OS NOVOS PARADIGMAS DA MEDIAÇÃO ON-LINE

Rosalina Moitta Pinto da Costa

Resumo


Esta pesquisa tem por objetivo analisar os novos paradigmas da mediação on-line em razão da introdução, no ambiente digital, de um quarto elemento, que é a tecnologia de comunicação e informação, a qual, alterando as formas de comunicação entre as partes e o mediador, exige uma adaptação da atividade e dos princípios da mediação tradicional à nova interação que ocorre entre os sujeitos. Utilizando-se a pesquisa bibliográfica como opção metodológica, parte-se da definição da mediação em ambiente on-line, estabelecendo-se seus limites e parâmetros, como método de solução de conflitos, entre os modos de resolução de disputa on-line (ODR). A seguir, apontando-se as vantagens, desvantagens e novas formas de interação da mediação on-line, problematizam-se os contornos que assume a mediação com o advento da tecnologia, questionando-se o novo viés que toma a mediação na era digital. Em conclusão, analisam-se os princípios da mediação on-line à luz dos novos arquétipos introduzidos pelo quarto elemento na era digital.


Palavras-chave


Mediação on-line; Modos de resolução de disputa on-line; Confidencialidade; Autonomia da vontade das partes; Isonomia das partes

Texto completo:

PDF

Referências


ALMEIDA, Diogo Assumpção Rezende de; PANTOJA, Fernanda Medina; ANDRADE, Juliana Loss de. Fundamentos. In: HALE, Durval; PINHO, Humberto Dalla Bernardina de; CABRAL, Trícia Navarro Xavier (org.). O marco legal da mediação no Brasil: comentários à Lei n.º 13.140, de 26 de junho de 2015. São Paulo: Atlas, 2016. p. 35-90.

ALMEIDA, Tania. Mediação e conciliação: dois paradigmas distintos, duas práticas diversas. In: SOUZA, Luciane Moessa de (coord.). Mediação de conflitos: novo paradigma de acesso à justiça. Santa Cruz do Sul: Esseere nel Mondo, 2015. p. 85-94.

AMERICAN ARBITRATION ASSOCIATION; AMERICAN BAR ASSOCIATION’S SECTION OF DISPUTE RESOLUTION; ASSOCIATION FOR CONFLICT RESOLUTION. Model standards of conduct for mediators. 2005. Disponível em: https://www.americanbar.org/content/dam/aba/migrated/2011_build/dispute_resolution/model_standards_conduct_april2007.authcheckdam.pdf. Acesso em: 3 jan. 2019.

AMORIM, Fernando Sérgio Tenório de. A resolução online de litígios (ODR) de baixa intensidade: perspectivas para a ordem jurídica brasileira. Pensar: Revista de Ciências Jurídicas, Fortaleza, v. 22, n. 2, p. 514-539, maio/ago. 2017. Disponível em: http://periodicos.unifor.br/rpen/article/view/5397/pdf. Acesso em: 4 jan. 2019.

ARBIX, Daniel do Amaral. Resolução online de controvérsias. São Paulo: Intelecto Editora, 2017.

CAHALI, Francisco José. Curso de arbitragem. 2. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2012.

CAMPBELL, Ray Worthy. The end of law schools: legal education in the era of legal services business. Mississippi Law Journal, [s.l.], v. 85, p. 1-97, 2016. Disponível em: http://mississippilawjournal.org/wp-content/uploads/2017/03/1.-Campbell.pdf. Acesso em: 3 jan. 2019.

DEVANESAN, Ruha; ARESTY, Jeffrey. ODR and Justice: an evaluation of online dispute resolution’s interplay with traditional theories of justice. In: ABDEL WAHAB, Mohamed S.; KATSH, Ethan; RAINEY, Daniel (ed.). Online dispute resolution: theory and practice: a treatise on technology and dispute resolution. The Hague: Eleven International Pub., 2012. p. 263-305.

EISEN, Joel B. Are we ready for mediation in cyberspace? BYU Law Review, [s.l.], n. 4, p. 1305-1360, 1998. Disponível em: https://digitalcommons.law.byu.edu/lawreview/vol1998/iss4/1. Acesso em: 4 jan. 2019.

