A Lei 12.873/2013, as Estruturas Familiares Modernas e o Princípio da Igualdade: Análise das Novas Regras de Concessão do Salário-Maternidade em Relação às Famílias Monoparentais

Caroline Schneider, Ellen Carina Mattias Sartori

Resumo


O salário-maternidade é um instituto previdenciário de vital importância, tanto para a criança, que chega à nova família, quanto para a mãe, que recebe amparo financeiro enquanto afastada de sua atividade laborativa, assim como para o Estado, que mantém o seu elemento constitutivo povo em constante renovação. O presente artigo busca fazer uma análise desse benefício, desde sua origem, até as recentes inovações feitas pela lei para o acolhimento de diversas formas de famílias. O artigo procura tratar, pontualmente, da nova figura do salário- maternidade e da sua concessão em caso de falecimento do recebedor preeminente, com o consequente recebimento pelo cônjuge ou companheiro sobrevivente. Em seguida, o estudo tece críticas a essa ampliação legislativa, feita de forma tão restritiva, sem analisar a realidade  fática  das  novas  estruturas  familiares,  dando-se  ênfase  à  questão  da  família monoparental. Desse modo, o artigo procura frisar que não há embasamento constitucional e legal  para  a  não  interpretação  com  fulcro  no  princípio  da  igualdade,  amparando, consequentemente, as famílias monoparentais e qualquer parente que fique responsável pelos primeiros cuidados com a criança.


Palavras-chave


Salário-maternidade, Falecimento do segurado, Novas estruturas familiares, Ampliação, Família monoparental, Princípio da igualdade

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DOI: http://dx.doi.org/10.26668/IndexLawJournals/2525-9865/2015.v1i1.448

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