DIREITOS HUMANOS VERSUS DIREITO PENAL DO INIMIGO: É POSSÍVEL NEGAR A DIGNIDADE HUMANA?

Main Article Content

Marcos Leite Garcia
http://orcid.org/0000-0003-3299-3556

Abstract

O presente texto tem como objetivo analisar a dicotomia entre o Direito Penal do Inimigo e os Direitos Humanos, levando-se em consideração a igualdade dos seres humanos quanto à dignidade. A dignidade da pessoa humana trata-se de um dos pilares teóricos do direito contemporâneo, junto com a liberdade, a igualdade e a fraternidade. O método utilizado para a investigação é o Dedutivo. Ao final do artigo, verifica-se que a Dignidade deve ser igual para todos os seres humanos, assim o Direito Penal do Inimigo é contrário aos mais elementares pilares dos Direitos Humanos.

Downloads

Download data is not yet available.

Article Details

How to Cite
Garcia, M. L. (2020). DIREITOS HUMANOS VERSUS DIREITO PENAL DO INIMIGO: É POSSÍVEL NEGAR A DIGNIDADE HUMANA?. Revista Brasileira De Direitos E Garantias Fundamentais, 6(1), 142–162. https://doi.org/10.26668/IndexLawJournals/2526-0111/2020.v6i1.6733
Section
Artigos
Author Biography

Marcos Leite Garcia, Universidade do Vale do Itajaí

Doutor em Direito (2000); Professor do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciência Jurídica, Cursos de Mestrado e Doutorado, e do Curso de Graduação em Direito da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI)- Santa Catarina.

 

References

AGAMBEN, Giorgio. Estado de Exceção. Tradução de Iraci D. Poleti. São Paulo: Boitempo, 2004.

AGAMBEN, Giorgio. Profanações. Tradução e apresentação de Selvino José Assman. São Paulo: Boitempo, 2007.

BAUMAN, Zygmunt. Vidas desperdiçadas. Tradução de Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Zahar, 2005.

BAUMAN, Zygmunt. Vida para consumo: a transformação das pessoas em mercadorias. Tradução de Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Zahar, 2008.

BECK, Ulrich. Sociedade de risco: rumo a uma outra modernidade. São Paulo: Editora 34, 2011.

BOBBIO, Norberto. Presente e futuro dos direitos do homem. In: A era dos Direitos. Tradução de Carlos Nelson Coutinho. Rio de Janeiro: Campus, 1992. p. 25-47

BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional. 29.ed. São Paulo: Malheiros, 2014.

CANCIO MELIÁ, Manuel. “Direito Penal” do inimigo? In: Jabobs, Günter; CANCIO MELIÁ, Manuel. Direito Penal do Inimigo: noções e críticas. Org. e Trad. De André Luís Callegari e Nereu José Giacomelli. 2ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2007. p. 51-80.

CASTELLS, Manuel. Redes de indignación y esperanza. Madrid: Alianza Editorial, 2012.

CHOMSKY, Noan. Quem manda no mundo? Tradução Renato Marques. São Paulo: Crítica, 2017.

COMBLIN, Joseph. A Ideologia da Segurança Nacional: O Poder Militar na América Latina, 2.ed., Rio de Janeiro: Ed. Civilização Brasileira, 1978.

FERRAJOLI, Luigi. Derechos y garantías: la Ley del más débil. Madrid: Trotta, 1999.

FERRAJOLI, Luigi. Democracia y garantismo. Tradução de Perfecto A. Ibáñez, et. al. Madrid: Trotta, 2008.

FERRAJOLI, Luigi. Derecho y razón. Tradução Perfecto Andrés Ibáñez. 7.ed. Madrid: Trotta, 2005. Título original: Diritto e ragione.

FERRAJOLI, Luigi. Poderes salvajes: la crisis de la democracia constitucional. 2.ed. Tradução de Perfecto A. Ibáñez. Madrid: Trotta, 2011.

HAYEK, Friedrich August von. O caminho da servidão. Trad. de Ana M. Capovilla. São Paulo: Editora Liberal, 1990.

GIDDENS, Antony. Mundo em descontrole: o que a globalização está fazendo de nós. Tradução de Maria Luiza Borges. Rio de Janeiro: Editora Recorde, 2003.

GONZÁLEZ AMUCHASTEGUI, Jesus. Autonomía, dignidade y ciudadanía: una teoria de los derechos humanos. Valencia: Tirant lo Blanch, 2004.

KANT, Immanuel. Fundamentação da Metafísica dos Costumes. In: Os Pensadores – Kant (II). Tradução de Paulo Quintanela. 2.ed. São Paulo: Abril Cultural, 1984. p. 103-162. Título original: Grundlegung zur Metaphysik der Sitten.

LASSALLE, Ferdinand. A essência da Constituição. 4. ed. Rio de Janeiro: Lumes Juris, 1998.

