CONSUMO DE MATERIAL BIOLÓGICO, VULNERABILIDADE E BIOBANCOS

Conteúdo do artigo principal

Roberto Henrique Pôrto Nogueira
Alexandra Clara Ferreira Faria

Resumo

Objetiva-se investigar sehárelação de consumo na disposição de material biológico humano para instituição de biobancos. A relevância da empreitada é evidente porqueoproblema estudado envolve a regularidade do avançodeterapias e de pesquisas clínicas. A pesquisa éjurídico-teórica, sobretudobibliográfica.Como resultado, conclui-se que o negócio jurídico existencial se formata como doação neutra e que o doador, apesar da gratuidade e da inexistência de consumo direto de serviços de saúde que se valem dos biobancos mantidos, pode ser equiparado a consumidor, na medida em que seja reconhecida remuneração, ainda que indireta, dos mantenedores dessas bases. 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Detalhes do artigo

Como Citar
NOGUEIRA, Roberto Henrique Pôrto; FARIA, Alexandra Clara Ferreira. CONSUMO DE MATERIAL BIOLÓGICO, VULNERABILIDADE E BIOBANCOS. Revista de Biodireito e Direito dos Animais, Florianopolis, Brasil, v. 4, n. 1, p. 64–83, 2018. DOI: 10.26668/IndexLawJournals/2525-9695/2018.v4i1.4251. Disponível em: https://indexlaw.org/index.php/revistarbda/article/view/4251. Acesso em: 19 nov. 2024.
Seção
Artigos
Biografia do Autor

Roberto Henrique Pôrto Nogueira, Universidade Federal de Ouro Preto - Minas Gerais

Doutor e Mestre em Direito Privado pelo Programa de Pós-Graduação da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Especialista em Direito Tributário pela Faculdade de Direito Milton Campos. Graduado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Professor Adjunto do Curso de Graduação e Mestrado Acadêmico em Direito da Universidade Federal de Ouro Preto. Coordenador Acadêmico do Curso de Direito da UFOP. Experiência profissional docente junto à Faculdade Mineira de Direito da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (Coração Eucarístico, Barreiro e São Gabriel) e Faculdade Pitágoras. Foi responsável pelo Núcleo de Prática Jurídica do Curso de Direito da Faculdade Pitágoras de Belo Horizonte. No campo do Direito Privado, os estudos possuem foco nos novos direitos e novos modelos sob perspectiva do pluralismo epistemológico, para o enfrentamento de vulnerabilidades e de posições jurídicas inadmissíveis.

Alexandra Clara Ferreira Faria, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais - PUC - MG, Minas Gerais – MG

Doutora em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais - PUC\Minas. Mestre em Direito pela Universidade de Ribeirão Preto/SP. Pós-Graduada em Direito Público e graduada em Direito pela Fundação Educacional Monsenhor Messias. Professora dos cursos de Pós-Graduação da PUC Virtual e do IEC - Instituto de Educação Continuada da PUC/Minas. Professora Adjunto IV da Faculdade Mineira de Direito/PUC/Minas.

Referências

ARRIBAS, Maria Concepción Martín; DÍAZ, Javier Arias. Biobancos y utilización de muestras de origem humano em investigación quirúrgica. Marco Normativo Actual. Revista Cirurgia Española - CIR ESP, Madrid, v. 89, n. 4, p. 207-212, 2011.

ASHTON-PROLLA, Patrícia et al. Biobanco do Hospital de Clínicas de Porto Alegre: aspectos técnicos, éticos, jurídicos e sociais. Revista HCPA, Porto Alegre, v. 29, n.1, p. 74-79, 2009.

BAKER, Monya. Biorepositories: building better biobanks. Nature – Technology Features, New York, n. 486, p. 141-146, 2012.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil, de 05 de outubro de 1988. Diário Oficial da União, Brasília, 05 out. 1988. Disponível em: . Acesso em: 10 mar. 2018.

BRASIL. Lei Federal n. 8.078, de 11 setembro 1990. Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 12 set. 1990. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8078.htm>. Acesso em: 29 mar. 2018.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.201, de 14 de setembro de 2011. Estabelece as Diretrizes Nacionais para Biorrepositório e Biobanco de Material Biológico Humano com Finalidade de Pesquisa. Diário Oficial União, Brasília, 15 set. 2011. Disponível em: . Acesso em: 10 out. 2015.

CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE. Resolução CNS nº 441, de 12 de maio de 2011. Aprovar as seguintes diretrizes para análise ética de projetos de pesquisas que envolvam armazenamento de material biológico humano ou uso de material armazenado em pesquisas anteriores. Diário Oficial União, Brasília, 18 jul. 2011. Disponível em: <http://bvsms.saude. gov.br/bvs/saudelegis/cns/2011/res0441_12_05_2011.html>. Acesso em: 20 mar.2018.

CORDEIRO, Antônio Manuel da Rocha e Menezes. Da boa-fé no direito civil. Coimbra: Almedina, 2007.

DUCATO, Rossana; PERRA, Silvia; ZUDDAS, Carla. The legal fate of biobanks between privacy, IPRs and crisis of a firm. A prelimary study on the case of “bio-bankruptcy”. Revista de Derecho y Genoma Humano – Law and the Human Genome Review, Bilbao, n. 41, p. 89-102, 2014.

FARIA, Alexandra Clara Ferreira; SILVA, Flávia Helena Millard Rosa da. Doação de material genético: um estudo sobre sua permissibilidade jurídica. In: MOUREIRA, Diogo Luna; ALMEIDA, Renata Barbosa de; SÁ, Maria de Fátima Freire de (Coord.). Direito privado: revisitações. Belo Horizonte: Arraes Editores, 2013. p. 171-190.

FARIAS, Cristiano Chaves de; ROSENVALD, Nelson. Direito civil: teoria geral. 9. ed. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2011.

FIÚZA, César. Direito civil: curso completo. 17. ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2014.

GOMES, Orlando. Introdução ao direito civil. 19. ed. rev., atual. e aum., de acordo com o Código Civil de 2002, por Edvaldo Brito e Reginalda Paranhos de Brito. Rio de Janeiro: Forense, 2008.

GOZZO, Débora; LIGIERA, Wilson Ricardo. O consentimento informado como direito de personalidade. In: GOZZO, Débora; LIGIERA, Wilson Ricardo (Org.). Bioética e direitos fundamentais. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 93-113.

MARTINS-COSTA, Judith; FERNANDES, Márcia Santana. Os biobancos e a doação de material biológico humano: um ensaio de qualificação jurídica. In: GOZZO, Débora; LIGIERA, Wilson Ricardo (Org.). Bioética e direitos fundamentais. São Paulo: Saraiva, 2012. p. 223-259.

MEIRELLES, Jussara Maria Leal de. Proteção jurídica do embrião. In: TEIXEIRA, Ana Carolina Brochado; RIBEIRO, Gustavo Pereira Leite (Coord.). Manual de teoria geral do direito civil. Belo Horizonte: Del Rey, 2011. p. 215-228.

MOTA, Joaquim Antônio César. Aspectos éticos envolvidos na incorporação de novas tecnologias em Medicina. O Mundo da Saúde, São Paulo, ano 21, v. 21, n. 2, p. 113-118, mar./abr. 1997.

NOGUEIRA, Roberto Henrique Pôrto. Prescrição off label de medicamentos: ilicitude e responsabilidade civil do médico. Belo Horizonte: Editora PUC Minas, 2017.

RODOTÀ, Stefano. La vida y las reglas: entre el derecho y el no derecho. Madrid: Editorial Trotta, 2010.

ROMEO CASABONA, Carlos María; SIMON, Jurgen W. Biobanking: a chance for scientific research and a challenge for intelectual property rights and privacy. In: ROMEO CASABONA, Carlos Maria et al. Latinbanks: study on the legal and social implications of creating banks of biological material for biomedical research. Espanha: Bruylant Bruxelles, 2011. p. 05-15.

SÁ, Maria de Fátima Freire de. Legal and social implications of creating banks of biological material in Brazil. In: ROMEO CASABONA, Carlos Maria et al. Latinbanks: study on the legal and social implications of creating banks of biological material for biomedical research. Espanha: Bruylant Bruxelles, 2011. p. 29-56.

TARTUCE, Flávio. Manual de direito civil. Rio de Janeiro: Método, 2014.