRASD).

Doutor em Ciências Sociais (Antropologia) pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais (PPGCS) da Universidade Federal do Pará (UFPA - 2011). Mestre em Antropologia pelo Departamento de Antropologia (DEAN), da Universidade Federal do Pará (UFPA - 2004). Bacharel em Ciências Sociais pela Universidade da Amazônia (UNAMA - 2001). Associado ao Conselho Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Direito (CONPEDI); da Rede de Estudos Empírica em Direito (REED), membro da Associação Brasileira de Pesquisadores em Sociologia do Direito (ABRASD).

References

ALBERT, Bruce. “Situação Etnográfica” e Movimentos Étnicos. Notas sobre o trabalho de campo pós-malinowskiano. In Campos: Revista de Antropologia. V. 15. N. 1. 2014.

AMADO, Luiz Henrique Eloy; VIEIRA, Victor Hugo Streit. O Tratamento Jurídico-Penal Reservado aos Indígenas Sob a Ótica Intercultural e Decolonial. Disponível em: <https://ibccrim.org.br/publicacoes/edicoes/738/8415>. Acesso em: jul. 2022.

ALVES, Leonardo M. A antropologia vai a campo: Malinowski. Disponível em: <https://ensaiosenotas.com/2016/08/14>. Acesso em: jul. 2022.

ASSUNÇÃO; Waldilena. No avesso da história indígena: da criminalização às prisões de lideranças indígenas no sistema penitenciário do estado do Pará. Dissertação de Mestrado, apresentada junto ao Programa de Pós-Graduação em Antropologia, da Universidade Federal do Pará/UFPA, 2020.

BELTRÃO, Jane Felipe; MASTOP-LIMA, Luiza. de N.; MOREIRA, H. L. F. De vítimas a indiciados, um processo de ponta-cabeça: Suruí Aikewára versus Divino Eterno – Laudo antropológico. In Espaço Ameríndio, UFRGS, V. 2, 2008. p. 194/258.

BOURDIEU, Pierre. La objetivación participante. In Apuntes de investigación. Disponível em: <https://cinedocumentalyetnologia.files.wordpress.com/2013/09>. Acesso em: mar. 2022.

BRASIL. Conselho Nacional de Justiça, 2019. Manual dos procedimentos relativos a pessoas indígenas acusadas, rés, condenadas ou privadas de liberdade Orientações a Tribunais e Magistrados para cumprimento da Resolução 287/2019 do Conselho Nacional de Justiça. Disponível em: <https://www.cnj.jus.br>. Acesso em: dez. 2021.

BRASIL. Conselho Nacional de Justiça. Resolução 287, de 25 de junho de 2019. Disponível em: <http://www.cnj.jus.br>. Acesso em: ago. 2021.

CNJ. Conselho Nacional de Justiça. Procedimentos Relativos a Pessoas Índígenas Acusadas, Rés, Condenadas ou Privadas de Liberdade: orientações a tribunais e magistrados para cumprimento da Resolução 287/2019 do Conselho Nacional de Justiça. Disponível em: <https://bibliotecadigital.cnj.jus.br>. Acesso em: ago. 2021.

EVANS-PRITCHARD, Edward Evan. Apêndice IV: algumas reminiscências e reflexões sobre o trabalho de campo. In Bruxaria, Oráculo e Magia entre os Azande. Rio de Janeiro: Zahar. (1978). (p. 298/314).

JESUS, Morgana Neves de; FIALHO, Quezia Dornellas. Campo Jurídico e Representações Sociais: análise sobre a insuficiência de fundamentação do dano moral nas decisões judiciais. In Revista de Teorias da Justiça, da Decisão e da Argumentação Jurídica. Brasília: CONPEDI. V. 2 N. 1. jan/jun. 2016. p. 287/302.

MAIA, Luciano Mariz. Do Papel da Perícia Antropológica na Afirmação dos Direitos dos Índios. In: OLIVEIRA, João Pacheco; MURA, Fábio; SILVA, Alexandra Barbosa da. (Orgs.). Laudos antropológicos em perspectiva. Brasília: ABA, p. 48/76, 2015.

MACHADO, Maíra Rocha (Org). Pesquisar Empiricamente o Direito. São Paulo: Rede de Estudos Empíricos em Direito, 2017.

MARQUES, Ana. Claudia; VILLELA, Jorge Mattar. O Que Se Diz, O Que Se Escreve: etnografia e trabalho de campo no sertão de Pernambuco. In: Revista de Antropologia, V. 48. N. 1. São Paulo: USP, 2005.

PEIRANO, Mariza. A Eterna Juventude da Antropologia: etnografia e teoria vivida. Disponível em:< http://www.marizapeirano.com.br>. Acesso em: mar. 2022.

OBSERVATÓRIO Sistema de Justiça Criminal e Povos Indígenas. Disponível em: <https://apiboficial.org/observatorio>. Acesso em: jul. 2022.

PEIRANO, Mariza. Etnografia Não É Método. In Horizontes Antropológicos. V. 20. N. 42, Porto Alegre: PPGAS/UFRGS. 2014.

PISSUTTO, Giovanna. Criminologia: conceito, definição e criminologia como ciência. Disponível em: <https://gipissutto.jusbrasil.com.br/artigos/188716599/criminologia>. Acesso em: jul. 2022.

SILVA, Mayalu Matos; SOUZA, Rosane Marques de. No País do Racismo Institucional: dez anos de ações do GT Racismo no MPPE. In: Revista Ciência & Saúde Coletiva. V. 21. N 2. 2016.

SILVA, Tédney Moreira da. Indígenas Sofrem Violações nos Cárceres, avalia pesquisador. Entrevista concedida a Maria Luiza, em 18 de abril de 2022. Disponível em: <https://agenciadenoticias.uniceub.br>. Acesso em: jul. 2022.

TERENA, Mauricio, entrevista concedida a NUNES, Kleber. Em 19 de abril 2021. Observatório Indígena Vai Monitorar e Atuar Contra Violações Praticadas pelo Sistema de Justiça Criminal. Disponível em: <https://marcozero.org>. Acesso em: jul. 2022.

URQUIZA, Antônio Hilário Aguilera. Resolução 287 CNJ e o Laudo Antropológico na Justiça Criminal no Mato Grosso do Sul. In: Grupo de Estudos do Observatório Sistema de Justiça Criminal e Povos Indígenas. Nota de aula virtual em 10 de junho de 2022.