FRIEDMAN, Bruce A. Online mediation – Press delete. Set. 2013. Disponível em: http://friedmanmediation.com/mediation/online-mediation-press-delete-2/. Acesso em: 4 jan. 2019.

GOODMAN, Joseph W. The pros and cons of online dispute resolution: an assessment of cyber-mediation websites. Duke Law & Technology Review, [s.l.], v. 2, p. 1-16, 2003. Disponível em: https://scholarship.law.duke.edu/cgi/viewcontent.cgi?article=1073&context=dltr. Acesso em: 4 jan. 2019.

HANG, Lan Q. Online dispute resolution systems: the future of cyberspace law. Santa Clara Law Review, [s.l.], v. 41, n. 3, p. 837-866, 2001. Disponível em: https://digitalcommons.law.scu.edu/lawreview/vol41/iss3/4/. Acesso em: 4 jan. 2019.

HAYNES, John M.; MARODIN, Marilene. Fundamentos da mediação familiar. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996.

HOGAN LOVELLS PUBLICATIONS. The future of arbitration: New technologies are making a big impact – and AI robots may take on “human” roles. Fev. 2018. Disponível em: https://www.hoganlovells.com/en/publications/the-future-of-arbitration-ai-robots-may-take-on-human-roles. Acesso em: 3 jan. 2019.

INTERNATIONAL CHAMBER OF COMMERCE. Three takeaways on how digital technologies are transforming arbitration. Paris, 2017. Disponível em: https://iccwbo.org/media-wall/news-speeches/three-takeaways-digital-technologies-transforming-arbitration/. Acesso em: 3 jan. 2019.

JAMS MEDIATION, ARBITRATION AND ADR SERVICES. Mediators ethics guidelines. [20--?]. Disponível em: https://www.jamsadr.com/mediators-ethics/. Acesso em: 3 jan. 2019.

KATSH, Ethan. Dispute resolution in cyberspace. Connecticut Law Review, [s.l.], n. 28, p. 953-971, 1996. Disponível em: http://www.umass.edu/legal/articles/uconn.html. Acesso em: 4 jan. 2019.

KATSH, Ethan; RIFKIN, Janet; GAITENBY, Alan. E-commerce, e-disputes, and e-dispute resolution: in the shadow of “eBay Law”. Ohio State Journal on Dispute Resolution, [s.l.], v. 15, n. 3, p. 705-734, 2000. Disponível em: https://www.umass.edu/cyber/katsh.pdf. Acesso em: 4 jan. 2019.

KOVACH, Kimberlee K.; LOVE, Lela P. Mapping mediation: The risks of Riskin’s Grid. Harvard Negotiation Law Review, [s.l.], v. 3, n. 71, p. 71-110, 1988. Disponível em: https://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=2350957. Acesso em: 3 jan. 2019.

LIDE, E. Casey. ADR and cyberspace: the role of alternative dispute resolution in online commerce, intellectual property and defamation. Ohio State Journal on Dispute Resolution, [s.l.], v. 12, n. 1, p. 193-222, 1996. Disponível em: https://kb.osu.edu/bitstream/handle/1811/79766/OSJDR_V12N1_193.pdf?sequence=1. Acesso em: 4 jan. 2019.

MELAMED, Jim. Divorce mediation and the Internet. 2002. Disponível em: http://www.mediate.com/articles/melamed9.cfm. Acesso em: 4 jan. 2019.

MELAMED, Jim; HELIE, John. The WWW main street of the future is here today. 1999. Disponível em: http://www.mediate.com/articles/jimmjohn.cfm#. Acesso em: 4 jan. 2019.

MIRANDA NETTO, Fernando Gama de; SOARES, Irineu Carvalho de Oliveira. Princípios procedimentais no novo Código de Processo Civil. In: ALMEIDA, Diogo Assumpção Rezende de; PANTOJA, Fernanda Medina; PELAJO, Samantha (coord.). A mediação no Novo Código de Processo Civil. 2. ed. Rio de Janeiro: GenForense, 2016. p. 109-120.

