PROCESSO DE MERCANTILIZAÇÃO DA SEMENTE: ORIGEM, CONSEQUÊNCIAS AO AGRICULTOR FAMILIAR E ALTERNATIVAS

Giovanna Silva Bianchi, Maria Cristina Vidotte Blanco Tárrega

Resumo


O presente estudo visa realizar uma breve análise do processo de mercantilização da semente, que passa de recurso regenerativo, envolto de saberes tradicionais e parte de ecossistemas sustentáveis, a mercadoria central do agronegócio. Esse processo envolve os modelos tecnológicos da agricultura, o processo de globalização neoliberal, a ciência reducionista e os sistemas de legais que legitimam apenas esse tipo de conhecimento como válido. Em razão dos impactos desse processo nos agricultores familiares, erige-se a agroecologia como alternativa de superação da ideia de poder mercadológico que a semente desenvolveu, resgatando seus conceitos tradicionais de recurso renovável e de liberdade.


Palavras-chave


Mercantilização da semente, agricultor familiar, conhecimentos tradicionais, agroecologia, direitos socioambientais.

Texto completo:

PDF

Referências


BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF:

Senado Federal: Centro Gráfico, 1988. 292 p.

FELDENS, Luciano. A constituição penal: a dupla face da proporcionalidade no controle das

normas penais. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2005.

GAMEIRO, Mariana Bombo Perozzi; MARTINS, Rodrigo Constante. Da mercantilização

da natureza à criação de mercadorias verdes. REDD – Revista Espaço de Diálogo e

Desconexão, v. 8, n. 2, p. 1-18, 2014.

HOBSBAWN, E. Introdução. In: MARX, K. Formações econômicas pré-capitalistas.

Tradução de João Maia. 3.ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981.

LACEY, Hugh. As sementes e o conhecimento que elas incorporam. São Paulo: São Paulo

em Perspectiva, v. 14, n. 3, 2000.

MACHADO, Luiz Carlos Pinheiro; MACHADO FILHO, Luiz Carlos Pinheiro. A Dialética

da Agroecologia: contribuição para um mundo com alimentos sem veneno. 1. ed. São Paulo:

Expressão Popular, 2014.

MARX, K. Para a crítica da economia política. São Paulo: Nova Cultural – Coleção Os

Pensadores, 1987.

______. O capital. São Paulo: Abril Cultural – Coleção Os Economistas, v.1, 1983.

______. Formações econômicas pré-capitalistas. Tradução de Joao Maia. 3.ed. Rio de

Janeiro: Paz e Terra, 1981.

MAZOYER, Marcel; ROUDART, Laurence. História das agriculturas no mundo: do

neolítico à crise contemporânea. São Paulo: Editora UNESP, 2010.

MOONEY, Pat Roy. O escândalo das sementes: o domínio na produção de alimentos. São

Paulo: Nobel, 1987.

NOGUEIRA, A. C. L.; ZYLBERSZTAJN, D.; GORGA, E. A ameaça da pirataria.

Agroanalysis. Rio de Janeiro, v. 25, n. 8, p. 30-31, ago. 2005.

PELAEZ, V.; SCHMIDT, W. A difusão dos OGM no Brasil: imposição e resistências.

Estudos Sociedade e Agricultura, Rio de Janeiro, v. 14, p. 5-31, abr. 2000.

SANTILLI, Juliana. A Lei de Sementes brasileira e os seus impactos sobre a

agrobiodiversidade e os sistemas agrícolas locais e tradicionais. Bol. Mus. Para. Emílio

Goeldi. Ciênc. hum. [online]. 2012, vol.7, n.2, pp.457-475. ISSN 1981-8122. Disponível em:

, Acesso em 03 maio. 2017.

SHIVA, Vandana. Biopirataria: a pilhagem da natureza e do conhecimento. Petrópolis:

Vozes, 2001.

VIDAL, Ana Paula Cenci. Legislação brasileira de sementes: aplicação e eficácia na

garantia da qualidade de sementes de soja. Dissertação. Mestrado Acadêmico em

Agronegócios. UnB, 2012.

ZIEGLER, Jean. Destruição em massa. Geopolítica da fome. Tradução e prefácio de José

Paulo Netto. 1º ed. São Paulo: Cortez, 2013.




DOI: http://dx.doi.org/10.26668/IndexLawJournals/2525-9628/2017.v3i1.2133

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


Licença Creative Commons
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.