LIMA TORRADO, Jesus. El pseudoconcepto de no-persona: de la negación del fundamento de los derechos humanos a la justicación de la negación de las garantías. Revista de Ciências Jurídicas e Sociais. UNIPAR. Umuarama. v. 12, n. 2, p. 377-396, jul./dez. 2009.

LIMA TORRADO, Jesus. Globalización, pensamiento único y derechos humanos: análisis desde una teoría crítica del derecho. In: LIMA TORRADO, Jesus (Coord.) Derechos, Estado, Mercado: Europa y América Latina. Madrid: Dilex, 2009. p. 165-193.

LIMA TORRADO, Jesus. Fundamentos de los Derechos Humanos. Revista do Programa de Mestrado em Ciência Jurídica. Universidade Estadual do Norte do Paraná - UENP. Jacarezinho. n. 16, p. 223-246, jan./jul. 2012.

MARSHALL, Thomas H. Ciudadanía y clase social. Tradução de Pepa Linares. Madrid: Alianza, 1998.

MERQUIOR, José Guilherme. O liberalismo: antigo e moderno. Tradução de Henrique Araújo Mesquita. 3.ed. São Paulo: É Realizações Editora, 2014.

MORIN, Edgar. A via para o futuro da humanidade. São Paulo: Bertrand, 2013.

MÜLLER, Friedrich. Que grau de exclusão social ainda pode ser tolerado por um sistema democrático? Tradução de Peter Naumann. Porto Alegre: Unidade Editorial da Secretaria Municipal da Cultura, 2000.

MUÑOZ CONDE, Francisco. Direito penal do inimigo. Tradução de Karyna Batista Sposato. Curitiba: Juruá, 2012.

NEVES, Marcelo. A Constitucionalização Simbólica. São Paulo: Martins Fontes, 2007.

PASOLD, Cesar Luiz. Metodologia da pesquisa jurídica: teoria e prática. 14. ed. Florianópolis: Empório Modara, 2018.

PECES-BARBA, Gregorio. La dignidade de la persona humana desde la Filosofía del Derecho. 2. Ed. Madrid: Dykinson, 2003.

PECES-BARBA, Gregorio. Problemas generales. In: ______. Curso de Derechos Fundamentales: teoría general. Madrid: Universidad Carlos III de Madrid, 1995. p. 39-98.

PECES-BARBA, Gregorio. La libertad del hombre y el genoma. Derechos y Libertad. Revista del Instituto Bartolomé de las Casas. N. 2, año I, Universidad Carlos III de Madrid. p. 302-325. Oct. 1993-Mar 1994.

PÉREZ LUÑO, Antonio Enrique. Derechos Humanos, Estado de Derecho y Constitución. 2.ed. Madrid: Tecnos, 1986.

ROSA, Halmut. Alienación y aceleración: hacía uma teoria crítica de la temporalidade en la modernidad tardía. Tradução, revisão e notas de Estefanía Dávila e Maya Aguiluz Ibargüen. Madrid: Katz, 2016.

SALES I CAMPOS, Albert. El delito de ser pobre: una gestión neoliberal de la marginalidade. Barcelona: Icara, 2014.

SANTOS, Boaventura de Sousa. Para uma revolução democrática da justiça. 3 ed. São Paulo: Cortez, 2011.

SARLET, Ingo Wolfgang. Dignidade da Pessoa Humana e Direitos Fundamentais. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2001.

SARMENTO, Daniel. Dignidade da pessoa humana: conteúdo, trajetórias e metodologia. Belo Horizonte: Fórum, 2016.

SILVA SÁNCHEZ. Jesus Maria. A expansão do Direito Penal. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2002.

SOUZA, Jessé. A elite do atraso: da escravidão à lava jato. Rio de Janeiro: Leya, 2017.

SOUZA, Jessé. A tolice da inteligência brasileira: ou como o país se deixa manipular pela elite. Rio de Janeiro: Leya, 2015.

SOUZA, Jessé. Senso comum e justificação da desigualdade. In: A ralé brasileira: quem é e como vive. 3.ed. São Paulo: Contracorrente, 2018 a. p. 47-55.

SOUZA, Jessé. Subcidadania brasileira: para entender o país além do jeitinho brasileiro. Rio de Janeiro: Leya, 2018 b.

STRECK, Lênio Luiz: SANTOS JÚNIOR. Rosivaldo Toscano. Do direito penal do inimigo ao direito penal do amigo do poder. Revista de Estudos Criminais, n. 51. p. 33-60. Out./Dez. 2013.

ZAFFARONI, Eugenio Raúl. La pachamama y el humano. Buenos Aires: Ediciones Madres de la Plaza de Mayo/Colihue, 2015.

ZAFFARONI, Eugenio Raúl. O inimigo no direito penal. Tradução de Sérgio Lamarão. 3. Ed. Rio de Janeiro: Renavan, 2011.

ZIZEK, Slavoj. Primero como tragédia, despois como farsa. Tradução Maria B. de Medina. São Paulo: Boitempo, 2011.