PEIXOTO, Ravi. Os “princípios” da mediação e conciliação. In: ZANETI JUNIOR, Hermes; CABRAL, Trícia Navarro Xavier (coord.). Justiça Multiportas: mediação, conciliação, arbitragem e outros meios adequados de solução de conflitos. 2. ed. Salvador: JusPodvim, 2018. p. 91-107.

PEREIRA, Clóvis Brasil. Conciliação e mediação no novo CPC. 2015. Disponível em: http://www.conima.org.br/arquivos/4682. Acesso em: 3 jan. 2019.

PHILIPPE, Mirèze. ODR redress system for consumer disputes: clarifications, UNCITRAL works & EU regulation on ODR. International Journal of Online Dispute Resolution, [s.l.], v. 1, n. 1, p. 57-69, 2014. Disponível em: https://www.elevenjournals.com/tijdschrift/ijodr/2014/1/IJODR_2014_001_001_004.pdf. Acesso em: 4 jan. 2019.

RABINOVICH-EINY, Orna. Technology’s impact: the quest for a new paradigm for accountability in mediation. Harvard Negotiation Law Review, [s.l.], v. 11, p. 253-293, 2006. Disponível em: https://pdfs.semanticscholar.org/6566/170a1691f80c846c4240e285786cb8a2d493.pdf. Acesso em: 4 jan. 2019.

RABINOVICH-EINY, Orna; KATSH, Ethan. Digital justice: reshaping boundaries in an online dispute resolution environment. International Journal of Online Dispute Resolution, [s.l.], v. 1, n. 1, p. 5-36, 2014. Disponível em: https://heinonline.org/HOL/LandingPage?handle=hein.journals/ijodr1&div=6&id=&page=. Acesso em: 4 jan. 2019.

RAINEY, Daniel. Third-party ethics in the age of the fourth party. International Journal of Online Dispute Resolution, [s.l.], v. 1, n. 1, p. 37-56, 2014. Disponível em: https://www.elevenjournals.com/tijdschrift/ijodr/2014/1/IJODR_2014_001_001_003. Acesso em: 3 jan. 2019.

RAINIE, Lee; WELLMAN, Barry. Networked: the new social operating system. Cambridge, MA: MIT Press, 2012.

RAYMOND, Anjanette H.; SHACKELFORD, Scott J. Technology, ethics, and access to justice: should an algorithm be deciding your case. Michigan Journal of International Law, [s.l.], v. 35, n. 3, p. 485-524, 2013. Disponível em: http://www.mjilonline.org/wordpress/wp-content/uploads/2015/04/35-3_Technology-Ethics-and-Access-to-Justice-Should-an-Alogrithm-be.pdf. Acesso em: 5 jan. 2019.

SANTANNA, Ana Carolina Squadri Santana; VERAS, Cristina Vianna; MARQUES, Giselle Picorelli Yacoub. Independência e imparcialidade: princípios fundamentais da mediação. In: ALMEIDA, Diogo Assumpção Rezende de; PANTOJA, Fernanda Medina; PELAJO, Samantha (coord.). A mediação no Novo Código de Processo Civil. 2. ed. Rio de Janeiro: GenForense, 2016. p.45.-69.

TARTUCE, Fernanda. Mediação nos conflitos civis. 5. ed. São Paulo: Método, 2015.

UNITED NATIONS COMMISSION ON INTERNATIONAL TRADE LAW. A/CN.9/WG.III/WP.123: Online dispute resolution for cross-border electronic commerce transactions: draft procedural rules. Working Group III (Online dispute resolution). Twenty-eighth session. Viena, 18-22 nov. 2013. Disponível em:

WANDERLEY, Waldo. Mediação. Brasília, DF: MSD, 2004.

WARAT, Luis Alberto. O ofício do mediador. Florianópolis: Habitus, 2001.




DOI: http://dx.doi.org/10.26668/IndexLawJournals/2358-1352/2021.v28i11.6203

Apontamentos

  • Não há apontamentos.