Autodeterminação Informativa e Proteção de Dados: Uma Análise Crítica da Jurisprudência Brasileira

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Rafael Copetti
Marcel Andreata de Miranda

Resumo

O estudo, a partir do método hipotético-dedutivo, busca realizar uma releitura da forma como a jurisprudência brasileira vem interpretando o conceito de privacidade no armazenamento e compartilhamento de informações dos cidadãos no atual estágio tecnológico da sociedade. Inicialmente, é estudada a origem da proteção de dados pessoais e a definição do termo privacidade. Após, é realizado um estudo de caso a partir de duas decisões do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, assim como uma decisão do Superior Tribunal de Justiça que serviu de paradigma para as questões relativas ao sistema de credit scoring. Em seguida, são analisados os fundamentos que serviram de motivação para as decisões em comparação com concepções que servem de suporte para a proteção dos dados pessoais. Ao final, é possível perceber que os Tribunais têm uma visão equivocada acerca da possibilidade do armazenamento e comercialização de banco de dados de consumidores, sendo necessária a revisão dos posicionamentos citados.

 

 

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Como Citar
COPETTI, Rafael; MIRANDA, Marcel Andreata de. Autodeterminação Informativa e Proteção de Dados: Uma Análise Crítica da Jurisprudência Brasileira. Revista de Direito, Governança e Novas Tecnologias, Florianopolis, Brasil, v. 1, n. 1, p. 28–48, 2015. DOI: 10.26668/IndexLawJournals/2526-0049/2015.v1i1.46. Disponível em: https://indexlaw.org/index.php/revistadgnt/article/view/46. Acesso em: 22 nov. 2024.
Seção
Artigos
Biografia do Autor

Rafael Copetti, Universidade Meridional - IMED, Passo Fundo Rio Grande do Sul, Brasil.

Mestrando em Direito, Democracia e Sustentabilidade pela  
Universidade Meridional - IMED, Passo Fundo Rio Grande do Sul, Brasil. 

Marcel Andreata de Miranda, Mestrando em Direito pela Universidade de Passo Fundo - UPF, Rio Grande do Sul, Brasil.

Mestrando em Direito pela Universidade de Passo Fundo - UPF, Rio Grande do Sul, Brasil. 

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